Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A ressureição de Stalin

SHRUGGED



Stalin Love

“O que se tem agora na Rússia é a KGB no poder”, conclui o historiador britânico, Orlando Figes, autor do diversos livros sobre a Revolução de 17. A constatação se faz após uma pesquisa realizada por uma rede de tevê russa sobre os 100 maiores compatriotas do país. Stalin está entre os finalistas, com mais de 3,5 milhões de votos. É o resultado dos esforços do Kremlin em reescrever a história.


Segundo o partido comunista russo, embora Stalin seja o responsável pela matança de pelo menos 25 milhões de pessoas, os seus erros foram perdoados porque ele fez da Rússia uma superpotência. É o que Trotsky dizia sobre ser preciso quebrar os ovos para fazer omeletes.


Assim um assassino vira santo. Basta apagar os arquivos e reescrever a história como em 1984 de Orwell. A comparação parece exagerada? Pelo contrário. Além da nova versão histórica, ditada pelos livros de Alexander Filipov impostos pelo governo às escolas -  onde Stalin é praticamente santificado -, começam a desaparecer misteriosamente documentos dos arquivos de Moscou. São relatos detalhados dos sobreviventes dos campos de concetração sobre suas rotinas de trabalhos forçados, fotos de execuções de dissidentes pela polícia secreta de Stalin, além de mapas dos gulags indicando os locais das sepulturas coletivas dos assassinados pelo regime. E claro, as estatísticas dos mortos pela fome na Ucrânia.


No último dia 17 de dezembro uma manifestação pró-Stalin foi usada como cortina de fumaça para a tentativa de saque ao Memorial de St. Petersburgo, que guarda os dados com nomes e biografias de sobreviventes e dos mortos pelo stalinismo. Os ladrões levaram 11 computadores com todos os arquivos digitalizados, mas a polícia os recuperou. “Eles sabiam muito bem o que roubavam”, diz a diretora do Memorial, Irina Flige. Todos os arquivos estão em poder da polícia e Flige diz não ter a menor idéia de quando os terão de volta. Há uma tentativa deliberada do estado para reconstruir a história, por isso, “os arquivos podem ser danificados, senão deliberadamente, por algum acidente”, garante a diretora.


Alexander Danilov, editor do novo manual escolar que postula o status de herói a Stalin, acredita que a idéia de limpar a imagem do ex-ditador partiu do então presidente - agora primeiro ministro - Vladimir Putin. “Isto está totalmente de acorco com o curso político tomado nos últimos oito anos, que é dedicado a unir a sociedade”.


É a nova edição do velho e surrado “comunistas do mundo, uni-vos”. Mas não seria diferente se os alemães decidissem unir a sociedade exaltando Hitler como herói.


Como na estória de Orwell, “…quem controla o passado, controla o futuro; quem controla o presente, controla o passado.” Afinal, “o partido dizia que a Oceania jamais fora aliada da Eurásia. Ele, Winston Smith, sabia que a Oceania fora aliada da Eurásia não havia quatro anos. Onde, porém, existia esse conhecimento? Apenas em sua consciência, o que em todo caso deveria ser logo aniquilado. E se todos os outros aceitassem a mentira imposta pelo Partido - se todos os anais dissessem a mesma coisa - então a mentira se transformava em história, em verdade.”


———————
Aqui, matéria da BBC sobre a preferência de Stalin pelos russos;

aquio Chicago Tribune conta como Putin tenta reescrever a história e transformar Stalin num anjo.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".