por Wes Vernon em 03 de julho de 2008
Resumo: Simplesmente delete a palavra “soviéticos” e substitua-a por “ambientalistas marxistas”, e você terá uma idéia bastante clara sobre o que hoje nos ameaça.
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Natalie Grant Wraga, hoje falecida, escreveu: “A proteção do meio ambiente tornou-se a principal ferramenta de ataque contra o Ocidente e tudo o que ele representa. Pode ser utilizada como pretexto para adotar uma série de medidas destinadas a solapar a base industrial das nações desenvolvidas. Pode também servir para introduzir o mal-estar por meio da redução dos padrões de vida e, conseqüentemente, da implantação de valores comunistas”.
Quem foi Natalie?
Natalie Grant Wraga (falecida em 2002 aos 101 anos de idade) foi uma expert internacionalmente reconhecida no serviço de desinformação. Em seu obituário no Washington Post, Herbert Romerstein - veterano da inteligência e expert nos ramos legislativo e executivo de governo - descreveu Grant/Wraga como “uma das nossas principais autoridades” sobre a farsa soviética.
Em um artigo de 1998 publicado no Investors Business Daily (IBD), o repórter John Berlau escreveu que alguns dos mais respeitados estudiosos sobre a Inteligência Soviética, creditavam a esta mulher o ensino de como penetrar os meandros da desinformatzia, termo utilizado por Moscou nas suas constantes operações para enganar governos estrangeiros induzindo-os permanentemente a erros de avaliação estratégicos.
John Dziak, que fora funcionário sênior da inteligência na Defense Intelligence Agency (DIA), é citado pelo IBD como tendo dito que se não fosse “por alguém como Natalie, teríamos tido mais fracassos e os soviéticos teriam tido mais sucessos”.
O que nos leva aonde?
Em muitos de seus textos, ela abandonou o seu sobrenome e assinou com a alcunha Natalie Grant. Isto nos retoma à edição de The Register da primavera de 1998. Lá, Grant identifica a Cruz Verde Internacional (GCI em inglês) como uma Organização Não-Governamental (ONG) fundada por Mikhail Gorbachov, o último ditador comunista da União Soviética. O objetivo da GCI era a aplicação global de uma rígida agenda ambiental.
Ao mesmo tempo em que avançava a GCI, ocorria o nascimento de outra ONG chamada Earth Council (Conselho da Terra), presidida por Maurice Strong, um dos principais ecoativistas e agitadores nas Nações Unidas. De acordo com a Wikipedia, Strong - um canadense - descreve-se a si mesmo como “um socialista na ideologia e um capitalista na metodologia”. A biografia também cita que “alguns consideram Strong um temível faminto por poder”. E mais: “Ele compartilha a visão do mais radical ambientalista que protesta nas ruas, mas ao invés de gritar até ficar rouco na barreira policial duma conferência global, ele é o secretário-geral nos bastidores, mexendo os pauzinhos”.
Enquanto isso, uma dezena de pessoas participava na reunião preparatória da GCI de Gorbachov, incluindo o então Deputado norte-americano James Scheuer (Democratas, Nova York). O congressista tinha publicamente declarado de que, independentemente da alegação de que o “aquecimento global” provocado pelo homem ser real ou exagerada, os EUA deveriam seguir em frente e tomar as atitudes necessárias para enfrentá-lo, pois tais atitudes supostamente beneficiariam o planeta. Como foi explicado na coluna da semana passada, a legislação cap-and-trade (limitar-e-negociar) - taxar e roubar - tinha como objetivo levar a agenda ambiental radical a um custo tão exorbitante para os consumidores e contribuintes americanos que caísse como uma bomba no Senado, levando-os a temer que o povão se revoltasse e desse uma resposta indesejada nas urnas. Ela voltará em 2009. Ligar estes pontos é relevante. Mas isto eu deixo de lado momentaneamente.
Os principais eventos preparatórios
Outros eventos da GCI se seguiriam, incluindo o que Grant chamava de “O Grande Evento - a Conferência de Moscou”, em Janeiro de 1990. O então senador Al Gore estava entre os palestrantes. Apenas dois anos antes, ele coordenara audiências públicas no Capitólio para apresentar a teoria do “aquecimento global”.
Enquanto ocorria a Conferência de Moscou, a União Soviética estava respirando seu último fôlego - em baixa, porém ainda não fora de cena, poder-se-ia dizer. Gorbachov, ainda o líder soviético, anunciou a exigência de seu governo para que as nações pressionassem pelo fim dos testes nucleares, por um sistema de monitoramento ambiental internacional, um pacto para proteger “zonas ambientais exclusivas” (uma mentalidade que desde que foi proposta levou a uma briga internacional a respeito dos esforços da ONU para proibir snowmobiles [tipo de moto para neve] no Yellowstone Park, em pleno solo americano), apoio aos programas ambientais das Nações Unidas e a uma conferência para dar seguimento aos trabalhos a ser realizada no Brasil, em junho de 1992.
Grant escreve que, enquanto Gorbachov expressava as “visões” e “sugestões” do Partido Comunista Soviético, tais sugestões caíram em solo fértil. “Logo, logo, as atividades do movimento começaram a refletir as ‘recomendações’ comunistas”.
Atualização: 2008
Por que todo este pano de fundo?
Em 28 de maio, em Washington, o palestrante do jantar anual do Competitive Enterprise Institute (CEI) foi Václav Klaus, Presidente da República Tcheca (C.T. - leiam sobre este homem maravilhoso e o Novo Comunismo aqui).
O livro de Klaus, “Blue Planet in Green Schackles”, acabara de ser lançado. Como o chefe de Estado tcheco disse no jantar, o propósito do seu livro era frisar sua forte crença de que grande parte do ambientalismo organizado é “uma ideologia que eu considero a mais perigosa ameaça à liberdade e à prosperidade da era atual”.
Schumpeter tinha razão?
Klaus acredita que os Estados Unidos - apesar de todos os seus problemas - é “o país mais livre no mundo e fonte de inspiração para todos nós. Eu enfatizo isto principalmente por causa da minha crescente decepção com o desenrolar das coisas no outro lado do Atlântico, de onde acabei de vir”.
O Presidente Klaus referiu-se então ao filósofo Joseph Alois Schumpeter, cujo conhecimento da tirania proveio de fatos ocorridos na sua própria vida, tais como a fuga da Alemanha nazista. Klaus disse que “A teoria evolucionária de [Schumpeter] do fim do capitalismo [teria sido] baseada em seu próprio sucesso”.
Eis como funciona a teoria: as inovações tornar-se-iam uma questão de rotina, o progresso seria mecanizado, os problemas seriam “simplesmente resolvidos” pela razão e pela ciência, o empreendedorismo seria substituído pelo mero cálculo, a motivação individual declinaria, a mentalidade coletivista prevaleceria e as cada vez maiores equipes de trabalho das grandes corporações tornariam obsoleto o principal ator (ou talvez mobilizador) do capitalismo – o empreendedor. Este, com o tempo, viria a desaparecer (C.T. - isto acontece no Brasil a algumas décadas, esta opressão imensa contra a livre iniciativa com leis, impostos e travas ao empreendedorismo chegando até à quase criminalização da prática. Tudo isto começa nas escolas quando colocam o empreendedor como um malfeitor. Parece sem sentido para quem não conhece as estratégias esquerdopatas mas as coisas estão mudando e as pessoas com alguma inteligência estão perecebendo a estratégia por trás dos atos).
Nos anos pós-Watergate e pós-Vietnã, no final dos anos 70, havia sinais incipientes de que a teoria de Schumpeter poderia se tornar realidade no futuro. O otimismo e a economia vigorosa dos anos oitenta colocaram a América (e grande parte do mundo) de volta aos eixos.
Klaus acredita que a teoria de Schumpeter “parece ser pessimista demais”. O mundo simplesmente não seguiu aquele roteiro. “Como alguém que participou ativamente no desmantelamento do comunismo e na construção de uma sociedade livre”, diz ele, “o colapso [do Império Soviético] e a aceitação explícita do capitalismo em quase todo o mundo [é algo que], com o devido respeito, é claramente incompatível com a hipótese schumpeteriana”.
Então, qual é o problema?
Como Klaus relatou à sua platéia na CEI, há outros fatores “pelos quais o capitalismo poderia ter sido destruído, [como no] crescente descrédito na criatividade humana e nas vantagens do mercado”.
No passado, disse o chefe do Executivo tcheco, os argumentos dos socialistas eram atrelados a slogans sobre “o empobrecimento das massas” (trabalhadores do mundo, unidos, etc.). Agora, em lugar disso, há “um slogan muito mais perigoso: o empobrecimento [ou até a destruição] do Planeta”.
Antigamente, era fácil provar se as pessoas (isto é, trabalhadores) estavam em melhor situação. “Agora levará séculos para se chegar a uma prova convincente de que o Planeta está sendo destruído ou de que não se acha à beira da sua destruição”.
Em outras palavras, “o galope deste potro é, portanto, muito mais fácil. Os políticos ambiciosos que tentam planejar o mundo e a vida dos seus cidadãos vêem sonhando há décadas como encontrar uma doutrina tão maravilhosa e imune à realidade. Anos ou décadas de clima gelado não vão desmenti-lo – para meu grande pesar. É quase uma religião. Minha certeza de que esta ideologia se tornará o meio mais efetivo para a destruição do livre mercado foi o maior motivo para escrever o livro”.
E somente para melhor precisar o problema, Klaus acrescenta: “Schumpeter felizmente estava errado em suas previsões. E, além disso, ele morreu há quase sessenta anos. Al Gore, contudo, está bem vivo”.
A nova arma de propaganda marxista
Ou – novamente – como a falecida Natalie Grant diz, “a proteção do meio ambiente pode ser utilizada como um pretexto para adotar uma série de medidas forjadas para minar a base industrial das nações desenvolvidas. Também pode servir para causar mal-estar reduzindo seus padrões de vida e implantando valores comunistas”.
O obituário de Natalie Grant Wraga trazia a seguinte frase como se fosse dela: “Devemos dar aos Soviéticos o seu real valor. Nenhum outro país é capaz de manipular a opinião pública do Ocidente como eles”.
Simplesmente delete a palavra “soviéticos” e substitua-a por “ambientalistas marxistas”, e você terá uma idéia bastante clara sobre o que hoje nos ameaça.
Wes Vernon é veterano escritor e radialista em Washington, D.C.
© Copyright 2008 Wes Vernon - http://www.renewamerica.us/columns/vernon/080616
Tradução: Marcel van Hatem
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