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terça-feira, 1 de julho de 2008

LANÇAMENTO DO LIVRO O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, de Heitor De Paola

No dia 30 de junho de 2008 foi lançado pela É Realizações (http://www.erealizacoes.com.br/) o livro "O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial" do Diretor Cultural do FDR, Heitor De Paola. Publicamos abaixo a Apresentação de Alejandro Peña Esclusa e o Prefácio de Olavo de Carvalho.

Apresentação do livro O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, de Heitor De Paola, publicado pela É Realizações.

Diz o ditado que “não há mal que não venha para bem” – e atualmente, no caso da América Latina, nunca teria sido tão certo dizê-lo, porque a terrível ameaça que paira sobre nossa região despertou poderosas e benéficas forças que antes se encontravam em estado latente.

Os políticos profissionais não são capazes de vencer o “Eixo do Mal”, já que com tal adversário não se trata de buscar votos, negociar cargos ou fazer promessas populistas, mas de assumir um compromisso supremo, arriscando a liberdade e mesmo a própria vida.

Diante do fracasso dos políticos e do perigo iminente, alguns cidadãos comuns se viram obrigados a assumir uma liderança política e a se converter em estadistas. Empresários em Santa Cruz de la Sierra, estudantes e donas de casa na Venezuela, militares e professores universitários na Colômbia, agricultores na Argentina, para mencionar alguns exemplos, dão-nos um testemunho heróico. É a identidade latino-americana – cristã e ocidental –, inscrita na alma de cada um deles, que se rebela contra o novo paradigma cultural do Foro de São Paulo, baseado no totalitarismo etnocêntrico.

Heitor De Paola é um claro expoente da nova liderança que está surgindo em nossa região. Bem-sucedido como psiquiatra, membro de importantes sociedades como a International Psychoanalytical Association, dedicou boa parte de sua vida a investigar minuciosamente a transformação do comunismo, desde sua etapa primitiva e patente – a ditadura de Stálin –, até sua manifestação mais sofisticada e perversa, que consiste em distorcer a mente e não apenas o corpo.

De Paola – ciente de que para vencer o inimigo é preciso primeiro conhecê-lo – elaborou um acurado estudo sobre o neocomunismo, partindo do período do pós-guerra até o Foro de São Paulo, organização que já conta entre seus membros com doze presidentes latino-americanos.

É de grande relevância o seu estudo sobre a estratégia de Antonio Gramsci e a Escola de Frankfurt, porquanto coloca em evidência a guerra psicológica do inimigo, baseada no controle ideológico e cultural. Ser-lhe-á igualmente proveitoso conhecer as debilidades metodológicas do Ocidente, bem como os utilíssimos mentecaptos que fazem o jogo do “Eixo do Mal”.

Possivelmente o leitor sentirá uma preocupação imensa, porque conhecerá em profundidade a ameaça que trama contra toda a região; mas, feitas as contas, este livro é também fonte de esperança e inspiração: porque quando homens como Heitor De Paola decidem arriscar sua vida para denunciar o mal, isto significa que o bem despertou em nossos corações e está destinado a triunfar.

Alejandro Peña Esclusa é especialista no tema da subversão na América Latina. Trabalhou como assessor do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Venezuela. Foi convidado como conferencista nas Américas do Norte, Centro e Sul, assim como na Europa. Aos trinta anos, depois de trabalhar com êxito na atividade empresarial, decide dedicar-se à política, porém sem militar nos partidos tradicionais. Foi candidato à Presidência da República da Venezuela no ano de 1998.

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Prefácio ao livro O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, de Heitor De Paola, publicado pela É Realizações

Olavo de Carvalho
Richmond, VA, 29 de maio de 2008

Se o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara não servisse para mais nada, só o ter revelado aos leitores brasileiros o analista político Heitor De Paola já bastaria para justificar sua existência e torná-la mesmo indispensável. O homem, de fato, não tem equivalente na “grande mídia” nem até onde posso enxergar nas cátedras universitárias, tal a amplitude do horizonte de informações com que lida em seus comentários e tal a claridade do olhar que ele lança sobre o vasto, complexo e móvel panorama da transição revolucionária latino-americana, reduzindo a seqüências causais coerentes a variedade dos fatos em que seus colegas digamos que o sejam não enxergam senão um caos fortuito ou a imagem projetada de seus próprios sonhos, desejos, preconceitos e temores.

Na pequena e valente equipe de colaboradores da publicação, remunerados a leite de pato (sim, nós, os cães-de-guarda do capital, não temos capital nenhum, ao contrário dos pobres e oprimidos que nadam em dinheiro dos ministérios e das fundações estrangeiras), as felizes coincidências acabaram por produzir uma divisão de trabalho na qual ninguém tinha pensado de início: se os demais redatores sondam em profundidade certos aspectos especiais, ou investigam para trazer ao conhecimento do público fatos que a mídia comprometida ignora por malícia ou por inépcia genuína, no fim vem o Heitor De Paola e articula tudo em grandes esquematizações diagnósticas que resumem o sentido do jornal inteiro e das quais o jornal inteiro, por sua vez, fornece as provas detalhadas. É uma grande alegria para mim ter sido o pai de um órgão brasileiro de mídia que, malgrado todas as suas limitações que ninguém nega, permanece o único onde as notícias não desmentem as análises e as análises não saem voando para longe das notícias.

Na verdade o jornal revelou Heitor De Paola ao próprio Heitor De Paola, roubando-o em parte aos clientes do seu consultório de médico e psicanalista e colocando-o diante do caso clínico mais dramático e desesperador que já passou pelo divã de um discípulo (não muito fiel) do Dr. Freud: um continente neurotizado por um intenso tiroteio cruzado de ações camufladas e mentiras ostensivas que ultrapassa imensuravelmente a capacidade de compreensão da inteligência popular e a engolfa num abismo de esperanças ilusórias, terrores sem objeto e ódios sem sentido.

Neurose, dizia um outro ás da clínica psicológica, o meu falecido amigo Juan Alfredo César Müller, é uma mentira esquecida na qual você ainda acredita. Não é só uma figura de linguagem. É o resumo compacto de uma ordem causal que a observação clínica confirma todos os dias. O processo tem três etapas: mentir, ocultar a mentira de si próprio e, por fim, entregar-se à produção compulsiva de pretextos, fingimentos e racionalizações sem fim, os mais postiços e contraditórios, para poder continuar agindo com base naquilo que se nega e ao mesmo tempo defender-se desesperadamente da revelação dos motivos iniciais verdadeiros que determinaram o curso inteiro da mutação patológica.

Aplicado ao estudo dos processos histórico-políticos, o conceito tem de ser ajustado para dar conta de várias seqüências neurotizantes simultâneas e sucessivas, que, ao entremesclar-se num caleidoscópio de falsificações, tornam a forma geral do processo totalmente invisível à massa de suas vítimas, e ao mesmo tempo dão visibilidade hipnótica a aspectos isolados e inconexos, artificialmente dramatizados como “problemas urgentes”, fazendo com que do mero caos mental se passe às ações arbitrárias e desesperadas que complicam o quadro da vida real até à alucinação completa. Diversamente do que acontece na neurose individual, onde o autor e a vítima da mentira são a mesma pessoa, as neuroses coletivas são produzidas desde fora, por grupos de estrategistas e engenheiros sociais que, ao menos num primeiro momento, imaginam poder controlá-las em proveito próprio, mas que em geral acabam sendo eles mesmos arrebatados pelo movimento de destruição que geraram: nunca houve grupo de líderes revolucionários que não acabasse sendo dizimado pela própria revolução.

No meio desse turbilhão, alguns indivíduos privilegiados conseguem manter-se à tona no mar de destroços e enxergar, mais ou menos, a direção do abismo para onde vai a corrente. Não por coincidência, esses observadores realistas são habitualmente recrutados entre aqueles que definitivamente não gostam do curso presente das coisas, mas que, por absoluta falta de vocação política, ou por estar em minoria infinitesimal sem possibilidade de interferir na situação, reagem para dentro, intelectualmente, e não produzem planos de ação, mas diagnósticos da realidade, sem os quais a simples intenção de agir já seria apenas uma contribuição a mais para a loucura geral.

Heitor De Paola é um desses. Não é só a experiência clínica que o qualifica especialmente para a função. A inteligência analítica da qual ele dá algumas amostras notáveis neste livro deve algo à militância revolucionária de juventude que o torna a seus próprios olhos um pouco culpado por aquilo que na época não podia prever mas hoje é obrigado a ver. Tanto melhor. Only the wounded can heal , diz um provérbio inglês.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".