Quarta-feira, Julho 02, 2008
Alô, senhores senadores! Impeçam a racialização do Brasil e A oficialização do racismo no Brasil. É o que pretende um projeto da inefável Ideli Salvatti (PT-SC). Por que digo isso? Leiam trechos de reportagem do Jornal da Globo. Volto depois:
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A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira, um projeto que reserva vagas de universidades federais para estudantes de escolas públicas. Terão preferência, de acordo com o projeto, os que se declararem índios e negros. (...). Segundo o projeto, 50% das vagas em universidades federais e instituições públicas de educação profissional e tecnológica serão reservadas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escolas públicas. Além disso, dentro da cota, devem ser incluídas vagas específicas para negros, pardos e índios de forma proporcional à população do estado onde fica a instituição. E pessoas com deficiência, independentemente de virem do ensino público.
Autora da proposta, a senadora Ideli Salvati, defendeu o projeto. “Nós temos um entendimento que a população brasileira, ela tem uma diversidade étnica, uma diversidade de classe, inclusive de renda, que precisa atender a que a escola, o ensino possa ser uma política, inclusive, de mobilidade social”, diz a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do partido.
“Eu defendo reservas de vagas para alunos oriundos das escolas públicas sem esse viés discriminatório, de que uns são inferiores aos outros e dependem da concessão do estado pra alcançar os seus objetivos”, afirma o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O projeto foi aprovado por unanimidade na Comissão de Educação no Senado, e deve seguir agora para a Câmara, a não ser que pelo menos nove senadores apresentem um recurso para que ele seja votado no Plenário do Senado.
Voltei
Estamos diante de um cerco. Na Câmara, o projeto de lei nº 3627, de que foi relator o agora ex-deputado petista Carlos Abicalil, prevê a mesmíssima coisa. Sabem o que é mais melancólico? O texto original de Ideli só incluía as escolas técnicas. Por sugestão do tucano Marconi Perillo (PSDB-GO), incluíram-se no texto as universidades federais. Vale dizer: não bastam os petistas para propor bobagens: há um tucano ajudando.
Ora, dizer o quê? O que eu já disse quando critiquei a proposta do sr. Abicalil. Pois bem. Não havendo critério científico que divida os humanos entre “raças”, o racialismo escolheu a cor da pele como critério: são brancos os, como direi?, de pele branca, e “negros”, os autodeclarados “pardos e pretos”, o que levou o Ipea a afirmar que, até o fim do ano, o Brasil terá uma maioria negra — uma falsificação estúpida da verdade. Por quê? O filho mestiço de pai branco e mãe negra (ou o contrário) será, segundo esse critério, “negro”. Caso o mestiço que nasça dessa relação tenha um filho com um branco, a criança ainda continuará “negra”. Os bravos decidiram combater o que antes se chamava “política do embranquecimento” com a “política do enegrecimento”. E acreditam que isso é muito justo e progressista.
Esse critério delirante fez o IBGE sustentar que as regiões Norte e Nordeste do país têm 75% de negros — 85% em determinadas áreas. Não é preciso ser muito sagaz para perceber, por exemplo, que o amorenamento da população do Norte do país, onde é forte a presença indígena, foi seqüestrado pela política do “enegrecimento”. Os filhos, netos e bisnetos de nossos índios viraram afrodescententes... É ridículo!
Mande sua mensagem
Se você clicar aqui, terá acesso aos e-mails de todos os senadores. É preciso que pelo menos nove senadores peçam para que ele seja votado em plenário. Em qualquer dos casos, ele segue depois para a Câmara. Proteste também. Se você clicar aqui, entra numa página da Casa que permite enviar mensagem A TODOS OS DEPUTADOS — é preciso selecionar algumas opções, mas a operação é muito simples.
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A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira, um projeto que reserva vagas de universidades federais para estudantes de escolas públicas. Terão preferência, de acordo com o projeto, os que se declararem índios e negros. (...). Segundo o projeto, 50% das vagas em universidades federais e instituições públicas de educação profissional e tecnológica serão reservadas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escolas públicas. Além disso, dentro da cota, devem ser incluídas vagas específicas para negros, pardos e índios de forma proporcional à população do estado onde fica a instituição. E pessoas com deficiência, independentemente de virem do ensino público.
Autora da proposta, a senadora Ideli Salvati, defendeu o projeto. “Nós temos um entendimento que a população brasileira, ela tem uma diversidade étnica, uma diversidade de classe, inclusive de renda, que precisa atender a que a escola, o ensino possa ser uma política, inclusive, de mobilidade social”, diz a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do partido.
“Eu defendo reservas de vagas para alunos oriundos das escolas públicas sem esse viés discriminatório, de que uns são inferiores aos outros e dependem da concessão do estado pra alcançar os seus objetivos”, afirma o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O projeto foi aprovado por unanimidade na Comissão de Educação no Senado, e deve seguir agora para a Câmara, a não ser que pelo menos nove senadores apresentem um recurso para que ele seja votado no Plenário do Senado.
Voltei
Estamos diante de um cerco. Na Câmara, o projeto de lei nº 3627, de que foi relator o agora ex-deputado petista Carlos Abicalil, prevê a mesmíssima coisa. Sabem o que é mais melancólico? O texto original de Ideli só incluía as escolas técnicas. Por sugestão do tucano Marconi Perillo (PSDB-GO), incluíram-se no texto as universidades federais. Vale dizer: não bastam os petistas para propor bobagens: há um tucano ajudando.
Ora, dizer o quê? O que eu já disse quando critiquei a proposta do sr. Abicalil. Pois bem. Não havendo critério científico que divida os humanos entre “raças”, o racialismo escolheu a cor da pele como critério: são brancos os, como direi?, de pele branca, e “negros”, os autodeclarados “pardos e pretos”, o que levou o Ipea a afirmar que, até o fim do ano, o Brasil terá uma maioria negra — uma falsificação estúpida da verdade. Por quê? O filho mestiço de pai branco e mãe negra (ou o contrário) será, segundo esse critério, “negro”. Caso o mestiço que nasça dessa relação tenha um filho com um branco, a criança ainda continuará “negra”. Os bravos decidiram combater o que antes se chamava “política do embranquecimento” com a “política do enegrecimento”. E acreditam que isso é muito justo e progressista.
Esse critério delirante fez o IBGE sustentar que as regiões Norte e Nordeste do país têm 75% de negros — 85% em determinadas áreas. Não é preciso ser muito sagaz para perceber, por exemplo, que o amorenamento da população do Norte do país, onde é forte a presença indígena, foi seqüestrado pela política do “enegrecimento”. Os filhos, netos e bisnetos de nossos índios viraram afrodescententes... É ridículo!
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Se você clicar aqui, terá acesso aos e-mails de todos os senadores. É preciso que pelo menos nove senadores peçam para que ele seja votado em plenário. Em qualquer dos casos, ele segue depois para a Câmara. Proteste também. Se você clicar aqui, entra numa página da Casa que permite enviar mensagem A TODOS OS DEPUTADOS — é preciso selecionar algumas opções, mas a operação é muito simples.
As mensagens devem ser individuais e de conteúdo respeitoso. O mais importante é evidenciar aos deputados e senadores o sentido e o alcance do voto que darão. Está nas mãos deles, nesse momento, o poder de introduzir a raça na ordem política e jurídica nacional, algo que repercutirá ao longo de décadas e poderá marcar a vida dos filhos e netos da geração atual de brasileiros. Eles também podem dizer “não” às leis raciais e à oficialização do racismo. É o mínimo que esperamos.
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