por Heitor De Paola em 08 de março de 2008
Resumo: A situação estratégica da Colômbia frente aos objetivos do Foro de São Paulo - que de repente passou a existir para parte da mídia brasileira - envolve diversas variáveis, todas elas explosivas e perigosas.
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Qualquer pessoa que tenha lido a série de artigos As Raízes Históricas do Eixo do Mal Latino-Americano*, assim como vários de outros autores que aqui publicam também, poderia prever o que está acontecendo: a Colômbia, único aliado do temido – e por isto odiado – “império” americano viria a ser cercada pelo Foro de São Paulo. A Colombia faz fronteira (ver mapa) com Panamá, Brasil, Venezuela, Equador e Peru. Além, obviamente, da fronteira interna com o território em mãos das FARC com ajuda milionária do Foro como um todo; engana-se quem atribui à maluquice de Chávez o apoio aos terroristas narcotraficantes.
Com o primeiro tem um contencioso territorial centenário: o Panamá declarou unilateralmente a independência em 1903, por ironia da história num movimento iniciado pela companhia construtora do canal com apoio dos Estados Unidos; a Colombia só reconheceu a independência em 1921, mas até hoje os dois países mantêm uma hostilidade contida. O Brasil é governado por um dos Fundadores do Foro que ostensivamente se recusa a reconhecer as FARC como uma organização terrorista; pelo contrário, mantém relações cordiais com elas e, quase explicitamente, considera-as o governo legítimo do País. Venezuela e Equador nem é preciso falar: formam a linha de frente do Foro, junto com a Bolívia.
Esta é a razão principal para que a derrota de Ollanta Humala, no Peru, fosse sentida como um golpe profundo na organização comunista: o flanco sul ficou nas mãos contrárias ao Foro, ou ao menos neutras, de Alan García que recentemente negociou um acordo comercial com os USA e certamente não vai querer queimar suas chances. Com este flanco exposto, não seria melhor esperar? Não, e por uma razão óbvia: Uribe está com mais de 80% de aprovação e quase certamente conseguirá uma emenda à Constituição Colombiana permitindo o terceiro mandato. Com Uribe re-eleito em 2010 por mais quatro anos e em franca popularidade interna e internacional, o plano kapput!
Urgia, portanto, bem ao estilo totalitário (Hitler em 39 contra a Polônia; Brezhniev em 56 na Hungria e 68 na Tchecoslováquia) provocar algum incidente de fronteira para iniciar uma guerra numa área fortemente armada para os padrões sul-americanos. Mas esta guerrinha é tão somente mais uma cortina de fumaça para encobrir um dos verdadeiros objetivos estratégicos. Embora esta já fosse minha conclusão, cedo a autoria a Oliveiros Ferreira que escreveu: “a manobra principal era o reconhecimento das FARC como grupo ‘insurgente’, como as qualificou Chávez. Se algum Governo reconhecesse essa condição à guerrilha, seria fácil a qualquer outro reconhecer um ‘governo provisório da Colômbia Livre’. E seria possível, então, iniciar o segundo e decisivo tempo da manobra principal, que é afastar Uribe, e os que pensam como ele, da cena política, eliminando a influência dos Estados Unidos na área. (Colombia: a grande manobra, 05/03/08, em http://www.oliveiros.com.br/ie.html).
Fontes fidedignas informam desde a Venezuela que Chávez rompeu o rigoroso silêncio de radiocomunicações 72 horas após a liberação dos reféns, chamando Reyes por radiotelefone por satélite e, ao não obter resposta, insistiu, fornecendo o código de segurança de urgência que obrigou Reyes a responder. Esta violação foi fatal para Reyes, pois o Pentágono facilmente detectou o chamado e as coordenadas do local onde estava, fornecendo-o a Uribe. Foi uma perda pior do que se supõe, pois o número 1 das FARC, Tirofijo, estaria, segundo estas fontes, em estado de saúde deplorável e em risco de vida, numa fazenda venezuelana próxima à fronteira com a Colombia, onde poderia ser facilmente atingido por um ataque igual. Este seria o motivo para a mobilização de 85% dos contingentes venezuelanos para a fronteira: Chávez, arrependido, tentaria proteger Marulanda “Tirofijo”. Segundo estas fontes, no entanto, isto não passa de uma fraude para enganar suas próprias Forças Armadas sugerida pelo G2 cubano: um ataque, por mínimo que seja, faria com que Chávez incendiasse alguns poços de petróleo no lago de Maracaibo atribuindo a culpa a Uribe. Chávez se aproveitaria do conflito que se seguisse para declarar emergência nacional e suspender garantias constitucionais, implantando de vez seu Estado Totalitário e levar o preço do barril de petróleo a US$ 200.00, objetivo que já anunciou há tempos.
Minha interpretação destes fatos é um pouco diferente: num típico lance ditatorial Chávez teria entregado Reyes de propósito, com a finalidade de assumir seu lugar e bem poderia agora, provocar outro incidente contra Marulanda que o levasse a atingir a quatro objetivos: 1- reconhecimento internacional das FARC; 2- assumir seu comando; 3- estabelecer a ditadura interna; e, como Presidente da Venezuela e líder das FARC, liquidar o governo Constitucional da Colômbia e aplainar o caminho para a Grande Pátria Bolivariana, sonho de Bolívar que Chávez pretende consumar. Digo isto porque estão tentando atribuir a Bolívar ideais democráticos que ele nunca teve: sua idéia de República era ter um Presidente Perpétuo, evidentemente, Simón Bolívar!
Quando eu estava terminando este artigo recebo um Editorial de Fuerza Solidaria que reforça minha opinião. Com o título “Hugo Chávez é o verdadeiro substituto de Raúl Reyes”, Alejandro Peña Esclusa, que entende de Venezuela como poucos, refere-se ao comunicado das FARC nomeando Joaquín Gómez como sucessor de Raúl Reyes. Para Alejandro o nomeado não tem nem liderança, nem experiência política, nem as relações internacionais para exercer o cargo, e acrescenta: “o único homem capaz de substituir eficientemente a Reyes e reconstruir a capacidade operativa das FARC é Hugo Chávez” . É ele que já se converteu no principal porta-voz das FARC com um agravante: está usando o poder do Estado para pô-lo a serviço dos criminosos. Chávez goza de imunidade e controla as instituições do Estado.
Tal desenvolvimento seria impossível se o principal aliado de Uribe não tomasse a mesma atitude branda, ambígua e covarde que já vem tomando em relação a Israel: ofereceu um tratado de livre comércio, quando deveria ter ordenado imediatamente o deslocamento de um porta-aviões da base de San Diego – ali perto, para a velocidade destes monstros marinhos – mandado armas em profusão e deixado claro que se a Colômbia for atacada os EUA enviarão tropas para defendê-la e invadirão a Venezuela. Uribe deveria ir a Israel aprender como um País convive com “grupos insurgentes” lançando foguetes Kassam todos os dias e a hipócrita “comunidade internacional” finge que não vê. Mas se Israel revida, sai de baixo! É protesto de tudo quanto é lado, a Condoleezza vai lá e inicia um novo “processo de paz” e outro “encontro de alto nível” nos jardins da Casa Branca e o ciclo se repete ad nauseam. Lá também tem um Foro: a Liga Árabe!
A guerra assimétrica usando o terror contra países é parte da guerra da quarta geração. Mas esta já é outra história.
Esta é a razão principal para que a derrota de Ollanta Humala, no Peru, fosse sentida como um golpe profundo na organização comunista: o flanco sul ficou nas mãos contrárias ao Foro, ou ao menos neutras, de Alan García que recentemente negociou um acordo comercial com os USA e certamente não vai querer queimar suas chances. Com este flanco exposto, não seria melhor esperar? Não, e por uma razão óbvia: Uribe está com mais de 80% de aprovação e quase certamente conseguirá uma emenda à Constituição Colombiana permitindo o terceiro mandato. Com Uribe re-eleito em 2010 por mais quatro anos e em franca popularidade interna e internacional, o plano kapput!
Urgia, portanto, bem ao estilo totalitário (Hitler em 39 contra a Polônia; Brezhniev em 56 na Hungria e 68 na Tchecoslováquia) provocar algum incidente de fronteira para iniciar uma guerra numa área fortemente armada para os padrões sul-americanos. Mas esta guerrinha é tão somente mais uma cortina de fumaça para encobrir um dos verdadeiros objetivos estratégicos. Embora esta já fosse minha conclusão, cedo a autoria a Oliveiros Ferreira que escreveu: “a manobra principal era o reconhecimento das FARC como grupo ‘insurgente’, como as qualificou Chávez. Se algum Governo reconhecesse essa condição à guerrilha, seria fácil a qualquer outro reconhecer um ‘governo provisório da Colômbia Livre’. E seria possível, então, iniciar o segundo e decisivo tempo da manobra principal, que é afastar Uribe, e os que pensam como ele, da cena política, eliminando a influência dos Estados Unidos na área. (Colombia: a grande manobra, 05/03/08, em http://www.oliveiros.com.br/ie.html).
Fontes fidedignas informam desde a Venezuela que Chávez rompeu o rigoroso silêncio de radiocomunicações 72 horas após a liberação dos reféns, chamando Reyes por radiotelefone por satélite e, ao não obter resposta, insistiu, fornecendo o código de segurança de urgência que obrigou Reyes a responder. Esta violação foi fatal para Reyes, pois o Pentágono facilmente detectou o chamado e as coordenadas do local onde estava, fornecendo-o a Uribe. Foi uma perda pior do que se supõe, pois o número 1 das FARC, Tirofijo, estaria, segundo estas fontes, em estado de saúde deplorável e em risco de vida, numa fazenda venezuelana próxima à fronteira com a Colombia, onde poderia ser facilmente atingido por um ataque igual. Este seria o motivo para a mobilização de 85% dos contingentes venezuelanos para a fronteira: Chávez, arrependido, tentaria proteger Marulanda “Tirofijo”. Segundo estas fontes, no entanto, isto não passa de uma fraude para enganar suas próprias Forças Armadas sugerida pelo G2 cubano: um ataque, por mínimo que seja, faria com que Chávez incendiasse alguns poços de petróleo no lago de Maracaibo atribuindo a culpa a Uribe. Chávez se aproveitaria do conflito que se seguisse para declarar emergência nacional e suspender garantias constitucionais, implantando de vez seu Estado Totalitário e levar o preço do barril de petróleo a US$ 200.00, objetivo que já anunciou há tempos.
Minha interpretação destes fatos é um pouco diferente: num típico lance ditatorial Chávez teria entregado Reyes de propósito, com a finalidade de assumir seu lugar e bem poderia agora, provocar outro incidente contra Marulanda que o levasse a atingir a quatro objetivos: 1- reconhecimento internacional das FARC; 2- assumir seu comando; 3- estabelecer a ditadura interna; e, como Presidente da Venezuela e líder das FARC, liquidar o governo Constitucional da Colômbia e aplainar o caminho para a Grande Pátria Bolivariana, sonho de Bolívar que Chávez pretende consumar. Digo isto porque estão tentando atribuir a Bolívar ideais democráticos que ele nunca teve: sua idéia de República era ter um Presidente Perpétuo, evidentemente, Simón Bolívar!
Quando eu estava terminando este artigo recebo um Editorial de Fuerza Solidaria que reforça minha opinião. Com o título “Hugo Chávez é o verdadeiro substituto de Raúl Reyes”, Alejandro Peña Esclusa, que entende de Venezuela como poucos, refere-se ao comunicado das FARC nomeando Joaquín Gómez como sucessor de Raúl Reyes. Para Alejandro o nomeado não tem nem liderança, nem experiência política, nem as relações internacionais para exercer o cargo, e acrescenta: “o único homem capaz de substituir eficientemente a Reyes e reconstruir a capacidade operativa das FARC é Hugo Chávez” . É ele que já se converteu no principal porta-voz das FARC com um agravante: está usando o poder do Estado para pô-lo a serviço dos criminosos. Chávez goza de imunidade e controla as instituições do Estado.
Tal desenvolvimento seria impossível se o principal aliado de Uribe não tomasse a mesma atitude branda, ambígua e covarde que já vem tomando em relação a Israel: ofereceu um tratado de livre comércio, quando deveria ter ordenado imediatamente o deslocamento de um porta-aviões da base de San Diego – ali perto, para a velocidade destes monstros marinhos – mandado armas em profusão e deixado claro que se a Colômbia for atacada os EUA enviarão tropas para defendê-la e invadirão a Venezuela. Uribe deveria ir a Israel aprender como um País convive com “grupos insurgentes” lançando foguetes Kassam todos os dias e a hipócrita “comunidade internacional” finge que não vê. Mas se Israel revida, sai de baixo! É protesto de tudo quanto é lado, a Condoleezza vai lá e inicia um novo “processo de paz” e outro “encontro de alto nível” nos jardins da Casa Branca e o ciclo se repete ad nauseam. Lá também tem um Foro: a Liga Árabe!
A guerra assimétrica usando o terror contra países é parte da guerra da quarta geração. Mas esta já é outra história.
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Falando no Foro de São Paulo: o que deu para a mídia chapa branca desandar a falar nele, cuja existência vem negando há anos? Ora, ele não é mais necessário e está em vias de extinção; para que serve um organização clandestina se a quase totalidade dos países do Continente já estão oficialmente nas mãos de seus mentores? Então, agora pode falar à vontade!
Aprofunde-se no assunto:
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte I;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte II;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte III;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte IV;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte V.
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte II;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte III;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte IV;
As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano - Parte V.
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