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quinta-feira, 13 de março de 2008

Estado de anomia

Do portal do DIÁRIO DO COMÉRCIO
Quinta, 13 de Março de 2008

Algum tempo atrás, um amigo, economista de um organismo internacional dizia que não acreditava que o Brasil pudesse se tornar uma nação desenvolvida porque não havia aqui o respeito às instituições. Exemplificava ele que "no mundo inteiro o direito de propriedade é defendido pelo proprietário e pela polícia. No Brasil, esse direito depende do Poder Judiciário. Nos países desenvolvidos, qualquer agressão ao direito de propriedade é punida. No Brasil, nada acontece com os agressores".

Na verdade, o que ocorre no Brasil em relação às invasões e agressões ao direito de propriedade pelo MST e seus aliados, é o que Ralf Dahrendorf chama de "estado de anomia", que se caracteriza por "uma condição social em que as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam validade". Para Dahrendorf, "se as violações das normas não são punidas, ou não são punidas de forma sistemática, elas tornam-se em si, sistemáticas... A impunidade, ou a desistência sistemática de punições, liga o crime e o exercício da autoridade. Ela nos informa sobre a legitimidade de uma ordem."

No Brasil, o que vem ocorrendo em relação ao MST e a seus parceiros é que, além de não haver punições, existe não apenas a omissão como o estímulo do governo para suas ações, na medida em que parte importante dos recursos dessa organização são de origem governamental (outra parte vem do exterior, principalmente de países concorrentes ou cujos produtores são afetados pelo agronegócio brasileiro). E, agora, para desmentir o ditado de que "o crime não compensa ", o INSS vai assegurar aposentadoria a uma nova categoria de beneficiário, a dos invasores de terra.
Isso explica a atuação cada vez mais agressiva desses grupos, atingindo rodovias, a ferrovia da Vale do Rio Doce, plantações, laboratórios, órgãos públicos, etc.

A passividade com que a sociedade brasileira vem aceitando essas agressões, resulta, em grande parte, do processo gradativo de anestesias, na linha pregada por Gramsci, através da mudança do sentido das palavras, com a ditadura do "politicamente correto" que, ao mudar o sentido das palavras, faz com que elas passem a indicar quase o seu contrário.

Assim, invasão de propriedades, crime configurado no Código Penal, passa a ser tratado como "ocupação ". Invasores, são chamados de "sem-terra ", como a sugerir que eles têm um direito à terra, que lhes foi retirado, embora grande parte deles seja de origem urbana e uma parcela cada vez maior da população brasileira seja "sem-terra" na medida em que o país se urbaniza.

Grupos que agridem o direito de propriedade e, muitas vezes, até a integridade física de outros, são considerados "movimentos sociais " e suas agressões tratadas como "reivindicações de excluídos".

Parece que precisamos começar a chamar as coisas novamente por seus verdadeiros nomes, como fez o diretor de Assuntos Corporativos da Vale que afirmou que "discordamos desses atos de banditismos e não negociamos com bandidos".

Esse talvez seja o primeiro passo para se discutir seriamente os riscos que esses atos de violência podem acarretar para o País: crime é crime, não importa quem ou por que o cometa.

Considerar que a "violência contra as coisas" pode ser aceitável quando praticada por determinados grupos é, segundo Dahrendorf, um equívoco. Primeiro porque ela pode descambar para a "violência contra as pessoas", como tem ocorrido em vários episódios das agressões praticadas pelo MST, resultando, inclusive, em mortes. Segundo, e mais importante, porque representa uma "violência contra as instituições ", que são as bases sobre as quais se assenta a convivência social e a economia de mercado.

Talvez os últimos acontecimentos, mostrando que o MST e seus parceiros não estão preocupados com "reforma agrária", mas, sim, em impedir o progresso tecnológico do agronegócio, incluindo a energia renovável, no qual o Brasil é extremamente competitivo no mercado internacional, possa despertar a atenção dos empresários dos demais setores, para que se posicionem e exijam do governo o cumprimento da Lei e a manutenção da Ordem.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".