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terça-feira, 11 de março de 2008

O perigo sou eu (e não o FORO DE SÃO PAULO)

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio em 24 de setembro de 2007

Peço ao leitor a gentileza de examinar brevemente esta seqüência de fatos:

· Abril de 2001: o traficante Fernandinho-Beira Mar confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.

· 7 de dezembro de 2001: O Foro de São Paulo, coordenação do movimento comunista latino-americano, sob a presidência do sr. Luís Inácio Lula da Silva, lança um manifesto de apoio incondicional às Farc, no qual classifica como “terrorismo de Estado” as ações militares do governo colombiano contra essa organização.

· 17 de outubro de 2002: O PT, através do assessor para assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma em nota oficial que o partido nada tem a ver com as Farc e que o Foro de São Paulo é apenas “um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política internacional”.

· 1º. de março de 2003: O governo petista estende oficialmente seu manto de proteção sobre as Farc, recusando-se a classificá-las como organização terrorista conforme solicitava o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

· 24 de agosto de 2003: O comandante das Farc, Raul Reyes, informa que o principal contato da narcoguerrilha no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.

· 15 de março de 2005: Estoura o escândalo dos cinco milhões de dólares das Farc que um agente dessa organização, o falso padre Olivério Medina, afirma ter trazido para a campanha eleitoral do sr. Luís Inácio Lula da Silva. O assunto é investigado superficialmente e logo desaparece do noticiário.

· 2 de julho de 2005: Discursando no 15º. Aniversário do Foro de São Paulo, o sr. Luís Inácio Lula da Silva entra em contradição com a nota de 17 de outubro de 2002, confessando que o Foro é uma entidade secreta, “construída para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política”, que essa entidade interferiu ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo, ele próprio tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião pública.

· 9 de abril de 2006: o chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando Vermelho — entre eles pelo menos um da Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira — vão periodicamente à fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.

· 12 de maio de 2006: o PCC em São Paulo lança ataques que espalham o terror entre a população. Em 27 de dezembro é a vez do Comando Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.

· 18 de julho de 2006: o Supremo Tribunal Federal, sob a pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT, concede asilo político ao falso padre Olivério Medina, agente das Farc.

· 16 de maio de 2007: o juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha urbana.

· 12 de fevereiro de 2007: as Farc fazem os maiores elogios ao PT por ter salvo da extinção o movimento comunista latino-americano por meio da fundação do Foro de São Paulo.

· Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios ao seu 3º. Congresso, o PT admite que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no Brasil um regime socialista; e fornece ainda um segundo desmentido à nota de Giancarlo Summa, ao confessar que o Foro de São Paulo é “um espaço de articulação estratégica” (sic).

· 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das Farc.

Entre esses fatos ocorreram outros inumeráveis cuja data não recordo precisamente no momento, entre os quais o fornecimento maciço de armas às Farc pelo governo Hugo Chávez, uma campanha nacional de mídia para desmoralizar o analista estratégico americano Constantine Menges que divulgava a existência de um eixo Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre guerrilheiros das Farc e soldados do Exército brasileiro na Amazônia, as denúncias de que as Farc davam treinamento em guerrilha urbana aos militantes do MST e, é claro, várias assembléias gerais e reuniões de grupos de trabalho do Foro de São Paulo.

A existência de uma ligação profunda, constante e solidária entre o PT e as Farc é um fato tão bem comprovado, que quem quer que insista em negá-la só pode ser parte interessada na manutenção do segredo ou então um mentecapto incurável.

Também não me parece possível ocultar a evidência de que essa ligação não é só bilateral, mas envolve, em maior ou menor grau, todas as entidades participantes do Foro de São Paulo, a maior organização política do continente, da qual as Farc e movimentos similares constituem os diversos braços armados, atuando em torno e dentro do território brasileiro sob a proteção do nosso governo federal, chefiado, como se sabe, pelo próprio fundador do Foro de São Paulo.

Não me perguntem como e por que fatos dessa magnitude nunca foram objeto de uma CPI, nem sequer de um breve debate no Congresso, muito menos de algum esforço de reportagem da parte de uma mídia que se gaba de ser tão afeita a investigações perigosas.

As explicações são muitas – espírito de traição, testemunhas que desaparecem, dinheiro que rola, cumplicidade, oportunismo, covardia, estupidez – e nem vale a pena repassá-las. Mas há uma que, pelo pitoresco, deve ser aqui registrada.

O vício dos cursos de auto-ajuda, pagos a peso de ouro e valorizados mais por isso do que por qualquer resultado comprovado, infundiu na classe dominante brasileira uma fé sem limites no poder do pensamento positivo. Muita gente nas altas rodas acredita piamente que, se você repetir com perseverança o mantra “O comunismo acabou”, o movimento comunista terá cessado de existir. Acredita até que, diante de sujeitos que se declaram abertamente comunistas, como os srs. Aldo Rebelo ou Quartim de Moraes, a firme decisão de pensar que eles são outra coisa há de transformá-los nessa outra coisa.

Quanto aos indivíduos que se associam aos comunistas, participam de congressos comunistas, são tidos como comunistas fiéis pelos próprios comunistas e fazem planos para a tomada do poder continental junto com os comunistas, mas não admitem em público que são comunistas, a mera hipótese de que o sejam em segredo é repelida com desprezo ou indignação e alegada como prova de que o autor da sugestão é um perigoso extremista de direita, tão exagerado e fanático que talvez seja ele mesmo, sob camuflagem direitista, um agente provocador a serviço do comunismo internacional.

Chegamos assim à adorável conclusão de que o único comunista – ou pelo menos o único perigoso – sou eu.

Portanto, basta não me dar ouvidos, e pronto: o Brasil está a salvo da ameaça comunista. Não resta dúvida de que, nesse sentido, o Brasil tem hoje o mais vasto, organizado e poderoso front anticomunista já registrado ao longo de toda a História universal.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".