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terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Meras coincidências

Do portal MIDIA SEM MÁSCARA
por Olavo de Carvalho em 01 de janeiro de 2008

Resumo: Como explicar que a CNBB divulgue a agenda de uma organização dedicada a destruir a religiáo católica e promover o aborto?

© 2008 MidiaSemMascara.org

Quando se divulgou que a organização abortista Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) tinha escritório num edifício de propriedade da Igreja Católica, ao lado das salas ocupadas pela CNBB, logo vieram os beatos de sempre, jurando que era tudo uma inocente coincidência imobiliária.

Quando a mesma CDD promoveu uma conferência sobre “A Bíblia e o Homossexualismo” em parceria com a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo , foi também mera coincidência.

Mera coincidência, ainda, o fato de que essa universidade católica aprovasse com louvor a tese de Yury Puello Orozco, militante daquela organização, que culpava a Igreja Católica pela disseminação da Aids.

Coincidência, pura coincidência, que a Casa de Retiro Sagrado Coração de Jesus , entidade católica de São Paulo, acolhesse em sua sede um seminário sobre Masculinidade e Religião , depois outro sobre Gênero, Religião e Mídia , por fim mais um sobre Aids, Sexualidade e Religião , os três promovidos pela CDD, e pelo menos o último deles anunciado no próprio jornal da Arquidiocese de São Paulo.

E que mente maliciosa veria algo mais que coincidência no fato de que a Escola Dominicana de Teologia , em São Paulo, promovesse uma comemoração dos cinqüenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos com apoio e patrocínio de quem? Das Católicas pelo Direito de Decidir .

Diante de tantas coincidências, é portando dever dos fiéis bradar, com devota confiança na idoneidade do bispado nacional: a CNBB não tem nada, absolutamente nada a ver com a essa organização abortista. Qualquer sugestão de que haja uma aliança cúmplice entre as duas entidades só pode ser obra de malvados, como o signatário deste artigo.

Tanto mais que esse mesmo articulista, em dois artigos publicados em O Globo , já demonstrou que a referida CDD não é de maneira alguma uma entidade católica, que só se denomina assim para ludibriar os fiéis, que é na verdade a filial nacional de uma organização satanista, criada com o propósito explícito de lutar pela destruição da Igreja. A presidente da organização esperneou um pouco diante do argumento, mas, com a desonestidade flagrante da sua resposta, acabou por lhe dar total confirmação.

A CNBB, é claro, jamais se associaria com uma entidade dedicada à destruição da Igreja. Portanto, foi também por mera coincidência, e sem nenhuma culpa da CNBB, que uma entrevista com a Sra. Dulce Xavier, porta voz das Católicas pelo Direito de Decidir , foi parar no DVD oficial da Campanha da Fraternidade deste ano. Se o católico compra uma cópia do disco na expectativa de aí encontrar o discurso anti-abortista que a fé cristã e sucessivos decretos papais tornam obrigatório a todos os fiéis, e aí se depara, ao contrário, com a apologia do aborto, ele nem por um minuto deve suspeitar das elevadas intenções e da perfeita ortodoxia católica da CNBB.

Obediente ao culto da hierarquia, mais que às palavra de Jesus Cristo e às tradições da Igreja, deve tratar de buscar logo alguma explicação tranqüilizante para o ocorrido. Se encontrar, me avise, porque eu não encontro nenhuma.


P.S. Estes são os links para os meus dois artigos citados acima:

Escolha o adjetivo
Católicas, uma ova!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".