Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Em defesa da Vida

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Heitor De Paola em 29 de dezembro de 2007

Resumo: Não parece estranho que na época mesma em que surgem as justas revoltas contra discriminações de toda ordem – cor, raça, preferência sexual, credo – e a defesa das espécies animais em risco de extinção, seja defendida a cruel discriminação dos não-nascidos?

© 2007 MidiaSemMascara.org

“Lamentavelmente vivemos num tempo em que algumas pessoas não valorizam todas as formas humanas de vida. Elas querem selecionar e escolher quais indivíduos têm valor. Não podemos diminuir o valor de uma categoria de vida humana – os não-nascidos – sem diminuir o valor de toda a vida humana.

Notei que todos os que defendem o aborto já nasceram”.

RONALD WILSON REAGAN

Com sua forma característica de grande comunicador, Reagan fazia citações que estimulam e devem ser aprofundadas. É claro que para defender o aborto é preciso não ter sido abortado. Jamais saberemos a opinião dos milhões que foram arrancados das barrigas de suas mães e jogados no lixo ou incinerados. Embora possa parecer um truísmo, não o é no sentido de que podemos perguntar aos defensores do aborto sua opinião a respeito de se concordariam que seus pais os tivessem abortado. Ou se aceitariam a sugestão de Olavo de Carvalho do Auto-Aborto Voluntário Retroativo (A.A.V.R.). Será que algum, sinceramente, preferiria que seus pais o tivessem abortado? Ou estaria disposto a fazê-lo agora para dar força a seus argumentos?

Possivelmente não, pois são pessoas que se consideram acima do bem e do mal e benfeitores da humanidade por defenderem “os direitos da mulher sobre o próprio corpo”. Observam e julgam a Humanidade “de fora”, como se dela não fizessem parte.

Não parece estranho que na época mesma em que surgem as justas revoltas contra discriminações de toda ordem – cor, raça, preferência sexual, credo – e a defesa das espécies animais em risco de extinção, seja defendida esta cruel discriminação dos não-nascidos? Ou no dizer de uma jovem grávida chamada Victoria (citada por Reagan em Abortion and the Conscience of the Nation na Human Life Review em 1983): “Nesta sociedade salvamos baleias, lobos da floresta e águias e até mesmo garrafas de Coca-Cola. No entanto, todo mundo queria que eu jogasse meu bebê no lixo”.

Pois se é verdade que a Humanidade convive com o aborto desde o início dos tempos, é verdade também que só na segunda metade do século passado esta modalidade de genocídio passou a contar com instituições ricas e bem organizadas a defendê-la. Antes se praticava o aborto às escondidas ou às claras, mas tratava-se de uma questão individual. Havia leis regulamentando o aborto que variavam de país para país, mas só recentemente o tema tornou-se “um grave problemas de saúde pública”.

Não vou tratar aqui o assunto em suas várias facetas, nem mesmo as questões biológicas e embriológicas envolvidas de quando começa a existência humana. Minhas opiniões a respeito podem ser encontradas em "Quando começa a vida?" e serão desenvolvidas mais profundamente após estudo mais acurado de embriologia. Abordarei um aspecto específico da questão.

É muito fácil ser a favor do aborto: basta assinar manifestos e propor leis, sem o ônus de ter que realizar o ato de enfiar um instrumento no útero de uma mulher e estraçalhar o feto que lá se encontra, ou aspirá-lo aos pedaços. Fossem obrigados a ter esta experiência pessoalmente, muitos que são favoráveis ao aborto, mas possuem sentimentos de empatia com o “objeto” de seu ato, deixariam de sê-lo. É muito comum dizer-se que este é um argumento das esquerdas quando na verdade enquanto estas defendem abertamente o aborto os liberais e libertários o fazem, freqüentemente, na surdina. O argumento destes, que já tive que enfrentar em diversas discussões, é o de que cada um tem direito de fazer o que bem entende com o próprio corpo e as autoridades não devem interferir em sua soberana vontade. É claro que os que possuem alguma inteligência sabem que não estamos lidando com um corpo neste caso, mas dois – ou mais! E escondem maliciosamente este fato, pois ao não fazer, terão que enfrentar o argumento de que o feto também tem direito ao seu corpo e enquanto não nascer e tiver discernimento alguém deve defender seus direitos em seu nome. Escolhi propositadamente citações de Ronald Reagan por este ser considerado um dos maiores Presidentes liberais da história americana e, portanto, insuspeito de simpatias esquerdistas.

Da mesma forma é fácil ser contra o aborto somente assinado manifestos e propondo leis. Para as mulheres de posses tanto faz o que se resolva já que continuarão, se o desejarem, abortando em luxuosas clínicas e, caso optem por criar seus filhos será com todo o conforto, em boas escolas, com planos de saúde de primeiro mundo. O problema reside exatamente nas moças pobres, solteiras, estupradas, abandonadas pelo pai dos filhos – se é que sabem de quem se trata – e até por famílias que exigem o aborto para evitar a “vergonha” de ter filhas mães solteiras. Apenas ser contra o aborto e deixá-las ao léu, além de ser desumano, fornece munição aos defensores do aborto que usam exatamente este argumento para defender seus pontos de vista “sociais”. Este é um dos fortes argumentos a favor do aborto: apelar para a “caridade” quando falam das condições precárias de vida que estas crianças terão, quantas sobreviverão. Recuso-me terminantemente a sequer discutir a afirmação de uma autoridade de que “a aprovação do aborto é necessária, pois os ventres das mulheres faveladas são verdadeiras fábricas de bandidos”!

Pois há algo sim a ser feito, e não pelo onipresente governo. A menina Victoria, citada acima foi acolhida pelo grupo Save-a-Life, de Dallas, Texas. Outros grupos citados por Reagan já naquela época eram a House of His Creation, de Catesville, Pennsylvania, e a Rossow Family, de Ellington, Connecticut. Pois recentemente tomei conhecimento de que bem perto de nós um grupo abnegado e esforçado de mulheres tem desenvolvido a atividade de acolher moças nessas condições precárias que, não obstante, preferem ter seus filhos.



A Associação Nacional Mulheres pela Vida, sob a orientação espiritual do Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz da Associação Pró-Vida de Anápolis, vem prestando assistência a gestantes “que chegaram a tentar abortar o filho num momento de extremo desespero, abandono, pobreza extrema, crítica, medo, enfim...” na cidade de Nilópolis, região Metropolitana do Rio de Janeiro. Há 16 anos a Presidente da Associação, Sra. Doris Hipólito Pires começou a acolher estas mulheres/meninas grávidas em sua própria casa “em virtude da falta de uma casa de amparo maternal, que oferecesse um serviço para este fim”. Com o crescimento do número de pessoas a ajudar já foi possível alugar uma pequena casa. Atualmente acompanham 27 gestantes extremamente sofridas. Além de refeições possuem uma oficina onde são confeccionadas as roupinhas de pagão desmanchando as blusas de malha que são doadas quando falta malha. Há falta de fraldas e demais peças de enxoval para os bebês que nascerão. Além disto, alimentos não perecíveis são necessários. Também roupas de cama, mesa e banho, pratos, talheres, e copos ou canecas de plástico.

A Associação conta com a ajuda de outros grupos pró-vida, como o Movimento Arquidiocesano em Defesa da Vida do Rio de Janeiro, mas toda ajuda será muito bem recebida. Diz D. Doris: "Muitos pensam que pelo fato de sermos uma Associação recebemos recursos externos. Podemos afirmar que não recebemos recursos municipais, nem estaduais nem federais". A Associação possui materiais cuja venda poderia suprir as necessidades essenciais:

DVD – O ESTADO FINANCIANDO O CRIME – PE. LODI
DVD - MÉTODO BILLINGS – DRª FÁTIMA NASCIMENTO
DVD - VIDA INTRA-UTERINA E MÉTODOS ABORTIVOS - DORIS HIPÓLITO
DVD - TESTEMUNHOS DAS GESTANTES - VÁRIAS MÃES

LIVRETO - O DIREITO DE NASCER EM VERSOS – DORIS HIPOLITO

CAMISETAS – SOU FILHO DE DEUS – DEFENDA-ME

Preços: DVD’s e CAMISETAS – R$ 10.00 (DEZ REAIS) mais despesas de correio.

Livreto – R$ 2.00 (dois reais).

Para doações e demais informações: Rua Humaitá, 172 (Ir. Anacleta membro da diretoria) Humaitá – Rio de Janeiro, tel. (21) 2286 8787. Também pode ser usado o e-mail dorisprovida@ig.com.br ou os telefones (21) 2692 0179 – 9948 0197 – 82212289.

O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP).

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".