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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Não explica nem justifica

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
Por Percival Puggina em 26 de dezembro de 2007

Resumo: A conversa fiada do “bloqueio” não explica nem justifica o fracasso da economia cubana. Já o embargo norte-americano se explica, mas, decorrido meio século, não mais se justifica.

© 2007 MidiaSemMascara.org

O pedido de asilo dos cantores cubanos fez com que o Fantástico, em 16 de dezembro, produzisse matéria sobre a dura realidade da ilha de Fidel. Como resposta, a embaixada cubana, através de sua Seção de Imprensa, enviou ao programa um alentado documento, com o título “Lo que Fantástico no divulgó”. O texto foi acolhido por instituições de esquerda e circula na rede.

Ele atribui as dificuldades vividas por Cuba, sob o regime comunista que lhe está imposto desde 1959, ao que chama “criminoso bloqueio norte-americano”. Não é novidade essa afirmação. Ela reaparece no bolso dos comunistas sempre que se debate a situação daquele país. Segundo eles, Cuba não é pobre por causa do regime que adotou, mas por exclusiva responsabilidade dos Estados Unidos, que manteriam sobre a ilha um cerco concebido para matar a todos de fome. Não fosse assim, o promissor modelo econômico lá estabelecido seria um sucesso de público e renda.

Ora, Cuba não é vítima de nenhum bloqueio. O único bloqueio ali imposto foi de natureza militar, por ocasião do episódio dos mísseis soviéticos, em outubro de 1962. Naquelas circunstâncias, os Estados Unidos estabeleceram um cerco naval que se encerrou no dia 26 do mesmo mês, para impedir que navios com novos carregamentos aportassem à ilha. O que os Estados Unidos, de fato, impõem a Cuba é um embargo econômico meia-boca, instalado porque Fidel, no início dos anos 60, desapropriou, sem indenização, todo o patrimônio produtivo das empresas norte-americanas no país.

A cantilena comunista sobre o tal bloqueio induz os desavisados a crer que Cuba seja um país sitiado, transformado em pária da comunidade internacional, que nada pode comprar nem vender porque os ianques não deixam. Deslavada mistificação. Boa parte dos produtos que você encontra em certos mercados mais bem abastecidos de Cuba são procedentes do México, país que integra o Nafta com os Estados Unidos. Os maiores investimentos estrangeiros em Cuba são da Espanha, país parceiro dos Estados Unidos até na Guerra do Iraque. Os únicos ônibus que merecem esse nome no trânsito de Havana são fabricados aqui em Caxias do Sul pela nossa Marcopolo. A maior parte dos turistas que aportam na paradisíaca Varadero (mais de meio milhão deles por ano) são canadenses. Filiais estrangeiras de empresas norte-americanas estão habilitadas a transacionar com Cuba dentro de determinados limites. Cuba compra alimentos dos Estados Unidos, diretamente, desde que efetue o pagamento à vista. Centenas de milhões de dólares compõem esse fluxo comercial todos os anos. Uma das maiores fontes de divisas do país é a ajuda humanitária que os cubanos residentes nos Estados Unidos podem enviar para seus parentes. A Venezuela, principal fornecedora de petróleo para Cuba (a preços subsidiados) vende para os Estados Unidos 70% de sua produção petroleira.

Portanto, a conversa fiada do “bloqueio” não explica nem justifica o fracasso da economia cubana. Já o embargo norte-americano se explica, mas, decorrido meio século, não mais se justifica.

O autor é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. puggina.org.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".