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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cortesia ATEA

 

CAOS & REGRESSO


2 de julho de 2012

1:13 PM VINICIUS OLIVEIRA

Imagine que certo homem de boa aparência esteja andando pelas ruas e falando sobre liberdade. As pessoas ficam realmente comovidas com seu discurso e começam a segui-lo. O homem fala sobre como a liberdade é bela, e como os homens que são contra a liberdade roubam a beleza do mundo. "A liberdade é para todos; ninguém pode tratar uma pessoa como sua propriedade", ele diz. Em uma sociedade em que homens dominassem outros homens como animais, tais palavras soariam como as palavras de um profeta, e todos os escravos desejariam que suas profecias fossem verdadeiras. Mas agora imagine esse mesmo homem chegando em sua casa, após um longo dia de apologia à liberdade: ele senta, tira seus sapatos e, de repente, um de seus escravos se aproxima para receber alguma ordem... Antes de fazer qualquer comentário sobre esse homem, adiantarei algo fundamental: esse homem é a ATEA.

Poderíamos descrevê-lo de muitas formas, chamando-o de cínico, falso ou hipócrita, mas certamente não haveria sentido em chamá-lo de vítima. Mas é quando o veem como vítima que esse homem se torna ainda mais difícil de compreender, pois a loucura sufoca o pouco que havia de sensatez em seu tipo. Ninguém conseguiria tolerar um homem que pregasse a liberdade e tivesse dez escravos acorrentados ao seu nome, especialmente se o fizesse em uma sociedade que já é livre. Ora, a ATEA faz exatamente isso: denuncia incansavelmente algo chamado intolerância, e age dia após dia de forma notadamente intolerante.

Meu único objetivo, aqui, é evidenciar essa intolerância. E eu não farei isso para que o leitor compreenda as causas da incoerência dessa associação, mas sim para que compreenda isso: que essa associação é o retrato da perversão do bom senso. Eu prometo ao leitor que essa postagem não será extensa como a primeira - Caridade ATEA [1] -, e também prometo que não estou tentando ofender ninguém. Mas defender a verdade pode ser realmente duro, o que não é desculpa para querer mascará-la com eufemismos baratos. C. S. Lewis escreveu algo que devo citar antes de qualquer outra consideração:

Quando um homem melhora, torna-se cada vez mais capaz de perceber o mal que ainda existe dentro de si. Quando um homem piora, torna-se cada vez menos capaz de captar a própria maldade. Um homem moderadamente mau sabe que não é muito bom; um homem completamente mau acha que está coberto de razão. Nós sabemos disso intuitivamente. Entendemos o sono quando estamos acordados, não quando adormecidos. Percebemos os erros de aritmética quando nossa mente está funcionando direito, não no momento em que os cometemos. Compreendemos a natureza da embriaguez quando estamos sóbrios, não quando bêbados. As pessoas boas conhecem tanto o bem quanto o mal; as pessoas más não conhecem nenhum dos dois [2].

O autor expressa aí uma verdade prática que pode ser perfeitamente ilustrada pelo caso da ATEA. Quando se lê o que é publicado na página oficial da associação no Facebook, se tem a impressão de pura desonestidade, mas também se nota que o autor dessas publicações, seja ele quem for, parece não perceber que está sendo desonesto. É possível perceber que a ATEA age como se tivesse de fato fazendo algo bom enquanto faz coisas ruins. Ela prega a liberdade, mas possui escravos: e o que é realmente notável é que ela não percebe que possui escravos, o que não a permite entender porque os outros a acusam de hipócrita ou cínica. É uma associação intolerante e preconceituosa que não admitiria ser chamada dessas coisas, e não é por acaso que muitos de seus seguidores estão sempre dispostos a defendê-la, pois eles também acham tudo que acontece ali muito normal e sensato.

Aqui está um exemplo: um rapaz conta como se tornou ateu e agradece a ATEA por tê-lo ajudado nesse processo. Diz ele: "agradeço pelo trabalho de vocês, de abrirem os olhos da sociedade, porque o pior cego é aquele que não quer ver e graças a vocês eu sou uma pessoa com capacidade de fazer as coisas por mim mesmo" [3]. Não comentarei o depoimento do rapaz, já que quero apenas fornecer evidências para o que digo e evitar ser acusado de inventar algo que não existe. Mas eu direi que, se a ATEA está abrindo os olhos da sociedade, o efeito prático dessa operação é uma sociedade vesga, como se nota pelo exemplo de muitos dos seguidores da página. Muitos deles não enxergam nenhum preconceito ou intolerância ali, e quando alguém acusa a associação dessas coisas - o que é feito até mesmo por ateus -, eles acusam os acusadores de outras coisas, a fim de preservar a imagem e credibilidade da associação.

Mas acusar a ATEA de intolerante baseada em seus seguidores seria como acusar o futebol baseado em torcedores, o que não é justo e não é minha intenção. Na verdade, acredito que seria melhor para a ATEA ser julgada a partir de seus seguidores, pois a impressão que se tem é que parte deles ainda tem a cabeça no lugar, enquanto a associação em si perdeu completamente o juízo, e isso é bastante revelador. Pois a ATEA não pode fazer como comumente faz um cristão que, por exemplo, defende o cristianismo das polêmicas sobre pedofilia. O cristão poderia dizer que o cristianismo não promove tal prática, e que de fato a condena, e que não seria justo atribuir ao cristianismo a causa dos crimes desses e daqueles cristãos. Ora, nem os seguidores nem os responsáveis pela ATEA poderiam fazer algo do tipo: pois são justamente os responsáveis por ela que fazem generalizações como "todo religioso é estúpido". Ninguém ali tem o direito de dizer: "Não! Veja bem: isso foi dito apenas por um seguidor, mas não reflete a ética da associação". Isso seria uma grande mentira, e eu mostrarei por quê.

Analisemos algumas publicações da ATEA no Facebook. Deixarei o link para as imagens, mas caso alguma acabe sendo removida, o leitor poderá encontrar nas referências um printscreen de cada uma delas. Eu deveria ter feito isso com todos os links salvos no rascunho dessa postagem, porque algumas postagens foram removidas e se perderam - por exemplo, uma publicação de dia das mães, 13 de maio, feita pela ATEA, uma das mais ofensivas que eu já vi, que provavelmente fora removida por denúncias. A página Anti-ateísmo republicou a mesma postagem [4], com a diferença de ter adicionado tarjas pretas ao conteúdo e uma legenda em repúdio à atitude da ATEA. Esse tipo de ofensa é exatamente a evidência que suporta tudo que foi dito até aqui, e agora apresentarei mais exemplos.

Comecemos com uma imagem sobre criacionistas [5]. Vemos nela duas definições sobre criacionistas: o fanático, que é "o idiota que acredita que Deus criou o mundo há seis mil anos"; e o moderado, que é "o idiota que acredita na mesma coisa, mas pensa que foi há mais tempo". Ou seja, se você acredita que Deus criou o mundo, você é um idiota. Todo teísta é, portanto, um idiota - o que os responsáveis pela ATEA devem considerar um elogio, levando em conta outras características que atribuem aos crentes em geral. Eu não farei considerações com a finalidade de "refutar" cada imagem comentada, pois meu objetivo é, repito, apenas evidenciar o quão intolerante e preconceituosa é a ATEA.

Agora, eu não sei se a associação tem algum problema particular com a Virgem e com o Papa Bento XVI, mas ela certamente aprecia ofender ambos várias vezes. Insinua, ou melhor, afirma com todas as letras, que a Mãe de Deus fora um traidora [6][7], e se lermos os comentários, encontraremos dezenas de mensagens de apoio às publicações. Um usuário diz que ateus não precisam "ser ofensivos contra outras religiões" para sustentarem seu ateísmo. "Mas, convenhamos... É divertido!", conclui ele. Essas são, aparentemente, as pessoas racionais e superiores que só o ateísmo é capaz de produzir. Quanto às imagens direcionadas ao Papa Bento, são sugestões de que é pedófilo ou de que apoia e encobre a pedofilia [8][9][10]. E eles nunca fornecem evidências para as acusações: apenas afirmam; simplesmente "não perdem a piada".

Também não poderia faltar uma promoção da utopia marxista [11]. "Um mundo sem religiões... seria bem melhor!", eles dizem. Ora, e depois reclamam quando um cristão diz a mesma coisa sobre o ateísmo associando-o aos regimes comunistas, como se a desculpa esfarrapada de que aquilo "não foi em nome do ateísmo" resolvesse o problema. Se a acusação cristã é injusta e se os crimes comunistas não tivessem relação com o ateísmo - o que é mentira -, a ATEA não teria o direito de reclamar de nada, pois está utilizando estereótipos e fazendo generalizações absurdas para chocar sua audiência e quem mais veja suas imagens.

No entanto, nada disso se compara aos ataques direcionados a Cristo. Eles são abundantes: extremamente abundantes, e ocorrem diariamente. Não acredita? Acesse o Mural de fotos da página oficial e veja por conta própria. Em um deles [12], com uma imagem de Jesus sendo crucificado no filme A Paixão de Cristo [13], lemos que "esta pessoa", Jesus, "foi vítima de espancamento por ser homossexual. O Facebook doará 0,50 centavos para cada compartilhamento desta foto". E o que nós, cristãos, temos que fazer? Rir do humor arrojado da ATEA? Nós podemos denunciar a página, e devemos fazê-lo, mas nesse momento eu gostaria apenas de ressaltar uma grande ironia.

A ATEA tem o hábito de questionar o quão injusto é o cristianismo, que, segundo eles, condena os ateus ao inferno pela "mera descrença" [14]. Agora, supondo que isso fosse verdadeiro, será que essas pessoas são tão doentes a ponto de acreditar que todas essas ofensas diretas, todo esse escárnio e desprezo podem ser traduzidos como "mera descrença"? Como que ridicularizar o cristianismo diariamente e agir de forma tão desrespeitosa a tudo que é sagrado para os cristãos pode ser considerado "mera descrença"? Vocês percebem o quão apropriadas são as palavras de C. S. Lewis? Alguém sustentaria, após esses poucos exemplos, que é injusta a minha acusação de que a ATEA é uma associação perversa? A verdade é que fui bastante gentil: trata-se de uma associação criminosa, que curiosamente se propõe a lutar pela lei, "pelo Estado realmente laico".
Quando a associação publicou uma versão forjada de uma história da Turma da Mônica [15], intitulada "O Trauma", muitas pessoas ficaram confusas, e pensaram inclusive que a tira fosse de Maurício de Souza, já que consta sua assinatura no embuste. A ATEA não incluiu nenhuma descrição esclarecendo a imagem, e ali se lê apenas "Cebolinha em O Trauma". Não duvido que a imagem tenha sido fabricada para aparentar ser real e fazer com que as pessoas acreditassem que os problemas de Cebolinha se devessem a um abuso por parte de um padre. O plano foi bem sucedido, pelo que se percebe nos comentários de algumas pessoas. Desmascararam a ATEA no Fórum Realidade [16], mas é óbvio que muito mais pessoas viram apenas a versão falsa, e a ATEA não aparentou ter a menor preocupação com a verdade, já que em nenhum momento se manifestou para encerrar a discussão.

Clique para ampliar!

Essa é a honestidade da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos. Mas, obviamente, guardei o "melhor" para o final. Nada se compara a essa última imagem em termos de desonestidade e estupidez. Em uma mistura de mau-caratismo e imbecilidade típicas, a ATEA conseguiu produzir algo único e inacreditável. Em uma imagem bizarra, juntou uma cruz com a suástica, botou o rosto de Jesus em um uniforme nazista e citou uma frase dita em uma parábola, de modo que pareça que Jesus esteja ordenando a morte de quem quer que o recuse [17]. E muitas pessoas caíram na armadilha: começaram a comentar ironicamente sobre a bondade de Jesus, como se estivessem dando um tapa doloroso na cara dos cristãos. Mas se alguém levou um tapa nessa história, foi uma senhora chamada Justiça. E não foi um tapa só: a imagem já foi removida uma vez, por denúncias, mas a ATEA a republicou na semana passada, 26 de junho.

O leitor poderia desconfiar que essa amostra de imagens não represente a maioria das postagens da ATEA, que passam dos milhares. Mas, novamente, eu sugiro que acesse as Fotos do mural da página oficial da associação, o que permitirá ao leitor perceber que em geral as postagens são ainda piores. Também não culparia o leitor que pensasse que, afinal, essa associação possa parecer um agente do diabo ou algo do tipo, mas já ouvi dizer que o diabo possui uma inteligência peculiar, e se podemos afirmar algo sobre a ATEA com segurança, é isso: que é uma associação enraizada na estupidez, cujos frutos tem sabor de imbecilidade. Mas sobre esse aspecto falarei na próxima postagem dessa série, à qual chamarei Sabedoria ATEA.

Por fim, pergunto: quem, diante de tudo isso, levará a sério uma matéria sobre a ATEA que diz "movimento ateísta quer acabar com preconceito"? [18] Mais que isso: quem levará a sério a própria ATEA quando diz: "Combatemos a intolerância. E enquanto a religião usar da intolerância para se manter, então combateremos a religião"? [19] Por acaso a ATEA parece uma instituição tolerante e livre de preconceitos? Acredito que o meu ponto esteja sólido, mas gostaria de sugerir ao leitor que não apenas leia tudo isso e fique indignado com a associação: lembre-se de, acima de tudo, denunciar todos esses abusos criminosos, sempre que for possível.

Referências:

  1. Caos & Regresso, Caridade ATEA. Disponível em caosdinamico.com.
  2. C. S. Lewis, Cristianismo puro e simples, trad. de Álvaro Oppermann e Marcelo Brandão Cipolia. São Paulo: Martins Fontes, 2008, págs. 44-5.
  3. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 2 de julho de 2012. Disponível emfacebook.com. Veja outros exemplos, como esse, na timeline da página.
  4. Anti-ateísmo (anti-atheism), 13 de maio de 2012. Disponível em facebook.com.
  5. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 14 de junho de 2012. Disponível emfacebook.com (printscreen).
  6. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 12 de maio de 2012. Disponível em facebook.com (printscreen).
  7. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 14 de maio de 2012. Disponível emfacebook.com (printscreen).
  8. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 21 de junho de 2012. Disponível emfacebook.com (printscreen).
  9. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 16 de abril de 2012. Disponível emfacebook.com (printscreen).
  10. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 20 de abril de 2012. Disponível emfacebook.com (printscreen).
  11. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 20 de abril de 2012. Disponível em facebook.com (printscreen).
  12. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 31 de março de 2012. Disponível em facebook.com (printscreen).
  13. Mel Gibson, The Passion of the Christ, 2004. Disponível em imdb.com.
  14. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 18 de junho de 2012. Disponível em facebook.com.
  15. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 29 de maio de 2012. Disponível em facebook.com.
  16. Fórum Realidade, "ATEA pede dízimo para fazer histórias falsas da Mônica", 29 de maio de 2012. Disponível em realidade.org.
  17. ATEA - Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, 31 de março de 2012. Disponível em facebook.com (printscreen).
  18. Revista Viver Brasil, "Direito de não ter fé". Disponível em revistaviverbrasil.com.
  19. A ATEA removeu a imagem original, mas ela está disponível em um prinscreen utilizado em uma imagem-resposta de nossa página: 14 de junho de 2012. Disponível em facebook.com.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".