HEITOR DE PAOLA
GOLPE CONTRA O PARAGUAI E A DEMOCRACIA
Osmar José de Barros Ribeiro
17 Jul 2012
Recentemente reuniram-se, em Mendoza/Argentina, presidentes e ministros sul-americanos integrantes do Mercosul e da Unasul, esta congregando todos os países e aquele, a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai.
Interesses e ligações tanto econômicos quanto políticos vem levando a Argentina, secundada pelo Brasil, a postular a entrada da Venezuela no primeiro grupo citado. No entanto, a oposição do Congresso paraguaio, rebelde aos desejos do Executivo na pessoa do ex-presidente Fernando Lugo, impedia isso.
Todos sabem que a criação da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), da qual faz parte a Venezuela, foi mais um passo do Foro de São Paulo no sentido de reunir, num mesmo bloco, aqueles países com os quais o comunismo internacional almeja criar um polo de poder em substituição à União Soviética. Sem dúvida, um passo ousado que, alijando os Estados Unidos, criou uma nova instância subcontinental independente da OEA e, teoricamente, livre da influência política, econômica e militar daquela potência mundial.
Seu acordo constitutivo, prevê o diálogo político, a integração física e energética, a defesa do meio ambiente, a adoção de mecanismos financeiros sul-americanos, a superação das assimetrias regionais e a criação de uma aliança militar. É de salientar que a influência da esquerda foi determinante para que nações de língua espanhola, desde os tempos de Simón Bolivar temerosas do imperialismo brasileiro aceitassem, por óbvia inspiração do já referido Foro, a criação de um organismo que, ao fim e ao cabo, pretende o surgimento de uma federação de nações ao sul do rio Grande.
Eis que hoje, lamentavelmente, vivemos dias nos quais vicejam a covardia e interesses inconfessáveis, dias nos quais a aparência substitui a verdade, a hipocrisia toma vulto e as conveniências, por mais rasteiras, são aceitas, sem muito protesto. A prova mais evidente dessa afirmativa está na posição tomada pelos governos do Mercosul e da Unasul frente aos acontecimentos havidos no Paraguai e que resultaram no impedimento, de resto absolutamente legal e conforme a Constituição do país, do ex-bispo que, como presidente, mostrou-se de uma incompetência a toda prova. Defeitos, ele os tinha a mancheias. Qualidade, apenas uma: ser um notório esquerdista e, como tal, contar com o apoio dos governos dominados pelo esquerdismo populista.
A suspensão temporária do Paraguai, seguida da pronta admissão da Venezuela no Mercosul, atendeu ao desejo das presidentes da Argentina e do Brasil e, por razões econômicas, político/ideológicas ou simples comodismo, foi coonestada pelos demais. O resultado parece não ter sido o esperado já que a deposição de Lugo, feita de conformidade com a legislação paraguaia, não deu causa a protestos ou perturbações da ordem pública. Ao contrário, provocou a união daquele povo contra a absurda medida que significa, antes de mais nada, uma indevida e injustificável intromissão nos assuntos internos da nação irmã.
Do episódio fica o alerta, anteriormente tocado em Honduras e que agora repercute no Paraguai: os governantes esquerdistas, sob a batuta do Foro de São Paulo (leia-se Cuba), empregarão todos os meios e modos para manter-se no poder, anulando a oposição democrática, calando a imprensa ljvre e comprando apoio popular ao oferecer, como na Roma antiga, pão e circo.
O cerco vai num crescendo. Resistir é preciso.
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