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quinta-feira, 24 de maio de 2012

O sonho de Lennon e gêniozinho-ateu

 

FIDES ET RATIO

Por franciscorazzo, abril 26, 2012 2:54 am

 

Existem aproximadamente umas 7 bilhões de pessoas e umas 300 mil religiões em todo mundo. A religião é um fenômeno humano, enraizado em sua história, tal como é a economia,  política, a história,  a “ciência”, a ação proposital racional, a vida psíquica, biológica, social etc.

É fato também que as pessoas entram em conflito e que também existe violência… desde que o homem é homem.

O gêniozinho-ateu olha pro mundo e vê violência, vê também pessoas religiosas que, por serem pessoas, praticam religião e violência, vê a si mesmo como um bom mocinho e “descobre”, olha como é gênio!, que a causa necessária da violência é o conflito religioso, logo, né?, propõe a solução que ninguém em 150 mil anos de humanidade conseguiu pensar: acabando com as religiões acabará a violência e todos viverão felizes para sempre.

Ele  é um rapaz de coração muito bom, certamente tem boas intenções e espera que todos os sete bilhões de seres humanos vivam e sejam no fundo apenas felizes, tal como ele, nosso gêniozinho-ateu, é feliz!

O que estou chamando de gêniozinho-ateu é uma espécie de versão high tech dos sonhos de John Lenonn:

Imagine there’s no countries
It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

And the world will live as one

Esse tipo de frase é daquelas que “dão ou merecem um doutorado” pra Ciência da Religião ou pra Filosofia! A esperança desse tipo de ateu – pois nem todo ateu é geniozinho, há os ateus realmente honestos e que reconhecem os seus limites e os limites da natureza humana – é como tentar um dia acabar com a lei da gravitação pra resolver com o problema do leite derramado ou custurar o cu de todos os homens a fim de resolver o problema do saneamento básico.

É difícil desenhar pra essa gente que a religião é um componente da própria estrutura da consciência humana, isto é, é uma condição necessária da própria humanidade do homem e não uma invenção de uma porção de homens angustiados e a fim de enganar os otários, tal como é também um componente da humanidade do homem o fato dele ser desonesto, conflituoso, torpe, limitado, mortal, paradoxal etc.

Ninguém acabará com a religião sem antes acabar com o próprio homem. O sonho de Lennon é o fim do próprio humano. “The world will live as one”?, sim!, porém só se existir apenas um único homem delimitado por esse tipo de tolice, e isso é uma espécie de “autismo moral”, com todo respeito com aqueles cuja condição mental dramática não é voluntária. Viva absolutamente consigo mesmo e nunca terá um único conflito além de ter de dormir com o peso da própria consciência!

A complexidade da realidade humana é o limite desse tipo de “piração”. O problema não é acabar com a religião pra se viver em completa paz, o jeito de viver em paz é acabar com o “outro” e acabar com o outro é também acabar com um componente fundamental da natureza humana, isto é, a vida em comunidade. Como diz um grande historiador das religiões: “ser ou tornar-se um homem significa ser religioso”.

Um comentário:

Anônimo disse...

O músico como outro oficial vive dentro de suas paredes, não pesquisa, sente, não raciocina tem fé, mas fé não na supremacia divina, mas no amor especifico, tal qual o de homem por uma mulher, o de uma mãe pelo um filho, diferente do Ágape de Jesus ou o amor total. Assim, ele não ver holisticamente, ver apenas especificamente. Por isto comete alguns deslizes absurdos.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".