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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Guarín continua mentindo?

MÍDIA SEM MÁSCARA

O descobrimento acerca do passado de Guarín confirma que a acusação contra o Coronel Luis Alfonso Plazas Vega é arbitrária e artificial.
Que bom que René Guarín Cortés, que se apresenta como "porta-voz" das vítimas do Palácio da Justiça, tenha confessado ante "El Espectador" seu passado criminoso. Essa confissão de parte a realiza, claro, sob a pressão dos meios de informação, pois ele havia calado essa condição durante todos esses anos. Dois jornalistas, Ricardo Puentes Melo e Claudia Morales, depois de explorar novas pistas, revelaram na semana passada que Guarín havia sido membro do M-19 e havia participado, em maio de 1988, com armas na mão, do seqüestro do publicitário Jorge Valencia Ángel. Este escapou à triste sorte que lhe tinha preparado a temível organização, graças à valorosa ação da Polícia e viu-se obrigado a abandonar o país por um tempo.
O descobrimento acerca do passado de Guarín confirma que a acusação contra o Coronel Luis Alfonso Plazas Vega é arbitrária e artificial. No julgamento que existe contra ele desde fevereiro de 2007, vêm-se utilizando mentiras, provas totalmente inapropriadas e métodos inadmissíveis em um Estado de Direito. Por isso, a absurda sentença condenatória de 30 anos de prisão deve ser rechaçada pelos juízes que resolverão a apelação interposta pela defesa.
A juíza que condenou o Coronel Plazas em primeira instância parece não ter sido posta ao corrente de que Guarín operava politicamente e não só por um dever familiar. Agora está claro que ele tratou de influir e desviar essa falha por ódios políticos, guiado por motivações que ele não se atreveu a revelar durante a instrução.
René Guarín deveria fazer um esforço adicional de esclarecimento de seu passado, pois esse processo penal segue seu curso (todo mundo está dependendo da apelação) e o que ele contou a "El Espectador" está longe de ser exato e completo. Há aspectos de seu passado que, por exemplo, ele se empenhou em esconder de "RCN", à "La W" e ao citado matutino.
Teria que saber exatamente o que há por trás de certas declarações que Guarín deu à juíza. Quando ele diz que a pessoa que aparece em um vídeo saindo do Palácio da Justiça nos ombros de um soldado é sua irmã, afirmação que pesou na decisão da juíza, quem testemunha: o irmão ou o militante? Os dois ao mesmo tempo? Que validade poder ter esse testemunho? Que valor pode ter o testemunho do membro de uma organização que fixou por meta culpar ao preço que fosse os militares dessa tragédia, para lavar sua própria responsabilidade e a do narcotráfico?
Esse propósito fanático continua vivo em Guarín. Na semana passada, quando a "La W" o interrogou, Guarín reiterou: "O Exército tomou o Palácio da Justiça". Não, o Palácio foi tomado pelo M-19. Se esse terroristas não tivessem assaltado o Palácio da Justiça, Cristina Guarín não teria morrido. Por que René Guarín e seu pai decidiram que os culpados da morte dela não eram os assaltantes, senão os defensores do Palácio? Porque desde o primeiro momento o ódio político os obrigava a raciocinar dessa forma.
A confissão de Guarín deu mais brilho ao testemunho de María Nelfi Díaz. Há 24 anos a ex-ascensorista do Palácio da Justiça afirma que foi ela quem foi retirada nos ombros do soldado. Se compara-se a fisionomia dela com a do vídeo, não resta nenhuma dúvida.
Por outro lado, Guarín diz que ingressou no M-19 como "auxiliar das forças especiais deste grupo guerrilheiro". É de se supor que a chefatura da "força especial" de uma organização terrorista não deixe ingressar, da noite para o dia um neófito, um simples estudante sem formação político- militar especial. Guarín, entretanto, em sua versão, pretende dar essa impressão: de alguém que, ferido pela morte de sua irmã, ingressa sem mais nem menos em uma força especial do M-19. Guarín esconde, talvez, uma militância prévia no M-19, ou em outra organização armada, anterior a 1986? Que experiência era necessária para ingressar em uma "força especial" do M-19? Nenhuma em particular?
Guarín omite outro detalhe: que ao seqüestrar Jorge Valencia Ángel ele levava armas que haviam sido roubadas de uma estação de Polícia de Nemocón assaltada pelo M-19 em 1986, segundo revelou "El Espectador" no dia seguinte da captura de Guarín, da outra seqüestradora e da morte de outro integrante do comando. Nesse momento, dois outros terroristas, um homem e uma mulher, escaparam. Guarín não fala deles. Não foram por acaso todos indultados? Guarín talvez não tenha dito pois o negligente jornalista não lhe perguntou. É difícil acreditar que o jornalista de "El Espectador" não tenha lido o artigo de "El Espectador" de maio de 1988 que menciona estes detalhes importantes.
Do artigo de 1988 pode-se deduzir a hipótese de que Guarín participou do assalto a Nemocón onde um policial foi assassinado pelos atacantes. O que o senhor Guarín tem a dizer a respeito?
Guarín admite que participou no assalto a um banco (porém não dá detalhes), e que foi ladrão de carros. Guarín afirma que cumpriu suas "primeiras tarefas" no M-19 "guardando armas e documentos em sua casa no bairro La Esmeralda [de Bogotá]", pelas costas de seus pais José e Elsa.
Conhecido por suas histéricas arengas contra o Coronel Plazas, em mítins ilegais frente ao tribunal que ventilava o processo, o porta-voz e ativista diz que esteve preso só uma vez, desde 27 de maio de 1988 até 29 de dezembro de 1988, quer dizer, que só pagou sete meses de detenção pelos delitos de seqüestro agravado e ataque à patrulha da Polícia. Conclusão obrigatória: isso mostra, e de quê maneira, a corrupção e a infiltração subversiva da justiça penal já existiam nesses momentos.
Guarín diz que dos cinco irmãos, Cristina Guarín, ex-empregada da cafeteria do Palácio da Justiça, era sua "irmã mais nova". Entretanto, ante um juiz, René Guarín declarou o contrário, que ela era mais velha que ele, que no momento da tragédia do Palácio da Justiça ela tinha 26 anos e ele 22. "Nós éramos os irmãos seguidos, ela era a sétima e eu era o oitavo e último". Por que o senhor Guarín apresenta esta nova versão sobre a idade de sua irmã defunta?
Guarín conta que, após ser solto pela justiça voltou ao terrorismo, em fevereiro de 1989. Diz que fazia guerrilha em Santander e que assim seguiu até dezembro de 1989, quando o governo concedeu o indulto aos membros do M-19, e que seu pai morreu em 19 de fevereiro de 2001.
Guarín se confunde, ou ignora fatos-chave do assunto que tanto o motiva, quando assegura que "em 2005 os meios de comunicação reviveram o tema" dos supostos "desaparecidos" do Palácio da Justiça.
Os que "reviveram" isso foram os do M-19, e desde agosto de 1989. Ao final desse mês, o semanário comunista "Voz" realizou uma montagem desinformadora baseada nas falsas "declarações" de uma "testemunha" dos fatos do Palácio da Justiça, Ricardo Gámez Mazuera. Este, falso policial e falsa testemunha da tragédia do palácio, apoiado sempre pelo sacerdote jesuíta Javier Giraldo, voou 48 horas depois para o Brasil e de lá viajou para a Europa onde se esconde desde então. Gámez Mazuera não pode ter sido testemunha de nada, pois havia sido retirado da polícia, por deserção, em 1979. Este misterioso personagem nunca apresentou formalmente suas acusações ante um juiz. "Voz" relançou assim, em agosto de 1989, "o tema" do Palácio da Justiça, com uma montagem vulgar de desinformação e com uma seqüência de invenções confusas contra a SIJIN, o batalhão Charry Solano, vários militares e até contra a embaixada "sionista" de Israel em Bogotá. Que papel teve René Guarín na confecção do simulado torpedo de "Voz"?
Deve ter tido algo, pois René Guarín viajou para a Europa e, com ajuda de uma ONG belga, filmou Gámez Mazuera para que repetisse a enxurrada mendaz que ele foi incapaz de apresentar ante um tribunal. Guarín a entregou à procuradora Ángela Buitrago e esta a incorporou ao processo em 2006. Meses depois, outra cópia foi parar em uma revista bogotana. No dia seguinte, Colprensa e AFP redigiram seus respectivos resumos, e diários de Bogotá, Cali, Cartagena, Barranquilla, Manizales e Pereira, os publicaram em 9 de abril de 2007. Tal convergência, sobre fatos não verificados, foi um golpe contra a imprensa livre e um malíssimo precedente em um país democrático. Porém, assim se construiu uma das montagens espetaculares e mais falsas (pois as afirmações de Gámez Mazuera nunca foram confirmadas) contra os militares leais que derrotaram o sangrento golpe de Estado que o M-19 tentou realizar em 6 de novembro de 1985.
A investigação dessas e outras andanças do senhor Guarín continuará, sem dúvida.
Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".