- 14/12/2009 - 13h11
Segundo o organismo, seria melhor esperar uma mudança de governo na Venezuela, já que o atual presidente, Hugo Chávez, pode criar conflitos no Continente e propiciar, inclusive, o avanço do narcotráfico, a penetração da guerrilha colombiana e a aproximação com o fundamentalismo islâmico.
Veja a íntegra da carta:
Carta da UnoAmérica ao Senado Federal
Chávez significa guerra, droga, guerrilha, fundamentalismo e o recém-criado Movimento Continental Bolivariano (MCB)
UnoAmérica
São Paulo, 12 de dezembro de 2009
Senhores Senadores:
Segundo foi divulgado nos meios de comunicação, a Plenária do Senado decidirá no próximo dia 15 de dezembro sobre a possível inclusão da Venezuela de Chávez no MERCOSUL.
A União de Organizações Democráticas da América, UnoAmérica, dirige-se aos Senhores Senadores para solicitar que se prorrogue essa decisão até enquanto não haja uma mudança de governo na Venezuela, posto que, para os brasileiros e para os demais povos pertencentes ao MERCOSUL, Chávez incrementaria as possibilidades de conflito, auspiciaria o avanço do narcotráfico, a penetração da guerrilha colombiana e a aproximação com o fundamentalismo islâmico.
1. Desde princípios de novembro até esta data, o senhor Hugo Chávez fez reiterados chamados aos venezuelanos para “se preparar para a guerra” contra a Colômbia, seu vizinho e principal sócio comercial. Não se trata de mera semântica, posto que nesse mesmo mês Chávez incorreu em várias provocações graves, incluindo a derrubada de duas pontes na fronteira e o anúncio da chegada de um poderoso arsenal de armas provenientes da Rússia.
2. Segundo informes elaborados pelo Congresso e pela Drug Enforcement Administration (DEA) dos Estados Unidos, durante a gestão de Chávez a Venezuela se converteu em um narco-Estado, quadruplicando as quantidades de trânsito de cocaína e substituindo a Colômbia como principal fornecedor de droga ao mercado norte-americano. Sugerimos respeitosamente ao Senado do Brasil obter cópias destes informes, e estudá-los detidamente antes de votar sobre o possível ingresso da Venezuela no MERCOSUL.
3. No princípio desta semana, o senhor Chávez auspiciou em Caracas a realização de um congresso constitutivo do Movimento Continental Bolivariano (MCB) que absorverá a antiga Coordenadora Continental Bolivariana, órgão político e propagandístico das FARC, no qual se mostrou publicamente uma mensagem gravada em vídeo enviada pelo chefe dessa organização guerrilheira, cognome “Alfonso Cano”. Isto é um elemento a mais que demonstra a aproximação de Chávez com os grupos narco-terroristas colombianos, posto que antes ele já havia feito um minuto de silêncio pela morte do guerrilheiro Raúl Reyes e havia favorecido a colocação de um busto de Manuel Marulanda, “Tirofijo”, em um bairro populoso de Caracas. Sugerimos respeitosamente ao Senado do Brasil obter cópia do conteúdo dos computadores de Raúl Reyes antes de votar sobre o possível ingresso da Venezuela no MERCOSUL.
4. É público e notório que o senhor Chávez esteve auspiciando o avanço do fundamentalismo islâmico na América Latina, promovendo viagens e acordos do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, com a Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela. Ahmadinejad é inimigo da civilização ocidental e prometeu apagar Israel da face da Terra. Nesse sentido, Hillary Clinton advertiu especialmente Bolívia e Venezuela para que "pensem duas vezes", pois "relacionar-se com o Irã é uma má idéia", por ser este país "um dos maiores promotores e exportadores do terrorismo nos dias atuais".
5. Há os que alegam – falsamente – que, na votação que ocorrerá no Senado, o MERCOSUL não estaria dando entrada a Chávez senão ao Estado venezuelano. Esse argumento não é válido, posto que Chávez modificou a Constituição para se perpetuar no poder e anunciou publicamente que ficará na Presidência até além do ano 2030. Também esteja ciente o Senado de que a participação do Prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), defendendo o ingresso da Venezuela no Mercosul, expressa tão-somente sua opinião pessoal e não representa a posição dos que lutam pelas liberdades na Venezuela, mas apenas uma certa "oposição colaboracionista", portanto não seja levada em conta na decisão do Senado (v. carta aberta da UnoAmérica ao Senado publicada pelo "Diário do Comércio": http://www.dcomercio.com.br/Materia.aspx?id=31053).
6. Finalmente, seja considerada pelo Senado a suma importância do recém-criado Movimento Continental Bolivariano (MCB), impeditivo do ingresso da Venezuela no Mercosul, por evidenciar senão provar as estreitas relações de Chávez com as FARC, e minudentemente analisado pela Delegada da UnoAmérica, Graça Salgueiro, especialista na matéria, cujo estudo e advertências podem ser lidos no seguinte link: http://notalatina.blogspot.com/2009/12/mcb-farc-fsp-membros-de-um-mesmo-corpo.html#links.
Por todos estes motivos, reiteramos respeitosamente nossa solicitação de PRORROGAR a decisão de incluir a Venezuela no MERCOSUL, até enquanto não se produza uma mudança de governo nesse país.
Atenciosamente,
Marcelo Cypriano Motta
Graça Salgueiro
Heitor De Paola
Delegados da UnoAmérica no Brasil
Alejandro Peña Esclusa
Presidente da UnoAmérica
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