sábado, 11 de julho de 2009 | 2:00
“Edna O’Brien foi arrastada a um encontro entre Chico Buarque e Milton Hatoum. O que ela afirmou, assim que conseguiu escapar do encontro? Que Chico Buarque era uma fraude. O que ela afirmou em seguida, durante o jantar? Que se espantou com a empáfia e com o desconhecimento literário dos dois autores”
Edna O’Brien está fazendo um conto sobre “Chico”. Ela pronuncia “Chico” com um “T” na frente, como em Chico Marx. Por isso mesmo, “Chico”, em seu conto, ganhou o nome de Harpo, como em Harpo Marx. Mas o inspirador da festejada escritora irlandesa – pode bater no peito – é o nosso “Chico”: Chico Buarque.
Edna O’Brien conheceu “Chico” uma semana atrás, na Flip, em Paraty. Depois de participar de um debate, ela foi arrastada a um encontro entre Chico Buarque e Milton Hatoum. O que ela afirmou, assim que conseguiu escapar do encontro? Que Chico Buarque era uma fraude. O que ela afirmou em seguida, durante o jantar? Que se espantou com a empáfia e com o desconhecimento literário dos dois autores. E o que ela repetiu para mim, alguns dias mais tarde, em outro jantar, no Rio de Janeiro? Que Chico Buarque era uma fraude, que ela se espantou com sua empáfia e com seu desconhecimento literário, e que se espantou mais ainda com sua facilidade para enganar a plateia da Flip.
No conto de Edna O’Brien, Chico Buarque – ou Harpo – é tratado como “Astro do rock”. O personagem é inspirado em Chico Buarque, mas tem também umas pitadas de Bono, do U2, admirador de Edna O’Brien. A narradora – uma autora irlandesa – está numa feira literária no Brasil. De alguma maneira, ela é inserida no séquito de um cantor que, como Chico Buarque, se meteu a fazer romances. Há uma atmosfera onírica no conto. Essa atmosfera onírica foi estimulada pelo fato de Edna O’Brien, nas quatro noites que passou em Paraty, atormentada pela batucada permanente do lado de fora da janela de seu hotel, nunca ter dormido. Quando saiu de Paraty, ela se refugiou no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, mas continuou insone, atormentada pela festa de casamento de Pato, o jogador do Milan, com Sthefany Brito, a atriz deChiquititas. Sthefany é com “Y”, como Paraty, e “Chiquitita” tem um “T” na frente, como Chico Marx.
Eu já resenhei um romance de Chico Buarque: Benjamim. Nele, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho. Em Leite Derramado, seu último romance, um homem à beira da morte relembra o passado, misturando realidade e sonho. Chico Buarque, como Harpo, é o buzinador das letras: fon-fon. Ele está para a literatura assim como Dilma Rousseff está para as teses de mestrado. Ou assim como José Sarney está para Agaciel Maia. Edna O’Brien passou apenas uma semana no Brasil. Mas ela entendeu tudo: neste país fraudulento, o que mais espanta é a facilidade para enganar a plateia, enquanto a batucada continua do lado de fora.
Por Diogo Mainardi
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Fonte: BLOG REINALDO AZEVEDO
domingo, 12 de julho de 2009 | 6:03
Queridos,
O sábado foi meio atrapalhado, mudança de agenda, coisas das férias… Não consegui postar nada. Vamos ver neste domingo.
Adivinhem! A coluna de Diogo sobre Chico Buarque deixou as “chiquititas” em polvorosa. O Gomes, IP 201.67.220.204, mandou ver. Reproduzo seu comentário com todos os analfabetismos do original:
Realmente, Reinaldo e Mainardi, são autenticos, Chico é uma fraude, a importancia de Reinaldo e Mainardi para as artes em geral supera essa “grande fraude ” que é Chico, o tempo passou na janela e não vimos como Reinaldo e Mainardi são o que há de melhor em tudo,Chico é uma fraude, joga pedra na Geni, e aproveita e joga no Chico, viva Reinaldo e seu novo visual, sem o chapeu panamá, fazendo o modelo pós quimio.
Comento
Viram só? Pertence à escola daquele sujeito que Franklin Martins e Lula escolheram para fazer o blog do presidente da República. Não levem o rapaz a mal. Não fosse a coluna do Diogo, ele não escreveria essas coisas de “modelo pós-químio”. Mas, depois daquela texto, vocês queriam o quê? Ninguém é de ferro, né? Imaginem o cérebro de um vagabundo que precisa encontrar em Chico Buarque a desculpa para a sua grosseria.
Se alguém perguntar a essa escória se esse tipo de referência não está entre as coisas inaceitáveis num debate, ela responderia: “Mas você queria o quê? Eles atacaram Chico Buarque! Quando alguém ataca Tchico, a gente pode fazer qualquer coisa”. Canalhas assim atribuem ao agredido a responsabilidade pela agressão de que é vítima.
Não pensem que Gomes é caso isolado. Ele não é um. Como os demônios, é uma legião. O blogueiro Gravataí Merengue pesquisou o IP de agressões que andou recebendo — algumas disparadas, claro!, contra mim. E adivinhem: descobriu que o provedor pertencia à Petrobras. A Petrobras é aquela empresa dirigida pelo petista Sérgio Gabrielli e que se dedica até mesmo à extração de petróleo. No seu departamento de comunicação, trabalham 1.150 pessoas. O blog que a empresa criou se transformou num impressionante depósito de ataques à imprensa e às oposições — todos enviados por supostos leitores. Volto ao Gomes.
Ou melhor: não volto. Gomes não existe. Ele é só expressão de um modo de fazer política. É só um dejeto do vale-tudo, subproduto de uma abjeta máquina de difamação instalada no coração do poder.
Voltamos a conversar mais tarde.
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