Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A TAXA SELIC E A FÓRMULA 1

BLOG DO UBIRATAN IORIO
13/03/2009

Para alegria de dez entre dez analistas, o Copom diminuiu anteontem a taxa Selic em 150 pontos- base, de 12,75 para 11,25% ao ano. Considerações técnicas e pressões políticas muito fortes deram-se as mãos e levaram o Comitê a decidir assim. Tecnicamente, as quedas nos diversos índices de preços, de fato, mostravam que o Banco Central poderia promover uma queda mais acentuada como a que ocorreu; politicamente, a ala (que se diz) “progressista” do governo (leia-se Ipea e Fazenda), bem como empresários da indústria (FIESP) e do comércio (CNI), há anos vêm criticando a postura (corretamente) rígida de nossas autoridades monetárias, a primeira por uma questão de deformação acadêmica e os segundos por interesses particulares imediatistas e diretos. Além disso, o açodado lançamento da candidata Dilma à Presidência exige que os efeitos da crise internacional sobre o Brasil sejam minimizados. O fato é que a taxa de juros nominal básica caiu para 11,15% ao ano, o que, descontada a inflação, faz a taxa básica real situar-se em algo próximo dos 6,5% anuais. 

O raciocínio – um lugar-comum que se ouve até em botequins – é que juros menores estimulam os gastos privados e que o aumento destes “puxa” a produção para cima. Será? 

Este raciocínio simplista, de origem keynesiana, é uma meia-verdade, que só vale no curto prazo e sob condições muito especiais. Parece desconhecer que, na economia real, as velocidades de crescimento da demanda e da oferta são bem diferentes: a primeira é sempre mais rápida do que a segunda, assim como Schumacher é bem mais veloz do que o simpático Rubinho... Ademais, temos que observar que as taxas de juros nos Estados Unidos, Europa e Ásia estão muito baixas (nos EUA, a taxa básica é zero) e nem por isso o setor real da economia vem respondendo positivamente aos estímulos. Adicionalmente, a verdade é que as pessoas e empresas atravessam uma grave crise de confiança e, quando isso acontece, os governos podem baixar juros e gastar rios de dinheiro para salvar empresas que, por medo de um futuro incerto, consumidores e empresários não aumentam os seus gastos, ou seja, o Schumacher prefere, até que as coisas se aclarem, permanecer no box... E, com isso, o Rubinho também não anda. 

Mesmo com apenas 38,5% da dívida interna do governo sendo atrelada à Selic (28% está em títulos prefixados, 24,9% ao IPCA e o restante ao câmbio, ao IGP-M, ao IGP-DI e à TR), estimam alguns que a queda da Selic promovida anteontem promoverá uma “economia” de cerca de R$ 7 bilhões em termos de pagamentos de juros. 

Alguém tem dúvidas de que tal “economia”, caso venha mesmo a ocorrer, deixará de ser destinada a programas eleitoreiros, como o PAC, ou à criação de novas estatais, ou, de modo geral, a gastos públicos crescentes? 

Pois eu não tenho. Diminuir os juros sem cortar os gastos públicos de custeio não vai resolver nada, a não ser, evidentemente, acalentar os sonhos eleitorais de quem está no poder.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".