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terça-feira, 24 de março de 2009

MST e a transição socialista

WSCOM - O  Jornal Eletrônico do Nordeste

Ipojuca Pontes

ipojuca@wscom.com.br | Cineasta, jornalista e autor do livro “Politicamente Corretíssimos”.

Ao contrário do que se deixa entrever, o farto apoio e a ampla cobertura econômica, política, moral e institucional que o governo Lula presta ao MST não são fatos aleatórios: eles fazem parte do projeto de “transição para o socialismo” arquitetado pelo Foro de São Paulo, entidade representativa de organizações esquerdistas transnacionais, fundada pelo próprio Lula e Fidel Castro, em 1990, com o objetivo de articular a “retomada na América Latina do que foi perdido no Leste Europeu”. (Quem por ventura duvidar do aqui exposto, basta entrar no site “Mídia Sem Mascara” e consultar as atas oficiais da referida entidade).

À época, o dito Foro congregava em reunião na capital paulista cerca de 300 organizações de esquerda (entre elas, o PT, as Farc e a Igreja da Teologia da Libertação, “mãe espiritual” do MST). O próprio Fidel Castro, em pessoa, durante a posse de Collor de Mello, tramou com o ex-metalúrgico o avanço estratégico das forças comunistas (radicais ou não) em toda América Latina, a começar pelo campo.

A maneira ambígua de como o governo Lula trata o Movimento dos Sem Terra (MST), braço armado do projeto FSP, é também atitude premeditada: sem retoques, ela reedita a plena execução da velha tática bolchevique do “morde e sopra”, adotada contra o governo Kerenski no golpe pela completa tomada do poder, na Rússia, em 1917.

Assim, quando o “comissário” Tarso Genro, ministro da Justiça, considera que os quatro assassinatos cometidos em duas fazendas no interior de Pernambuco pelos líderes do MST, não passa de ação “arrojada”, e o presidente Lula, em contraposição, diz que, diante das mortes, “a afirmação de legitima defesa” alegada pelo movimento revolucionário é simplesmente “inaceitável” - não há aí nenhuma contradição: tudo se encadeia no jogo de cena para se estabelecer o caos e confundir a opinião pública. Quem é do ramo, sabe.

Imaginemos a seguinte situação: um grupo de sujeitos tidos como de “direita”, pertencente a um hipotético Movimento dos Sem Dinheiro (MSD), ganha passagens do erário público, viaja à Brasília e adentra o Ministério da Justiça. Lá, uma vez no gabinete ministerial, um dos membros do grupo dá uns bofetões na cara de Tarso Genro e toma a sua carteira.

Enquanto ocorre a agressão, em outro ministério, o da Fazenda, Guido Mantega, eufórico, libera polpudas verbas para o Movimento dos Sem Dinheiro, via ONGs e associações “legais” – visto que, tal como o MST, o MSD não tem personalidade jurídica e nem pode receber recursos diretos do governo.

Pergunta-se: como reagiria o comissário Tarso Genro diante de tais acontecimentos? Diria que tudo não passa de atitude mais “arrojada” de um bando de pobres excluídos? Ou de tratar-se tão somente da necessária mobilização de “segmento da sociedade” empenhado em restabelecer justiça social?

Qualquer analista consciente sabe que a reforma agrária nunca foi o objetivo do MST. De fato, muito além de mero pretexto para espoliar (com voracidade) os cofres públicos, o espetáculo sangrento das invasões de terras tem por meta primordial destruir a propriedade privada, cerne do capitalismo. Assim, desde sempre, seguindo programa traçado pelo Foro de São Paulo, o que pretende João Pedro Stedile, líder do terror vermelho, é, como ele próprio confessa, confrontar o agronegócio, os transgênicos e o reflorestamento – para não falar nos bancos e nas empresas estrangeiras atuantes no País.

No entanto, um dado escandaloso se abate sobre o fenômeno: ao se reportar à ação criminosa do exército paramilitar do MST, a mídia brasileira, na sua quase totalidade, procurando esconder da opinião pública o óbvio ululante nunca revela ao leitor o que se opera por trás das sucessivas invasões. Para ela, segundo se depreende da opinião dos seus editoriais, o avanço da programada violência rural pelas tropas do MST, a demonstrar a clara ameaça de comunistização do País, não passa de soma de acidentes isolados, ainda que nocivos, sem vínculos com a vontade de um governo que – opina - apenas concilia “alianças políticas e ideológicas ecléticas”.

Tomemos, por exemplo, a leitura do editorial do “O Globo”, na sua edição de 03/03/09. Nele, por questão de afinidade ideológica, o jornal prefere encarar o avançado processo de transição para o socialismo, detonado primordialmente pela ação das esquerdas dentro da máquina do Estado, como simples questão de “má interpretação” do presidente engajado.

Neste andamento, depois de chamar a atenção para o contraditório depoimento de Lula sobre o assassinato dos quatro seguranças, em que o mandatário a um só tempo elogia e crítica a ação do MST, o jornal pondera em tom de alvíssaras que o ex-metalúrgico “pelo menos fez aquilo que os ministros - Tarso Genro, da Justiça; e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário – deveriam ter feito, e de forma enfática” . Isto é, “O Globo” livra a cara de Lula pelo que ele considera “inaceitável”, mas não traduz em ação: ou seja, suspender a doação do dinheiro público e mandar processar e combater o bando paramilitar com os rigores da lei e da força da Polícia Federal.

No mesmo editorial, avaliando o repasse de verbas para o braço armado do processo revolucionária em andamento, “O Globo” observa, cheio de pudores: “Não surpreende, mas assusta, que Guilherme Cassel e Dilma Rousseff defendam, priori, a legalidade dos repasses, sem que haja uma investigação séria e isenta dos destino dos milhões liberados para entidades usadas como laranjas pelo MST”.

Muito sonoro e ponderado, já se vê, mas por que “O Globo” não denuncia à opinião pública o projeto maquiavélico do Foro de São Paulo, a programar periodicamente metas da violência revolucionária no campo e, de forma camuflada, dentro do próprio aparelho do Estado, tomado ministerialmente pelos seus filiados?

Por muito menos Roberto Marinho, em 1964, consciente do perigo, combateu firmemente o desgoverno Jango, cem vezes menos ameaçador do que o levado adiante hoje por Lula da Silva, o manhoso criador (ao lado de Fidel Castro) do Foro totalitário.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".