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terça-feira, 24 de março de 2009

Des-programando os estudantes


THOMAS SOWELL | 23 MARÇO 2009


Não há necessidade de discutir coisas específicas de questões particulares. Você pode dizer a seu ultra-confiante jovem estudante que você ficará contente em discutir aquela questão particular depois que ele dê o passo elementar de ler algo escrito por alguém do outro lado.

 

Alguns pais me escrevem reclamando, freqüentemente, de certa sensação de futilidade quando tentam discutir com seus próprios filhos, que se alimentam de uma dieta permanente de visão politicamente correta do mundo, da escola fundamental à universidade.

Pedem sugestões de livros que possam abalar a atitude de sabichões de certos jovens que, durante toda sua vida, ouviram somente um lado da história nas salas de aulas.

Esta é uma forma de tentar des-programar os jovens. Há, por exemplo, alguns bons livros que mostram o que existe de errado com os agitadores do “aquecimento global” ou por que diferenças de renda ou ocupação entre homens e mulheres não são, automaticamente, discriminação.

Vários autores têm escrito muitos bons livros que demolem o que é atualmente crido – e ensinado aos estudantes – numa ampla faixa de questões. Alguns desses livros estão listados, como leitura sugerida, em meu site (www.tsowell.com).

Mesmo assim, desfazer a propaganda que se passa por educação em tantas escolas e faculdades, uma questão por vez, pode não ser sempre a melhor estratégia. Há um número excessivo de questões em que o politicamente correto parece ser a única forma de ver as coisas.

Dada a ampla faixa de questões em que os estudantes são doutrinados, em vez de educados, tentar desfazer todo o novelo exigirá uma estante cheia de livros – e, exigirá também que os façamos ler todos eles.

Outro caminho pode ser responder à dogmática certeza de um jovem, talvez seu próprio filho, perguntando: “Você já leu um único livro que tivesse opinião diferente sobre essa questão?”

Muito provavelmente, depois de anos de “estudos”, mesmo nas mais caras escolas e faculdades, eles nunca leram.

Quando a resposta inevitável à sua questão é “Não”, você pode simplesmente observar quão ilógico é estar tão certo sobre algo, quando você ouviu apenas um lado da história – não importa quão freqüentemente tenham repetido esse lado para você.

Faria sentido para um júri chegar a um veredicto depois de ter ouvido apenas o promotor, ou apenas o advogado de defesa, mas não a ambos?

Não há necessidade de discutir coisas específicas de questões particulares. Você pode dizer a seu ultra-confiante jovem estudante que você ficará contente em discutir aquela questão particular depois que ele dê o passo elementar de ler algo escrito por alguém do outro lado.

Por mais elementar que isso pareça, devemos ouvir ambos os lados de uma questão antes de nos decidir, o que raramente acontece, hoje, nas questões politicamente corretas em nossas escolas e faculdades. O maior argumento da esquerda é que não há argumento – seja na questão o aquecimento global, seja sobre as leis de preservação ambiental, seja em qualquer outro assunto similar.

Alguns estudantes imaginam até que já ouviram o outro lado, pois seus professores podem ter lhes dado a sua versão dos argumentos ou motivos das outras pessoas.

Mas um júri nunca ficaria impressionado pelo que o promotor pudesse dizê-lo sobre qual seria a defesa do advogado de defesa. O júri desejaria ouvir a apresentação do caso diretamente do advogado de defesa.

Mesmo assim a maioria dos estudantes que leu ou ouviu repetidamente sobre catástrofes que se aproximam, a menos que tentemos interromper o “aquecimento global”, nunca leu um livro, um artigo ou mesmo uma única palavra de nenhum das centenas de climatologistas, em vários países do mundo, que têm se oposto a essa visão.

Esses estudantes podem ter assistido na escola ao filme de Al Gore “Uma verdade inconveniente”, mas é muito pouco provável que a escola tenha mostrado o documentário do Canal 4 britânico  “A grande farsa do aquecimento global(Cavaleiro: veja o vídeo aqui).

Mesmo que suponhamos, em termos de argumentação, que os estudantes estejam sendo doutrinados com as conclusões corretas das questões atuais, isso ainda seria irrelevante educacionalmente. Ouvir apenas um lado não dá aos estudantes a experiência de saber como distinguir os lados opostos de outras questões que eles enfrentarão no futuro, depois de deixarem a escola e precisarem chegar às suas próprias conclusões.

Seja como for, eles serão o júri que decidirá, em última instância, o destino desta nação.

 

Publicado por Townhall.com 

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".