Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Reféns de um blefe


Diário do Comércio, 2 de fevereiro de 2009

Segundo pesquisa publicada na Folha de S. Paulo do último dia 25, a maioria dos brasileiros – até eventuais simpatizantes do PT – é contra as intromissões do governo na mídia e nos sindicatos. Pesquisas anteriores (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=eleitor-brasileiro-conservador&cod_Post=40197&a=111) mostraram que, dos nossos conterrâneos, 79 por cento são contra a descriminalização da maconha, 63 por cento contra a legalização do aborto, 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a instituição da pena de morte. Como se esses resultados já não falassem por si, e como se o plebiscito das armas também não fosse eloqüente o bastante, 47 por cento se definem explicitamente como “de direita”, 23 por cento “de centro” e apenas 30 por cento “de esquerda”.


Por que diabos, então, não há um partido que fale pela maioria, um autêntico partido conservador neste país? Por que, entre os políticos, até aqueles que em privado defendem idéias conservadoras fazem questão de ostentar sempre algum esquerdismo em público, na ilusão estúpida de que isso lhes dará votos?


A resposta é bem conhecida dos esquerdistas. Quatro décadas atrás, o cientista político Michael Parenti (Inventing Reality: The Politics of the Mass Media, New York, St. Martin's Press, 1968) já ensinava à sua platéia de militantes que não deviam se deixar impressionar pela opinião dominante da mídia, a qual em grande parte dos casos não era dominante de maneira alguma, apenas fingia sê-lo: os mandarins do jornalismo faziam-se de porta-vozes de uma maioria que, em geral, não seguia as preferências deles no mais mínimo que fosse.


A esquerda absorveu essa lição e, logo na geração seguinte, já aplicava o truque com uma destreza, com uma pertinácia, com um cinismo que seus antecessores nas salas de redação não poderiam nem mesmo ter imaginado.


Nossos conservadores e liberais não entenderam isso até hoje. Acreditam piamente que se desagradarem aos articulistas da Folha e do Globo estarão desagradando o eleitorado, quando na verdade quem o desagrada é a Folha, é o Globo, é a elite midiática em geral.


A tiragem dos nossos “grandes jornais”, hoje substancialmente a mesma dos anos 50, enquanto a população triplicou e o analfabetismo praticamente desapareceu, já basta para mostrar que a influência dos jornalistas sobre a opinião popular é mínima, é ridícula, é desprezível. O que lhes sobra é pose, é encenação, é um talento extraordinário para o blefe, para a chantagem psicológica. Justamente porque sabem que não fazem a opinião pública, esmeram-se em fazer-se de donos dela, e mediante esse truque bobo inibem os direitistas e conservadores, tornando-os reféns de um perigo imaginário.



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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".