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sexta-feira, 11 de julho de 2008

O FIM DE UMA ILUSÃO

Do portal do NIVALDO CORDEIRO
09/07/2008

A síntese, embora ainda não o epílogo, do que se passou na política brasileira nas últimas décadas foi dada pelo gesto desesperado de Daniel Dantas tentando corromper os policiais federais que lhe foram prender, ontem, segundo informação que foi dada em toda imprensa hoje, na tentativa de livra-se a si mesmo e aos seus da ordem de prisão. O banqueiro, com seu milhão, foi humilhado pelos meganhas. E qual é essa síntese? A de que o poder político – o poder de Estado – é muito superior ao poder do dinheiro. É isso que os revolucionários sempre souberam e que a nossa elite econômica se esqueceu. Daniel Dantas é o espelho da nossa plutocracia posta de joelhos pelo PT e seus aliados de esquerda.

A elite intelectual que cerca a plutocracia também se equivoca, ao achar que o mercado pode alguma coisa contra o poder de Estado. É uma doce ilusão que pode render muito dinheiro de consultorias, todas elas laudatórias e confortantes e inúteis nas horas decisivas. Onde estava o mercado quando vieram buscar Daniel Dantas? O mercado, para ter algum poder, precisa antes domar o Estado. E essa é uma tarefa para homens maiúsculos, não para apologetas e oportunistas.

Dinheiro só tem importância e poder quando as instituições de Estado estão consolidadas em uma ordem liberal aceita pela maioria dos agentes econômicos e políticos, quando o império da lei “justa” está estabelecido. No momento em que as forças revolucionárias são postas em movimento e transformam o sistema jurídico no oposto da lei natural vemos instalar-se a ditadura legal, a ditadura do guarda de trânsito, a ditadura policial mais tacanha e mais terrível. Quando assistimos aos filmes sobre Hitler, especialmente aqueles do diretor húngaro István Szabó – refiro-me à imortal trilogia Mefisto, Coronel Redl e Hanussen, o caro leitor saberá do que eu estou falando. A polícia uniformizada, munida das formalidades legais, passa a caçar politicamente os inimigos da classe dirigente e também os bodes expiatórios no altar das massas. Quem manda na polícia é quem manda no mundo.

Vemos isso claramente no filme belíssimo de Spilberg A Lista se Schindler. Uma das lições é que, ao avançar o processo revolucionário, dinheiro nada vale. A loucura se instala nas instâncias de poder. O próprio Schindler se afunda com os escravos que inicialmente comprava para ganhar dinheiro com o seu trabalho. A pistola (ou o fuzil) fala mais alto do que o talão de cheques. Daniel Dantas descobriu essa dura realidade da pior forma possível.

A grande sabedoria do argumento liberal é a de que precisa haver uma separação completa e higiênica entre poder econômico e poder político, com a vigência do Estado Mínimo e do império da lei. Sem isso, os aventureiros revolucionários colocam gente como Beria no comando da polícia, eliminando paulatinamente todos os adversários.

Eu estou bastante preocupado com o que vai acontecer se o nosso ministro da Justiça conseguir pôr as mãos no banqueiro Salvatore Cacciola. Este homem é um arquivo vivo e foi figura de proa de tudo que se sucedeu no sistema financeiro nacional nos últimos anos do Governo FHC. Tem informações que poderão abalar a República e definir, antes da corrida começar, a sucessão presidencial. Aqui veremos também o fim de uma outra ilusão, aquela vivida pelos que seguem a social-democracia. Essa gente nutre um discurso reformista e amistoso com os revolucionários, subestimando o mal que estes trazem em si. A história mostra que os social-democratas são o quebra-gelos das revoluções, normalmente assumem o poder antes que os verdadeiros revolucionários o façam. FHC cumpriu esse papel, passando o bastão para Lula. Agora os revolucionários não mais sairão do poder antes de cumprido seu nefasto propósito.

O banqueiro Salvatore Cacciola sabe muito. Se falar, veremos gente graúda às voltas com a Polícia Federal, o Ministério Público e as câmaras da Rede Globo, todos algemados. Um espetáculo para as massas estúpidas, que haverão até mesmo de aplaudir os meganhas, sem terem a menor noção do que estará acontecendo. Haverá a destruição do que resta das forças de oposição a Lula pela via legal. Será uma tragédia política de largas proporções.

O tempo está próximo. Quem viver verá.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".