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segunda-feira, 7 de julho de 2008

A Ilha perdida e a exportação da mistificação

Do blog ALERTA TOTAL
Por Arlindo Montenegro em domingo, Julho 06, 2008

O SBT, ex líder de audiência, apresentou na noite de 1o. de Julho a reportagem da ex global Ana Paula Padrão sobre a ilha comunista de Cuba. A linda jornalista é competente e séria. Nas entrelinhas e nas imagens ficou demonstrado como a mistificação e o controle totalitário resultam no conformismo da população. Uma espécie de escudo de defesa pela sobrevivência.

Fidel Castro é uma presença quase onipotente em cada setor de trabalho, estudo e vida dos cidadãos. Os Comitês de Defesa da Revolução (CDR) estão organizados em cada rua, em cada fábrica, em cada granja, em cada escola, em cada prédio. Vigiam 24 horas por dia, bisbilhotando a vida das pessoas para descobrir e denunciar qualquer atitude contra o Estado, denominado “revolución”.

É isto mesmo. O Estado totalitário só é designado “revolução”. O mesmo Estado que, cumprindo ordens de seus financiadores soviéticos e chineses, ofereceu seu território à União Soviética para instalar ogivas atômicas, criando uma tensão limitante na década de 60. O mesmo Estado que serviu de ponte para o financiamento posterior de guerrilhas, treinando terroristas de toda a América, da África e da Ásia.

Os rios de dinheiro gastos naquela empreitada guerrilheira, ninguém sabe quantos milhões de dólares durante tantos anos, bem poderiam ter sido aplicados para o bem estar do povo e desenvolvimento pacífico da ilha. Mas Fidel Castro declarou e manteve sua posição guerreira contra os Estados Unidos.

Manteve e aplicou rios de dinheiro na propaganda, envolvendo intelectuais (?) das Américas e da Europa em encontros literários. Passagens, hospedagem no hotel Hilton, batizado de “Habana Libre”, passeios turísticos, apresentações do excelente balé de Cuba tendo à frente Alicia Alonso. Tudo às custas da “revolução” resultando numa propaganda bem sucedida feita pelas consciências compradas em toda a América e na Europa.

Desafio qualquer cubano, brasileiro simpatizante ou ideologicamente comprometido, a calcular quantos milhões de dólares foram aplicados nesta tentativa de implantar estados comunistas pelo mundo afora, utilizando a mistificação e levando países à guerra fratricida.

A mesma mistificação que ainda hoje é aplicada aos estudantes estrangeiros acolhidos na ilha. Na reportagem, Ana Paula Padrão entrevista estudantes brasileiros de medicina, de artes cinematográficas. Moços encantados com o acolhimento que não teriam no Brasil. Moços que declaram estar conhecendo uma revisão histórica e conhecendo uma América que não sabiam existir. Moços que declaram a intenção de levar o aprendizado onde as instituições brasileiras não marcam presença.

O jornalismo de Ana Paula Padrão é marcante pelo interesse na busca da verdade. É diferente do lugar comum que estamos conhecendo em que o jornalismo corrente busca a coisa atrativa para ser vendida com facilidade, mesmo que a verdade seja distorcida.

Comentário do Cavaleiro do Templo: não vi o documentário mas a moça teve acesso livre a qualquer área da ilha? Ela pode ir onde quisesse para FILMAR APENAS o estado de coisas entre a população rural, por exemplo? Ou perguntar de onde estavam vindo os dólares usados por cubanos, dinheiro este que em grande parte (talvez a maioria) é enviado por cubanos que conseguiram FUGIR DA ILHA-PRESÍDIO e dos EEUU, por exemplo, enviam MILHÕES DE DÓLARES PARA SEUS PARENTES PRISIONEIROS DE FIDEL, o que significa que sem esta montanha de dinheiro a economia cubana estaria muito pior? É o TIO SAM salvando a economia sociopatista MAIS UMA VEZ...

O que parece passar despercebido é que quando a jornalista fala dos altos índices de educação, omite a qualidade da educação e o marco ideológico que limita o raciocínio, construindo pessoas conformadas, obedientes, abúlicas e quando muito cínicas. Os que ousaram discordar foram parar na cadeia.

Os títulos de medicina da escola cubana não são aceitos no Brasil. A escola cubana é a mesma escola soviética. Os comunistas da pátria mãe, desde o começo da “revolução” – Estado comunista cubano – tomaram a frente e orientaram o funcionamento de TODAS as instituições. Os quadros do PC Cubano, contrários a Fidel Castro, eram insuficientes para ocupar todos os postos do novo Estado. A velha União Soviética financiou e assumiu o mando nos bastidores.

Imagine um país de 11 milhões de habitantes que somente nos dias de hoje tem a possibilidade de acessar a internet, conhecer telefones celulares, freqüentar restaurantes e hotéis, plantar uma roça e vender seus produtos sem a interferência do Estado.

Cuba se moderniza! Que beleza! O povo ama Fidel Castro (se não, o CDR continua vigilante para denunciar os dissidentes). Em mais de meio século a “revolução” – Estado totalitário – de Cuba esqueceu o povo para dedicar todos os recursos à guerra de guerrilhas e à propaganda mistificadora.

O povo resiste calado, desenvolvendo a esperteza para superar as dificuldades de sobrevivência, sem um mínimo de privacidade. Agora, segundo noticiou o jornal “El País”, até o jornal oficial informa sobre a corrupção e os roubos. E relata alguns fatos que afirmam a reportagem do SBT e reforçam a visão do lado obscuro que, por orgulho nacional, os cubanos escondem dos visitantes.

O semanário ‘Trabajadores’, informou no dia 16 de junho sobre as leis estavam sendo violadas na província de Pinar Del Rio com o desvio de combustível. O jornal oficial “Granma” referiu que a fábrica de conservas ‘La Conchita’, que antes da revolução processava 28 toneladas de tomate e l8 toneladas de goiaba, estava importando cocos do Sri Lanka, tomates do Brasil e tomate da China. As empresas agrícolas estatais deixavam as frutas e verduras apodrecerem no campo.

Os cubanos roubam as rodas das lixeiras para fazer carrinhos de mão. O mesmo “Granma” cita como apareceram novas “profissões”: “trocador de dinheiro” - as notas de 1 Peso (moeda local) são trocadas por 80 centavos, porque os ônibus nunca têm troco; “vendedor de sacolas de plástico” - em frente aos locais de comércio que nunca têm sacolas – porque os empregados “desviam”. Cada sacola custa 1 Peso.

A burocracia estatal funciona assim: um homem chega a uma loja estatal de consertos e pede para consertarem a haste dos óculos. O funcionário olha e diz que não pode consertar, que ainda não está totalmente quebrada. O homem arranca completamente a haste que mal se sustenta. Aí o funcionário conserta e cobra os 5 Pesos pelo serviço.

Existem fábricas clandestinas de pratos, bacias, prendedores de cabelos, oficinas de trabalhos manuais. Máquinas para fabricação de objetos de plástico e de alumínio foram apreendidas em operações policiais. Em fim o Estado não conta com a organização capaz para satisfazer as necessidades mínimas. Prende e multa quem tenta solucionar os problemas.

A produtividade e a qualidade na construção de casas é severamente criticada pelo mesmo Estado. Solução: um membro do Comitê Central convocou os militares para trabalhar com urgência para resolver os problemas, que são estruturais. A gestão da economia no modelo socialista, além dos esforços guerreiros de Fidel Castro é posta às claras.

O mais insolente, foi ver uma pré escola, de “Pioneiros”, onde uma menininha de aproximados 6 anos, fazia um discurso cerimonial, terminando com a frase: “Seremos como el Che!” e numa fábrica de charutos, uma leitora, num ponto elevado, lendo o jornal Granma, através de um serviço de alto falantes Doutrinação na escola e no trabalho o dia inteiro!.

Para os brasileiros acolhidos como estudantes em Cuba, a culpa do atraso, carências e dificuldades da ilha é atribuída aos Estados Unidos, ao bloqueio econômico. É o que diz Fidel. A prova de liberdade é justificada por um estudante de artes e indústrias cinematográficas que roda um filme sobre homossexualismo. Comportamento também defendido pela filha do atual Presidente, sobrinha de Fidel, que defende o casamento gay.

A mistificação continua sendo exportada: quem era guerrilheiro e queria a ditadura totalitária no Brasil, agora se diz democrata e defende o exemplo cubano. Inventaram até o socialismo democrático, uma coisa que imita a China, onde o Partido comanda o Estado e adota a economia capitalista (C.T. - me parece que a economia por aquelas bandas é como a brasileira, ou seja, FASCISTA, que resume-se ao capitalismo de joelhos na frente do ESTADO), em associação com os financiadores do mundo, verdadeiros pais desta dominação global.

Arlindo Montenegro é apicultor.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".