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sábado, 12 de julho de 2008

Dantas: "Vou contar tudo! Detonar!"

Do portal TERRA MAGAZINE

Por Bob Fernandes em sexta, 11 de julho de 2008

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Os intestinos do Brasil.

Daniel Dantas está numa sala da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Seu advogado, Nélio Machado, está próximo.

Diante do banqueiro, o delegado que coordenou a operação Satiagraha, o homem que o prendeu por duas vezes em 48 horas. São 8 da noite da quinta-feira, 10 de julho.

» Opine aqui sobre a prisão de Daniel Dantas
» "O senhor está preso", diz delegado a Dantas

Outros dois dos presos na operação acabam de ser libertados, habeas corpus do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, concedidos ao megainvestidor Naji Nahas e ao ex-prefeito Celso Pitta.

Daniel Dantas parece exausto, rendido, mas não deixou de ser quem é. Obcecado por tudo que foca e toca, brilhante, genial, dizem mesmo os mais empedernidos adversários.

O tempo, pouco tempo, dirá o quanto há de cálculo, quanto há de desabafo no que começa a despejar sobre o delegado Protógenes Queiróz. Primeiro, a senha:

- Eu vou contar tudo! Vou detonar!

Antes ainda, o delegado lhe passa um calhamaço, o relatório das investigações, o fruto de anos de investigações, e diz, na longa conversa informal:

- ...sua grande ruína foi a mídia...você perdeu muito tempo com isso, leia esse capítulo sobre a mídia e entenda porque você está preso... sua defesa começa aqui, com todo o respeito que eu tenho ao seu advogado aqui presente...

Daniel lê, atentamente.

O delegado volta à carga.

- Não continue jogando seus amigos, seus aliados contra mim, isso não vai adiantar nada, como não adiantou...

Daniel, silencioso, parece concordar. O delegado prossegue:

- Se esse jogo continuar, a cada vez serão mais dez anos de prisão... eu tenho pelo menos 5 preventivas contra você, o trabalho do juiz De Sanctis é extraordinário, não há como escapar de novos mandados... e se você insistir agora será com a família toda... serão duzentos anos de prisão...

Silêncio, Protógenes Queiroz fecha o cerco:

- ...vamos fazer um acordo, você me ajuda e eu te ajudo....

Daniel, aquele que é tido e havido como uma mente brilhante, decide. O tempo dirá se cálculo ou rendição:

- Eu vou contar tudo!

E faz jorrar, devastador:

-...vou contar tudo sobre todos. Como paguei um milhão e meio para não ser preso pela Polícia Federal em 2004...

- Um milhão e meio? À época da operação Chacal, o caso Kroll...?

Prossegue a torrente de Daniel:

- ...tudo sobre minhas relações com a política, com os partidos, com os políticos, com os candidatos, com o Congresso... tudo sobre minhas relações com a Justiça, sobre como corrompi juízes, desembargadores, sobre quem foi comprado na imprensa...

O delegado, avança:

- Vamos fazer um acordo, mas é ponto de honra você não mentir. Não abro mão dessa investigação e seus resultados, mas muito mais fundamental é contar tudo sobre a corrupção no Brasil... quero saber a quem você pagou propina no Judiciário, no Congresso, na imprensa...

Em meio à torrente, em algum momento o advogado Nélio Machado pondera:

- ...você vai estar mais seguro na cadeia do que fora, fora você correrá risco de ser morto!

Daniel Dantas, o obcecado por tudo que toca e foca, a mente brilhante, aquele que mesmo os inimigos dizem ser um gênio, despeja:

- Eu vou detonar tudo!

Tarde da sexta-feira 11 de Julho. Daniel Dantas está na Superintendência da Polícia Federal, São Paulo, para ser ouvido formalmente pelo delegado Protógenes Queiróz. Três e meia da tarde. O depoimento está começando.

O advogado Nélio Machado, à porta da PF, informou ao reportariado que vai orientar seu cliente para nada dizer.

O tempo, pouco tempo, dirá se tudo não passou de exaustão, desabafo.

Se tudo foi só cálculo, ou, um mergulho definitivo, purificador, nos intestinos do Brasil.

Leia a cobertura completa de Terra Magazine sobre o caso:
» "O senhor está preso", diz delegado a Dantas
» Mello: Ministros do STF não têm nada a esconder
» Com prisão preventiva, um xeque-mate em Dantas
» Na madrugada, estratégia para a nova prisão Dantas
» Solto, Dantas é intimado a depor
» PF viveu guerra e espionagem para prender Dantas
» 50% dos presos esperam decisão dada a Dantas
» Dantas, um banqueiro da Coisa Nossa
» Advogado: Dirceu não tem relação com Daniel Dantas
» BrOi: emissários de Dantas tentam chegar a Dilma
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» Inferno de Dantas - Um Raio X do Opportunity Fund
» Dantas-Nahas: Para entender a organização
» O inferno de Dantas
» Exclusivo: PF prende Dantas e organização criminosa

Um comentário:

Anônimo disse...

Tens uma indicação ao Prêmio "Solidaried con Israel" do BLOG do MOVCC, meu nobre cavaleiro.

Abraço

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".