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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cavalheiros do outro mundo

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Percival Puggina em 07 de julho de 2008


Resumo: O apoio da esquerda, em especial do PT, aos narcoterroristas das FARC é ocasional e isolado? Não, é uma atitude permanente.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Lendo sobre a operação de resgate de Ingrid Bettancourt lembrei-me de algo com que me havia deparado na internet, há poucas semanas. Fui atrás da matéria e lá estava ela, ainda disponível, publicada em bem conhecido site de esquerda, no dia seguinte à morte do narco-guerrilheiro Raúl Reyes, na famosa operação do exército colombiano. O referido texto sustentava, pura e simplesmente, que aquela ação militar não se destinara a matar Reyes, mas fora concebida para eliminar Ingrid Bettancourt e evitar sua iminente libertação. Por quê? Porque a ex-senadora, em liberdade, poderia atrapalhar os projetos de Álvaro Uribe para se manter no poder, ora. A gente precisa ser muito idiota para não perceber uma coisa tão evidente assim, não é mesmo?

Como se vê, a criatividade da esquerda não-democrática é inesgotável. A matéria, aliás, ainda acrescenta este vaticínio: “Nas próximas semanas, assim que as comunicações do lado popular tornarem a se ajustar, é quase certo que a notícia seja divulgada, no que Uribe tentará acusar as FARC de a terem matado como represália, o que seria ridículo, bem se sabe”.

Bem se sabe. Bem se sabe que não há limite para a insensatez dessa gente. Assim como não tem uma palavra de verdade, o longo arrazoado não tem uma palavra sobre narcotráfico nem sobre o delírio totalitário representado pela luta de guerrilha num país sob normalidade constitucional e bem definida periodicidade eleitoral. Nenhuma palavra sobre a violência representada pela prática do terrorismo e do seqüestro. Silêncio absoluto sobre a insanidade de uma guerrilha mantida que já dura quatro décadas. Nada. Toda a criatividade concentrada em conceber uma hipótese e a partir dela extrair conclusões venenosas que justifiquem a conduta delinqüente dos companheiros. E sempre atribuindo aos adversários a própria malícia.

Caso isolado? Não, atitude permanente. Em janeiro de 2001, aqui em Porto Alegre, foi realizada a primeira edição do Fórum Social Mundial. Dezenas de milhares de companheiros do mundo inteiro se concentraram na capital gaúcha para conviver e aplaudir as grandes figuras da esquerda mundial. Todos defensores de “um outro mundo possível”, amantes da paz, do amor e da democracia. Quais foram os principais ícones do beatífico evento? Quais as personalidades mais reverenciadas e aplaudidas por aquelas figuras turbinadas por tão elevados valores humanos? Ninguém mais nem menos do que os democráticos, fraternos e solidários Ricardo Alarcón (presidente da Assembléia Nacional de Cuba) e Javier Cifuentes, que dirigia a representação das FARC. Lugares para estar próximos a esses cavalheiros eram disputados a cotovelaços.

Lula candidato fez das FARC parceiras importantes do seu Foro de São Paulo. Lula presidente se recusou a declarar que elas são uma organização terrorista. Até hoje não ouvi qualquer voz petista reconhecer e condenar o narcotráfico controlado pela guerrilha. Há bem poucos dias, a morte de Manuel Marulanda, o maior líder dessa organização criminosa suscitou homenagem póstuma na reunião do Foro de São Paulo, em Montevidéu, e a memória do bandido foi saudada com vibrantes aplausos por uma platéia que se pôs em pé para não deixar dúvidas quanto à sua reverência. Em outras palavras: como são incorrigivelmente elevados os ideais desses cavalheiros do outro mundo!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".