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quarta-feira, 21 de maio de 2008

O MUNDO DO BIG BROTHER

Por Arlindo Montenegro, publicado simultaneamente no blog ALERTA TOTAL do Jorge Serrão.

As pessoas, as nações, as idéias, como os frutos que a natureza nos oferece, têm um tempo próprio para amadurecer/evoluir. Um tempo certo para as transformações características de vegetais, animais e humanos.

As revoluções implicam em transformações que ignoram os movimentos naturais, como meter um alimento num forno de micro ondas ou enfiar idéias políticas, econômicas e sociais goela abaixo, de modo forçado. Submeter pessoas, nações, contrariando a natureza para mudar o mundo.

O mundo, as nações, os parâmetros de uma sociedade amadurecem como frutos da convivência ativa, produtiva e harmônica. Fala-se muito em capitalismo selvagem como causador de todos os males. O comunismo causou males e sofrimentos bem mais profundos e continuados onde foi implantado. As seqüelas estão bem à vista.

O que interessa não é defender este ou aquele sistema de poder e ferramental bélico ou influencia para manter a dominação. Soldados, exércitos, regulamentos e armas são idênticos. O que nos interesse apreciar é o modelo de produção que cada sistema desenvolve. É o que move a gente para o trabalho e a geração de riqueza e bem estar.

No sistema comunista o Estado super poderoso domina todas as propriedades, bens de produção, distribuição e comercialização. Um só agrupamento ideológico, um só homem durante decênios, uma espécie de paizão determina, comanda a vida da coletividade, decide tudo, decide por todos.

Como tudo sobre a vida é imposto a cada cidadão, como tudo quanto se produz no campo ou na indústria obedece ao padrão determinado pelo “plano”, a competitividade, a vontade e a iniciativa das pessoas mingua. Ninguém quer ser escanteado por pensar ou querer fazer diferente. Inexiste a ferramenta principal a diferença no produto final: a vontade individual de fazer melhor.

A competitividade como instrumento democrático de produção, marcou a construção da mais rica nação, bem como a que mais avançou na utilização de mecanismos democratizantes de modo exemplar: os EUA. O império norte americano ergueu-se com alguns fundamentos diferenciados. Algumas características que devem ser lembradas.

Os colonos ingleses, que desembarcaram nos EUA em 1620 (mais de cem anos depois do “descobrimento” do Brasil) eram grupos familiares de protestantes, fugindo de uma Inglaterra perseguidora. Estavam determinados a criar uma sociedade fundamentada na crença de que o trabalho dignifica o homem.
Aquelas famílias eram todas alfabetizadas e bem educadas na tradição protestante da leitura da Bíblia.

O capitalismo em sua essência brotou do trabalho familiar, do respeito entre famílias, da competitividade com respeito humano para merecer as bênçãos, (prêmios divinos) pela competência. Para ser mais merecedor, a condição era o estudo e capacitação, que os conduzia à pesquisa e modos diferenciados de fazer a mesma coisa e fazer coisas novas.

A coroa inglesa explorava aqueles colonos cobrando taxas e impostos, além de lucrar com os recursos minerais e vegetais que não existiam na Europa. Isto aconteceu até 1776, quando foi redigida a Declaração de Independência (quase meio século antes do Brasil).

Dez anos depois, 1878, os EUA tinham sua Constituição garantindo a propriedade privada, os direitos e garantias individuais dos cidadãos. Franceses, espanhóis e holandeses também estiveram presentes naquela história. Houve guerras, escravidão e a reforma agrária mais democrática: os lotes eram assinalados e quem chegasse primeiro numa corrida a cavalo, era titulado.

Rememorando: famílias alfabetizadas, religiosidade, propósito, estudo, competência. Independência sem rei terrestre. A autoridade divina em primeiro lugar. Competitividade, gratificação e orgulho, como fundamentos do desenvolvimento capitalista. O maior lucro obtido do menor custo produtivo e pelo diferencial da oferta competitiva.

Nossa educação histórica no Brasil, fundamentou-se em crenças menos rígidas, menos religiosas, primando pelo paternalismo e autoridade do homem representando a autoridade divina. No 7 de Setembro de 1822, ganhamos a Independência “como reino irmão de Portugal”. E o rei proibindo qualquer tipo de indústria no Brasil. Dificultando a autonomia da colônia, impedindo a possibilidade de um desenvolvimento econômico independente. Preservando os lucros comerciais para a metrópole. Até a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, por iniciativa de um grupinho e declaração de um Marechal.

Rememorando: Independência dependente do Reinado, República resultante de uma conspiração, colonos obedientes aplaudindo as autoridades. Um berço esplêndido para uma democracia amorfa e paternalista. Um paternalismo que instaurou famílias oligarcas no poder perpetuando a exploração do trabalho e impedindo a iniciativa, a educação, a reforma agrária, a maturidade e emancipação do povo.

Resultado: um capitalismo de Estado selvagem explorando a gente mantida na ignorância da essência das liberdades democráticas, mantida na ignorância de valores como a família, a religiosidade, o saber. Um povo mantido na ignorância do significado de uma missão de vida, participação ativa e responsabilidade patriótica.

Um povo que não conquistou nada, que historicamente foi conduzido de modo enviesado para receber as esmolas do rei, do imperador, do fazendeiro, do governo, do padrinho e até de Deus.

E assim chegamos ao ambiente histórico ideal para o capimunismo, para o capitalismo selvagem do Estado na exploração de uma nação. Se Deus quiser eu ganho na mega sena, no jogo do bicho, na loteria da tv ou sou escolhido para a casa do big brother e ganho um milhão ou minha filha fica bem gostosa, posa nua para uma revista e garante minha velhice.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".