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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crônica de um golpe anunciado

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Marli Nogueira em 28 de setembro de 2005

Resumo: De um crime ninguém pode acusar o presidente Lula: a de não ter avisado a que vinha.

© 2005 MidiaSemMascara.org

Que ninguém invoque inocência ou surpresa acerca das maracutaias, das falcatruas, da falta de caráter, da incompetência e do desejo totalitarista que emergem do lodaçal fétido em que chafurda o PT.

Quem assistiu ao primeiro discurso de Lula como presidente eleito, na Avenida Paulista, há de reconhecer que ele avisou a que viria. Naquele dia, o eleito se deixou arrebatar pelo animus domini que desde sempre habita os corações da maioria dos petistas, com a certeza de que o PT, seguindo à risca o plano macabro de tomada do poder, nele permaneceria no mínimo por tanto tempo quanto o que levou para chegar lá. E deixou escapar o ato falho.

Do alto do palanque, encarnando o espírito do velho caudilho latino-americano, Lula soltou a voz rouca e exclamou, entre piegas e ameaçador: "Aconteça o que acontecer, vocês serão a minha referência!". Está lá. Ao vivo e em cores. É só ver a fita, que, com a euforia do que parecia ser a realização do sonho de uma vitória "democrática", muitos devem ter gravado para a posteridade. Ou, então, ler a íntegra do discurso - cheio de promessas não cumpridas - em vários sites da Internet.

Como sei que um alerta dessa natureza somente é disparado quando já existe uma oculta intenção de praticar atos que possam decepcionar os interlocutores, naquele momento disse cá, com os meus botões: "Aí tem coisa!"

Não deu outra. Logo em seguida começou a visível formação de uma reserva financeira para o partido, de proporções nunca vistas. Com que objetivo? Para, com o apoio de Fidel e de Chávez, e em conformidade com as diretrizes do Foro de São Paulo, bancar a sua própria revolução em toda a América Latina e se perpetuar no poder, ainda que isso significasse o sacrifício de milhões de brasileiros. E para tanto, é claro, valia tudo: desde cortes inexplicáveis no orçamento das diversas instituições federais, até empréstimos a países estrangeiros muy amigos, perdão das dívidas de outros, independentemente do grau de amizade, além de doações suspeitíssimas para o MST. O problema é que jamais poderemos saber se os milhões cortados do orçamento serviram mesmo para a formação de superávit primário na mesmíssima proporção, se outros tantos milhões emprestados a países vizinhos se materializarão realmente nas obras alegadas e se o dinheiro foi efetivamente parar, em sua totalidade, nas mãos do MST, entidade que sequer possui personalidade jurídica própria que lhe permita receber doações financeiras de qualquer origem.

Diante de todo o quadro de esbanjamento, de corrupção e de lavagem de dinheiro público que se evidenciaram ao longo das investigações promovidas pelo Congresso Nacional, é mais do que razoável imaginar que o governo não está minimamente preocupado com as classes mais pobres, que, para ele, ao invés de emprego, de escolas e de hospitais, podem viver apenas de discursos, de bravatas e de palavras de ordem.

Mas não é só. Não satisfeitos em fazer caixa para a sua revolução castro-chavista-marxista, Lula e sua trupe passaram a adotar medidas nitidamente antidemocráticas para garanti-la, ao mesmo tempo em que tratava de manter a sociedade sob seu tacão, promovendo o controle do Executivo sobre o Judiciário (CNJ) e sobre o Legislativo (compra de parlamentares), as alianças com países que nada têm a ver com nossa tradição diplomática, além das tentativas totalitaristas de cala-boca da imprensa (Conselho Nacional de Jornalismo), de direcionamento da cultura (Ancinav) e de adoção da novilíngua tupiniquim (cartilha do politicamente correto). Que "democracia", hein!

Juntando as peças desse quebra-cabeças, fica mais do que evidente que o PT estava armando, desde a campanha eleitoral, um esquema gigantesco de assalto aos cofres públicos para poder financiar o delírio marxista. E, já eleito, tratou logo de aumentar o incentivo à sua força militar oficiosa, o MST, em suas marchas e invasões, permitindo-lhe com isso um treinamento logístico e operacional cuja eficiência ficou mais do que comprovada com a marcha de Goiânia para Brasília em 15 de maio deste ano. E ao mesmo tempo, ainda criou a sua própria força militar oficial (Força Nacional), um tertium genus inadmissível em um Estado que já conta com instituições mais do que suficientes - mas adredemente desprezadas - para a garantia da defesa nacional (Forças Armadas) e da ordem pública (Polícias Militares).

Depois de tais constatações, a primeira conclusão cabível para o aviso do "aconteça o que acontecer" é que Lula tinha conhecimento, sim, da elaboração do magno projeto de poder liderado pelo Foro de São Paulo (de que é um dos fundadores) e das maracutaias necessárias para alcançá-lo, e que, por isso, ao fazer sua advertência à multidão que o aplaudia em plena Avenida Paulista, sabia perfeitamente bem o que estava dizendo. A segunda é que, ao contrário do juramento então firmado, sua referência nunca foi, não é, e jamais será o povo brasileiro. Sua referência é ele próprio e o partido revolucionário que o rodeia.

Mas de um crime ninguém pode acusar Sua Excelência: a de não ter avisado a que vinha. O golpe, metaforicamente chamado de "aconteça o que acontecer", foi anunciado naquele dia 28 de outubro de 2002.

A autora é Juíza do Trabalho em Brasília.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".