O GLOBO
Venezuelano pede emenda para manter seus programas sociais caso não se reeleja
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Publicado:28/05/12 - 22h21
Atualizado:28/05/12 - 23h00
Chávez em sua chegada a Caracas, após 11 dias de tratamento em Cuba, em maioREUTERS/PALÁCIO MIRAFLORES
CARACAS — No mesmo dia em que disse que “até as pedras sabem” quem vencerá as eleições de outubro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta segunda-feira uma emenda à Constituição para manter os programas sociais criados ao longo de seus 13 anos de governo independentemente do resultado da votação. É a primeira vez, ainda que de forma indireta, que Chávez admite não conseguir sua terceira reeleição como presidente.
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— A Assembleia Nacional deve tomar a iniciativa de fazer uma emenda ou uma reforma constitucional para incluir as missões sociais socialistas na Constituição — disse Chávez, numa sessão de perguntas e respostas com jornalistas, por telefone, na sede de seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A proposta de Chávez é um resposta às declarações recentes de seu adversário nas eleições, Henrique Capriles, que defendeu uma iniciativa popular para obrigar que os programas de governo não beneficiem apenas os chavistas.
Desde que chegou ao poder, em 1999, Chávez já lançou cerca de 30 das chamadas missões, programas sociais que incluem distribuição de comida e o envio de médicos cubanos para tratar venezuelanos em áreas rurais, entre outras ações.
A pesar das especulações sobre seu estado de saúde, o presidente venezuelano voltou ontem a garantir que seu nome estará na cédula em outubro, embora, novamente, não tenha definido data para fazer sua inscrição eleitoral — o prazo estabelecido é entre 1 e 11 de junho.
— A data ainda não foi decidida, mas isso é certo. A Venezuela está ganhando e vai ganhar a batalha eleitoral deste ano. Todos sabem disso: as pedras, as areias do Saara, as pirâmides do Egito, as águas do Mar do Norte e a terra sagrada das Malvinas argentinas — afirmou.
O mistério sobre o estado de saúde levou a uma série de especulações nas últimas semanas sobre se Chávez, mesmo em tratamento contra o câncer, teria condições de levar adiante uma campanha eleitoral. A oposição chegou a denunciar que, em segredo, o governo venezuelano fez uma pesquisa para medir a popularidade dos principais nomes do chavismo.
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