Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O influente

Fonte: INSTITUTO MILLENIUM
03/01/2010


Percival Puggina


O presidente Lula está na lista das personalidades mais influentes da década. Ainda bem que ele não influiu suficientemente quando se opôs:

a) ao Plano Real, que chamava de estelionato eleitoral;
b) à Lei de Responsabilidade Fiscal, que chamava de arrocho imposto pelo FMI;
c) à abertura da economia brasileira, que chamava de globalização neoliberal;
d) ao fim do protecionismo à indústria nacional, que chamava de sucateamento do nosso parque produtivo;
e) às privatizações, que chamava de venda do nosso patrimônio;
f) ao cumprimento de nossas obrigações com os credores internacionais, que chamava de pagar a dívida com sangue do povo;
g) à geração de superávit fiscal, que chamava de guardar dinheiro para dar ao FMI;
h) à primeira reforma da Previdência, que ele já teve sete anos para corrigir e não corrigiu;
i) ao Proer, que, segundo ele, era dar dinheiro do povo para banqueiro;
j) ao fortalecimento da agricultura empresarial, que o Influente queria substituir por assentamentos do MST.

Felizmente, escapamos de tais influências! Os governos anteriores suportaram a vaia petista e criaram as condições com que o país enfrentou a turbulência internacional de 2008/2009. Entre elas: responsabilidade fiscal, moeda forte, superação da imagem de país caloteiro, sistema bancário sólido e bem fiscalizado, gradual modernização do parque produtivo, duplicação da produção de grãos e a acelerada produção de divisas daí decorrente. Felizmente, também, reconheça-se, ao assumir o governo o Influente teve a sensatez de:

a) qualificar como “bravata” sua atuação como oposicionista;
b) convidar o tucano Henrique Meirelles para o Banco Central;
c) não atrapalhar o que ia bem.

Ah! Esquecia-me de dizer que o Influente ampliou muito os programas sociais criados antes dele (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás) que migraram para o seu Bolsa Família. Mas, vale lembrar que também aqueles programas de FH haviam sido tenazmente combatidos pelo Influente que os qualificara como forma de ganhar o voto do pobre pela barriga (assista-o abaixo).



Vejamos, agora, onde o Influente, de fato, influenciou.

Ele influenciou a decisão brasileira de não declarar as narco-guerrilheiras Farc como organizações terroristas.
Ele influenciou a eleição de Evo Morales que fez campanha anunciando que agiria contra a presença da Petrobras na Bolívia.
Ele influenciou a eleição de Lugo, que fez campanha anunciando que agiria contra o acordo com o Brasil em Itaipu.
Ele influenciou a OEA a favor da readmissão de Cuba na organização e, dias depois, influenciou a decisão da OEA contra a destituição do golpista Manoel Zelaya em Honduras.
Ele sistematicamente protege regimes de esquerda quando são votadas, em organismos internacionais, moções de repúdio a violações de direitos humanos.
Visitou e recebeu afetuosamente todos os ditadores do planeta.

Ele é o Influente. Ele é o cara.

Sabem por quê?

Porque aquele discurso que tanto atrai o eleitor de poucas luzes nos países periféricos produz o mesmo efeito em alguns europeus. Refiro-me à ideia de que a economia funciona como um deserto, onde a areia muda de lugar conforme o vento, formando dunas e depressões, mas a quantidade de areia permanece imutável. Logo, se há acumulação é porque, em algum lugar, se formou uma depressão. É por causa desse raciocínio infantil que as esquerdas atribuem a pobreza à existência da riqueza. E o Influente, aonde vai, arranca aplausos ensinando isso. Mas os ricos do Brasil nunca riram tão à toa e nunca aplaudiram tanto um presidente.

(Zero Hora - 03/01/2010)

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".