Este grupo do qual também fazem parte vários idiotas úteis das FARC, atua em consonância com o Foro de São Paulo, com o Movimento Continental Bolivariano, com os projetos do Plano Renascer das FARC e com as "coincidentes proposições" dos camaradas do semanário Voz, órgão de difusão oficial do Partido Comunista Colombiano.
A manipulação das FARC para libertar o cabo Moncayo tem uma explicação precisa e faz parte do plano B orquestrado no final de dezembro passado. O plano A para deixar em liberdade o suboficial se realizaria com a cumplicidade dos governos do Brasil e Argentina, assim como a calculada intervenção de Monsenhor Castrillón em Roma, mais a simultânea publicação na Suécia do vídeo dos "camponeses farianos".
A trama era perfeita e coincidia com o fim do ano, quando o espírito natalino relaxa um pouco as atitudes políticas e induz a conciliar. Algo similar à pantomima da falida libertação do menino Emmanuel, há um par de anos.
Mediante esta jogada, as FARC pretendiam utilizar o seqüestro do governador do Caquetá como o meio de pressão para que a Europa, por intermédio do Vaticano, lhes tirasse o rótulo de terroristas e assim Lula, Chávez e o resto do "grupelho fariano" lhes concederiam status de beligerância, embaixadas em seus países e total reconhecimento político.
De forma premeditada, dias antes o Movimento Continental Bolivariano das FARC se reuniu em Caracas, cujos cabeças expressaram aberta simpatia pelo braço armado do Partido Comunista Colombiano, com a anuência dos governantes dos países comprometidos em uma associação para delinqüir que, pela enésima vez, fizeram silêncio frente a esta realidade geopolítica e estratégica que atenta contra a integridade institucional colombiana.
Evidentemente, Chávez continuou com a ameaça de guerra e a farsa de vender a idéia de que a vítima é a Venezuela, para justificar qualquer agressão posterior surgida de seu governo, já que não funcionou a provocação de guerra contra a Colômbia com a destruição de três pontes localizadas em passagens fronteiriças.
Por essa razão, quando disse que as libertações demorariam mais do que o previsto, Piedad Córdoba não só se integrou à reiterada manipulação e ao premeditado plano fariano, senão que desautorizou Monsenhor Córdoba, que por ilusão acabou se convertendo em peça do plano A das FARC e seus camaradas, caiu na farsa e pôs em entredito tanto sua credibilidade quanto sua seriedade, não distante do consuetudinário desejo de figuração de seus antecessores em assuntos de mediação, para ter algum contato com o grupo terrorista.
Porém, o plano A falhou aos conjurados. O governador do Caquetá foi degolado. O mundo inteiro caiu em cima das FARC. Seus sócios da Venezuela, Brasil, Equador, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai não os questionaram em público, mas ficaram sem ar. O chanceler brasileiro Amorim, que fazia parte da conjuntura e coordenava a filigrana internacional de apoio às FARC, tanto quanto Oliverio Medina em Brasília como com seus embaixadores na Europa, se viu obrigado a retirar um emissário de Bogotá e a guardar silêncio discreto.
De imediato as FARC e seus sócios ativaram o plano B. O Partido Comunista Argentino, com o aval do governo de Cristina Kirchner, publicou em Buenos Aires a película filmada na Venezuela, próxima a um dos acampamentos de Iván Márquez, a qual também pretendem apresentar na Suíça.
Porém, mais um vez falhou o planejado porque a Chancelaria colombiana pôs a boca no mundo e instou pela primeira vez os embaixadores a que ajam em conseqüência e evitem a audaz propaganda terrorista.
Então, Alfonso Cano resolveu mostrar suas cartas. Pôs a descoberto que os nexos dos comunistas argentinos com as FARC estão de pé, e deixou transluzir que diferentemente da apatia do corpo diplomático colombiano creditado em Estocolmo, os terroristas que circulam pela Europa vestidos de civil já contataram o governo sueco, muito sensível por certo aos temas humanitários, os convenceram de que são simples camponeses e não narco-terroristas, razão pela qual este país seria o mediador ideal para libertar Moncayo.
Tal mediação geraria a "surpreendente" reação favorável às FARC por parte dos governos do socialismo do século XXI no hemisfério, para forçar a falsa negociação de paz, a partir da troca humanitária e do status de beligerância das FARC.
Essa negociação de paz seria falsa, pois o dogmatismo marxista-leninista indica que, para as FARC e seus sócios do Foro de São Paulo, só haverá paz na Colômbia quando os terroristas alcançarem o poder político e tiverem imposto uma ditadura comunista afim a Chávez, Morales, Lula, etc.
Portanto, "Colombianos pela paz", grupo do qual fazem parte vários membros do Partido Comunista Clandestino das FARC, amparados nas bondades da democracia que pretendem degolar como fizeram com o governador do Caquetá, só busca a legitimação política das FARC, não a libertação dos seqüestrados.
Este grupo do qual também fazem parte vários idiotas úteis das FARC, que ansiosos para derrubar Uribe e impedir sua reeleição operam como marionetes dos terroristas, atua em consonância com o Foro de São Paulo, com o Movimento Continental Bolivariano, com os projetos do Plano Renascer das FARC e com as "coincidentes proposições" dos camaradas do semanário Voz, órgão de difusão oficial do Partido Comunista Colombiano.
Nessa ordem de idéias, a militância de Alán Jara em "Colombianos pela paz" não é gratuita. Ele, Sigifredo López, Luis Eladio Pérez e Gechen foram libertados com instruções precisas de fazer campanha para o Congresso, conseguir o assento parlamentar e pressionar, desde lá, o acordo humanitário para conseguir o passo seguinte do status de beligerância das FARC.
Não há cabimento para ser tão ingênuos ao pensar que um grupo terrorista que massacra sem compaixão a onze deputados e depois mente com total cinismo, que seqüestra e degola um governador, que brinca com a dor da mãe do major Guevara, que envenena aquedutos municipais, que lança cilindros contra uma igreja cheia de fiéis de Bojayá, que incendeia ônibus com ocupantes dentro, que massacra 33 camponeses em La Gabarra, que fuzila seus comparsas, que trafica coca e que mentiu tantas vezes, tivesse libertado os dirigentes políticos enunciados sem os haver comprometido em nada.
Ademais, seria muito ingênuo crer que essas libertações foram de boa-fé, quando manipularam tanto com a libertação do cabo Moncayo e dos demais seqüestrados.
Um indício desta realidade é que, recém libertado, Eladio Pérez falava incansavelmente que tinha a fórmula secreta para o intercâmbio humanitário com participação de vários governos; porém, poucos dias depois de sua libertação morreu Raúl Reyes, e nos computadores que lhe apreenderam ficou demonstrado que o audaz plano de paz de Pérez não era mais que a imposição a este mensageiro casual, do acordado por Chávez e Iván Márquez no Palácio de Miraflores.
Em síntese, a proposta de pôr a Suécia como mediadora obedece à busca de que a União Européia, com a participação inclusive do Vaticano, retire o rótulo de terroristas das FARC, enquanto "Colombianos pela paz" segue imerso no objetivo para o qual os comissários políticos das FARC o criaram, ou seja, buscar status de beligerância para os terroristas.
Isto explica as declarações de Iván Cepeda, quando diz que com o degolamento do governador do Caquetá as FARC não são terroristas, senão que cometeram um crime de guerra, quer dizer, que desde essa óptica são um exército.
Tal posição coincide com o exposto pelos terroristas reunidos em Caracas com o nome de Movimento Continental Bolivariano, com o silêncio cúmplice dos mandatários da UNASUL, vinculados ao Socialismo do Século XXI, com a contínua ameaça de Chávez contra a Colômbia e o desespero das FARC para conseguir o status político, antes que os aviões Super-tucano acabem de eliminar seus cabeças.
E para rematar, as FARC já não atuam sós. Sua operacionalidade vai em consonância com o impulso internacional do qual fazem parte os membros do Foro de São Paulo e todos os comunistas latino-americanos; porém, por desgraça, os afetados, tanto na Colômbia quanto nos Estados Unidos não querem ver assim.
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