*Alejandro Peña Esclusa
A derrota da candidata chavista Balbina Herrera, frente ao empresário Ricardo Martinelli, nas recentes eleições presidenciais do Panamá, marca o princípio do fim do Foro de São Paulo (FSP) na América Latina.
Há uma década os candidatos do FSP representavam uma esperança para suas nações, sobretudo devido ao fracasso dos partidos tradicionais. Prometiam uma mudança benéfica, ofereciam justiça social, acabar com a corrupção e resolver os problemas de fome e desemprego.
Porém, depois de anos governando, os resultados de suas gestões foram francamente desastrosos. Não resolveram nenhum dos problemas cruciais da região e, pelo contrário, os agravaram sensivelmente. Em alguns casos, cercearam as liberdades, destruíram a democracia e violentaram flagrantemente os direitos humanos.
A derrota do Foro de São Paulo no Panamá é a primeira de muitas outras que se avizinham. Dificilmente a Frente Ampla poderá repetir um triunfo no Uruguai, sobretudo com um candidato tão mau como o ex-Tupamaro José “Pepe” Mujica. Sebastián Piñera tem amplas possibilidades de ganhar as próximas eleições presidenciais no Chile. A pré-candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, não levanta a cabeça. Os Kirchner se viram obrigados a adiantar as eleições regionais na Argentina, para tratar de evitar o descalabro.
Os radicais do FSP – entre eles Chávez, Morales e Ortega – estão em sérios problemas, devido à sua incapacidade para lidar com os efeitos da crise econômica mundial. Tentam manter-se na Presidência radicalizando-se, cometendo fraude eleitoral, perseguindo ferozmente a oposição e aprovando leis que lhes dão um poder omnímodo. Porém, já não contam com o respaldo popular suficiente para manter a governabilidade. E quanto às FARC, membros fundadores do Foro de São Paulo, é evidente que têm os dias contados.
Outros do FSP que também ganharam eleições – Funes em El Salvador e Correa no Equador – estão seriamente limitados para governar, pela combinação de polarização política e crise econômica. Se chegarem ao final de seus respectivos períodos, podem se considerar afortunados.
Sem dúvida, sopram ventos de mudanças na América Latina. Porém, não podemos cantar vitória. Os radicais do Foro de São Paulo farão qualquer coisa – inclusive recorrer ao apoio do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional – para aferrar-se irracionalmente a seus cargos.
Urge criar uma nova corrente política em nosso continente capaz de preencher o vazio que o FSP está deixando, e de elaborar programas de governo que resolvam o problema de fundo da região, como a pobreza e o subdesenvolvimento.
*Presidente de Fuerza Solidaria e UnoAmérica
Tradução: Graça Salgueiro
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