Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CEM DIAS DE OBAMA (E A GRIPE SUÍNA)

NIVALDO CORDEIRO
03 de maio de 2009

Não é a economia estúpido, a propaganda é a alma do negócio em política”, poderíamos cinicamente arremedar a frase de James Carvillemarketeiro de Bill Clinton, referindo-se ao inicio do governo de Barack Obama. Mais que arremedar, corrigir. O fator econômico só tem relevância dentro do contexto de normalidade, que defino como sendo a certeza razoável que se pode ter de haver, nos próximos meses, a repetição dos meses anteriores, sem grandes alterações e nem fatos novos que redefinam a vida cotidiana.

 

Vivemos tudo, menos isso. Os cem primeiros dias de Obama no poder foram acompanhados de problemas econômicos de toda ordem, desemprego, descontrole na oferta de moeda, bailoutsatabalhoados e uma caminhada sem paralelo histórico no rumo da estatização da economia, conforme matéria publicada no Estadão de hoje. Em resumo, nada a comemorar, tudo a lamentar. No mesmo Estadão podemos ler que em abril pela primeira vez na história os EUA perderam a liderança como parceiro comercial do Brasil, tendo a China tornado-se nosso maior mercado importador. Uma relação de causa e efeito direta da crise daquele país e das maluquices de política econômica posta em prática por Obama.

 

E, todavia, a popularidade do líder dos EUA não dá sinais de deterioração.

 

O fato novo fundamental que tivemos é o desaparecimento do frenesi propagandístico contra os EUA da esquerda militante na mídia, como por um passe de mágica. É como se a guerra no Iraque tivesse acabado, como se EUA não estivessem onde sempre estiveram. Os jornais mudaram sua pauta para uma nova agenda. O frenesi de propaganda contra Bush deu lugar a uma placidez impressionante e a uma tolerância irrestrita para com Barack Obama, cada vez mais pop star. No lugar da malhação do Judas americano apareceu toda sorte de nota apologética ao novo governante, cada vez mais retratado como um salvador do mundo.

 

Não surpreende que até tenham inventado o falso pânico da gripe suína, que mobilizou a atenção da opinião pública mundial. Claro, o preço foi matar a indústria turística do México por algum tempo. Um mero factóide, mas devastador para a economia mexicana. Fiquei com a impressão que esse fato foi explorado precisamente para desviar a atenção da opinião pública mundial para o desastroso balanço dos cem primeiro dias de Obama. Uma análise fria mostrará que seu governo tem sido um rotundo fracasso e que não se pode enfrentar a realidade com retórica vazia. Os fatos atropelam os incompetentes e os despreparados. E os mal intencionados também.

 

A propaganda só pode ser a alma do negócio por algum tempo, pois não se pode enganar a todos por todo o tempo. Essa mudança nos destinos das exportações brasileiras não é fato isolado, a China de fato tem se agigantado, ocupando o vácuo da outrora pujante economia norte-americana. Penso que essa mudança é estrutural e permanente, redefinindo o jogo de poder mundial. Enquanto os EUA não voltarem ao leito correto da economia de mercado, acabando com os privilégios de aposentados, de parasitas do Tesouro e da regulação estúpida das trocas internacionais, “protegendo” seu mercado interno, a crise só irá se agravar. Enquanto não cuidarem bem se sua própria moeda, o dólar será paulatinamente expulso do mercado mundial como meio de troca. A pirotecnia propagandista não produzirá uma realidade melhor e nem esconderá por muito tempo as mazelas. O povo americano está empobrecendo com muita rapidez.

 

Obama assumiu, mas não saiu do palanque. Vive de bravatas e frases feitas, como um Sancho Pança governando uma ilha da fantasia. A decadência americana será rápida, sob esse falso líder, esse animador de auditório, esse Chacrinha da política. Um ciclo histórico está sendo concluído.


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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".