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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

“Intelectuais”

MÍDIA SEM MÁSCARA
Autor: 19 novembro 2008
Editorias - CulturaEstados Unidos

 

Dentre as maravilhas esperadas do governo de Obama, segundo Nicholas D. Kristol do New York Times, está o fim do “anti-intelectualismo que há muito é uma tensão na vida americana”.

 

Ele citou Alai Stevenson, o suave e encantador governador de Illinois, que por duas vezes foi candidato a presidente contra Eisenhower nos anos 1950, como um exemplo de um político intelectual.

 

Intelectuais, segundo o Sr. Kristol, são pessoas “interessadas em idéias e que se sentem confortáveis com a complexidade”, pessoas que “lêem os clássicos.”

 

É difícil saber se devemos rir ou chorar.

 

Adlai Stevenson foi certamente considerado um intelectual pelos intelectuais nos anos 1950. Mas, meio século depois, os fatos pintam um quadro bem diferente.

 

O historiador Michael Beschloss, dentre outros, observou que Stevenson “podia passar, alegremente, meses ou anos sem tocar num livro.” Mas Stevenson tinha os ares de um intelectual – a forma, não o conteúdo.

 

E o que é mais notável, a forma é suficiente para impressionar os intelectuais, não somente os de então, mas mesmo os de agora, anos depois do que os fatos revelaram. Mas não, aparentemente, para o Sr. Kristof.

 

Esta é uma das muitas razões pelas quais os intelectuais não são levados tão a sério pelos outros quanto por eles mesmos.

 

Quanto a ler os clássicos, o presidente Harry Truman, que ninguém considerava um intelectual, era um leitor voraz de coisas pesadíssimas como Tulcídides e lia Cícero no original em latim. Quando seu Ministro da Justiça citou algo em latim, Truman foi capaz de corrigi-lo.

 

Mesmo assim, os intelectuais tendiam a considerar Truman homem despretensioso e de discurso simples, um sujeito pouco mais sofisticado que um caipira.

 

Da mesma forma, ninguém considerava o presidente Calvin Coolidge um intelectual. Mesmo assim, ele também lia os clássicos na Casa Branca. Ele lia latim, grego e Dante no original italiano, pois falava várias línguas. Dizia-se que o taciturno Coolidge podia ficar calado em cinco línguas diferente.

 

O nível intelectual dos políticos é apenas uma das muitas coisas sobre que os intelectuais grosseiramente se enganam por anos.

 

Durante os anos 1930, alguns dos mais importantes intelectuais nos Estados Unidos condenavam nosso sistema econômico e apontavam para a economia soviética de planejamento central como um modelo – tudo isso no instante em que literalmente milhões de pessoas estavam morrendo de fome na União Soviética, num país com um dos solos mais ricos da Europa e que historicamente tinha sido um exportador de alimentos.

 

O correspondente em Moscou do New York Times, Walter Duranty, ganhou o prêmio Pulitzer por dizer à intelligentsia o que ela queria ouvir – que as alegações de fome na Ucrânia eram falsas. Depois que o jornalista Macolm Muggeridge relatou, da Ucrânia, as mortes por inanição em escala industrial, ele caiu no ostracismo, após voltar à Inglaterra e não conseguir emprego.

 

Mais de meio século depois, quando os arquivos da União Soviética foram finalmente abertos no governo de Mikhail Gorbachev, descobriu-se que aproximadamente seis milhões de pessoas tinham morrido de fome naquela época – mais ou menos o mesmo número de pessoas mortas por Hitler no Holocausto.

 

Nos anos 1930, foram os intelectuais que deram de ombros aos perigos da ascendência de Hitler e clamavam pelo desarmamento do Ocidente.

 

Não seria difícil preencher um grande livro com todas as coisas sobre as quais se enganaram grosseiramente os intelectuais, e isso apenas no século XX – muitíssimo mais que as pessoas comuns.

 

A história inocentou completamente o falecido William F. Buckley, que dizia preferir ser governado pelos 100 primeiros nomes do catálogo telefônico de Boston do que pelos professores de Harvard.

 

Como os intelectuais conseguiram estar tão errados, por tanto tempo? Por pensarem que, por ele terem tantos conhecimentos – ou mesmo serem especialistas – sobre um campo tão restrito dentro de um vasto espectro de preocupações humanas, isso fazia deles os guias sábios das massas e os governantes das nações.

 

Mas a ignorância de PhDs é ainda ignorância, e o pensamento coletivo de pessoas de alto QI é ainda pensamento coletivo: a antítese de pensamento real.

 

Publicado por Townhall.com

 

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".