Por Heitor de Paola
Como parte das “comemorações” dos cem anos da morte de Machado, a Editora Nova Aguilar está editando as Obras Completas do autor. No informe do Segundo Caderno do Globo de 29 de setembro consta que, foi “atualizado e corrigido o Português de Machado de Assis. A grafia dos textos foi toda modernizada e erros de pontuação foram suprimidos. Estrangeirismos, hoje incorporados ao Português, também passaram a ter a grafia atual”.
Duas equipes foram citadas e não fica claro quais os participantes do crime literário: num lugar fala-se de John Gledson, Lúcia Granja, da UNICAMP (where else?) e Samuel Titan Jr. Noutro, de Heloísa Jahn, Ana Lima Cecílio, Aluízio Leite Neto e Rodrigo Lacerda.
Afirma o Editor Sebastião Lacerda (as ênfases são minhas) que “(n)osso princípio era ter o texto mais moderno e correto possível. Como outros autores brasileiros Machado sofre com edições mal feitas. Não havia razão para manter por exemplo, uma séria de vírgulas fora do lugar que provavelmente resultaram de descuidos” – quem disse? Perguntou ao falecido? – “Palavras estrangeiras que hoje têm grafia em Português foram atualizadas, mas no caso de um personagem pedante que usa vários termos em francês, por exemplo, mantivemos como estava” – por que, “seu” Sebastião? Porque resolveram que nestes casos estava melhor assim? E quem lhes perguntou? Quem autorizou a ousadia de mexer nos textos de um gênio que não mais se faz neste Brasil de pseudo-literatos rasteiros e ridículos?
Certamente a nova grafia dos textos se baseia na dos exímios luminares atuais, como Jô Soares, Paulo Coelho, Chico Buarque e José “marimbondos” Sir Ney todos capazes de darem aulas de linguagem moderna ao velho e atrasado Machado.
Já pensaram, se editores Ingleses resolverem “modernizar” aquele Inglês arcaico de Shakespeare? Ou a Academia Francesa mexer nos textos originais de Victor Hugo? Nem mesmo os grandes desinformadores soviéticos, que refizeram até a história, ousaram mexer da obra de Dostoievski ou Pushkin.
E tudo foi na maciota, ninguém divulgou nada a não ser aqueles três parágrafos embutidos em outras notícias de página inteira! Os nossos netos lerão Sebastião Lacerda e seus sequazes acreditando estarem lendo o Mestre da Literatura Brasileira e reconhecidamente um dos maiores escritores universais de todos os tempos. Os perpetradores deveriam ser denunciados perante a opinião pública, se isto existisse neste País de analfabetos.
Sempre fui contra abaixo-assinados e boicotes, esta foi a primeira vez que me deu ganas de fazê-lo.
Duas equipes foram citadas e não fica claro quais os participantes do crime literário: num lugar fala-se de John Gledson, Lúcia Granja, da UNICAMP (where else?) e Samuel Titan Jr. Noutro, de Heloísa Jahn, Ana Lima Cecílio, Aluízio Leite Neto e Rodrigo Lacerda.
Afirma o Editor Sebastião Lacerda (as ênfases são minhas) que “(n)osso princípio era ter o texto mais moderno e correto possível. Como outros autores brasileiros Machado sofre com edições mal feitas. Não havia razão para manter por exemplo, uma séria de vírgulas fora do lugar que provavelmente resultaram de descuidos” – quem disse? Perguntou ao falecido? – “Palavras estrangeiras que hoje têm grafia em Português foram atualizadas, mas no caso de um personagem pedante que usa vários termos em francês, por exemplo, mantivemos como estava” – por que, “seu” Sebastião? Porque resolveram que nestes casos estava melhor assim? E quem lhes perguntou? Quem autorizou a ousadia de mexer nos textos de um gênio que não mais se faz neste Brasil de pseudo-literatos rasteiros e ridículos?
Certamente a nova grafia dos textos se baseia na dos exímios luminares atuais, como Jô Soares, Paulo Coelho, Chico Buarque e José “marimbondos” Sir Ney todos capazes de darem aulas de linguagem moderna ao velho e atrasado Machado.
Já pensaram, se editores Ingleses resolverem “modernizar” aquele Inglês arcaico de Shakespeare? Ou a Academia Francesa mexer nos textos originais de Victor Hugo? Nem mesmo os grandes desinformadores soviéticos, que refizeram até a história, ousaram mexer da obra de Dostoievski ou Pushkin.
E tudo foi na maciota, ninguém divulgou nada a não ser aqueles três parágrafos embutidos em outras notícias de página inteira! Os nossos netos lerão Sebastião Lacerda e seus sequazes acreditando estarem lendo o Mestre da Literatura Brasileira e reconhecidamente um dos maiores escritores universais de todos os tempos. Os perpetradores deveriam ser denunciados perante a opinião pública, se isto existisse neste País de analfabetos.
Sempre fui contra abaixo-assinados e boicotes, esta foi a primeira vez que me deu ganas de fazê-lo.
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