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quarta-feira, 18 de junho de 2008

O novo comunismo

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Cliff Kincaid em 18 de junho de 2008

Resumo: Em seu livro Blue Planet in Green, o presidente da República tcheca Václav Klaus denuncia que o movimento para “salvar” o meio ambiente foi tomado por ideólogos que defendem o controle total do governo sobre as nossas vidas.

© 2008 MidiaSemMascara.org

Os norte-americanos estão buscando uma liderança neste ano eleitoral e eles a encontraram. Infelizmente, não é um político norte-americano. Václav Klaus, Presidente da República Tcheca, que sobreviveu ao sistema comunista e agora conduz um país emergente da dissolução do império soviético, adverte para uma nova forma de comunismo que está ameaçando a liberdade e o progresso humanos.

Como o ex-presidente Ronald Reagan, que desenvolveu seu conhecimento sobre a ameaça comunista lutando contra os comunistas em Hollywood, Klaus sofreu durante a era comunista na Tchecoslováquia. Por causa da sua experiência, contudo, ele compreendeu como o comunismo ao estilo soviético, que ruiu como império e criou as condições para a emergência da República Tcheca como uma nação livre e independente, nunca morreu de verdade como ideologia e que tem seus admiradores no Ocidente.

Seu livro, Blue Planet in Green Shackles (Planeta Azul, Obstáculos Verdes), publicado pelo Competitive Enterprise Institute, denuncia que o movimento para “salvar” o meio ambiente foi tomado por ideólogos que defendem o controle total do governo sobre as nossas vidas. Ele diz que o ambientalismo pode ser considerado uma forma de comunismo, socialismo ou mesmo fascismo. De qualquer forma que o chamemos, o resultado será a extinção da liberdade humana.

Raízes fascistas

De fato, o livro de Klaus cita o ensaio abalizado “Ideologia Fascista: a Asa Verde do Partido Nazista e seus Antecedentes Históricos”, de Peter Staudenmaier, como um pano de fundo para compreender a mentalidade que conduz à histeria fomentada pela mídia sobre o “aquecimento global” e a alegada necessidade de ação governamental imediata nos níveis nacional e global.

Staudenmaier escreveu que “a incorporação ao movimento Nazista de temas ambientalistas foi um fator crucial para a ascensão deles à popularidade e ao poder estatal”. Ele explicou: “Hitler e Himmler foram ambos vegetarianos radicais e amantes de animais, atraídos pelo misticismo da natureza e pelas curas homeopáticas e firmemente contrários à vivisseção e crueldade com animais. Himmler estabeleceu até mesmo fazendas orgânicas experimentais para o plantio de ervas para propósitos medicinais das SS. E Hitler, por vezes, soava como um verdadeiro utopista Verde, discutindo com autoridade e em detalhes várias formas de fontes de energia renovável (incluindo força hidráulica ambientalmente correta e a produção de gás natural de lodo) como alternativas ao carvão, e declarando ‘a água, os ventos e as marés como a base energética do futuro’”.

Enquanto o engajamento nazista nestas soluções energéticas e de saúde alternativa não as põem em descrédito, os fatos históricos deveriam fazer-nos refletir sobre as motivações daqueles que promovem tais causas no contexto atual. Os ataques às grandes empresas petrolíferas e a pressão por tecnologias energéticas alternativas estão sendo usados como pretexto para um maior controle governamental sobre a economia? As demandas por ação governamental para frear o aquecimento global estão sendo usadas para minar e subverter o capitalismo de livre iniciativa e os direitos de propriedade privada?

Mas enquanto o comunismo foi um sistema ateístico, nota Klaus, assumiu uma dimensão religiosa e o ambientalismo modernotornou-se uma “religião verde”.

Fascismo liberal

Ao final das considerações de Klaus sobre este assunto em um jantar em Washington D. C. no Competitive Entrerprise Institute (CEI) e por ele patrocinado, o mestre de cerimônias Jonah Goldberg disse que ele gostaria que tivéssemos um Presidente dos EUA que fizesse tal pronunciamento. Tragicamente, Bush e o Senador John McCain, o provável indicado republicano à presidência, caíram no campo – que inclui Barack Obama, Hillary Clinton e a maior parte do Partido Democrata – que quer erodir a liberdade individual em nome da salvação do meio ambiente. É a visão moderna do marxista “de cada um de acordo com suas habilidades, para cada um de acordo com suas necessidades”, excetuando-se que as necessidades do meio ambiente estão agora sendo colocadas acima daquelas das pessoas.

Foi apropriado que Goldberg, que elogiou as considerações de Klaus, tenha escrito o excelente livro Liberal Fascism (Fascismo Liberal), sobre as tendências totalitárias do liberalismo moderno.

Klaus, por seu lado, escreve que “a atitude dos ambientalistas em relação à natureza é análoga à abordagem marxista relacionada à economia. O objetivo em ambos os casos é substituir a evolução livre e espontânea do mundo (e da humanidade) pelo suposto planejamento otimizado central ou – utilizando o adjetivo mais elegante atualmente – global, do desenvolvimento mundial. Tanto como no caso do comunismo, essa abordagem é utópica e levaria a resultados completamente diversos dos pretendidos. Como outras utopias, esta jamais pode se materializar, e os esforços para materializá-la só podem ser dispendidos com restrições à liberdade por meio de imposições de uma pequena e elitizada minoria sobre uma esmagadora maioria”.

Resumidamente, não perderemos apenas a nossa liberdade, mas também o progresso econômico e o avanço humano serão sufocados. E mais pessoas inevitavelmente morrerão. Klaus acrescenta: “nos últimos 150 anos (pelo menos desde Marx), os socialistas têm sido muito eficazes em destruir a liberdade humana sob slogans humanos e compassivos, como ‘preocupando-se com o homem’, ‘assegurando igualdade social’ e ‘promovendo bem-estar social’. Os ambientalistas estão fazendo o mesmo sob slogans igualmente nobres, expressando preocupação com a natureza mais do que com as pessoas (lembremos do motto radical ‘a Terra primeiro’). Em ambos os casos, os slogans foram (e continuam sendo) apenas uma cortina de fumaça. Em ambos os casos, os movimentos foram (e são) exclusivamente sobre poder, da hegemonia dos ‘escolhidos’ (como eles próprios se vêem) sobre o restante, pela imposição da única visão de mundo correta (a deles), para a remodelagem do mundo”.

Num apêndice, Klaus aborda diretamente a pressão popular por um sistema intitulado “cap-and-trade” (limitar-e-negociar), em uma base nacional e global, concedendo a burocratas o poder de decidir as “pegadas de carbono” das pessoas, companhias e nações, e limitando suas emissões de carbono e o uso de energia. Ele chama a proposta de completamente irracional e não-científica e sugere que seja apenas mais uma desculpa para conceder mais poder ao governo.

As forças da liberdade

Na introdução ao livro de Klaus, Fred L. Smith Jr., presidente da CEI, faz uma advertência a respeito da atração que a “classe intelectual” continua a ter pelo “estatismo” ou “coletivismo” que são os outros nomes para as ameaças que encaramos. Hoje, diz Smith, estamos testemunhando uma “guerra cultural contra a liberdade econômica” que requer “vozes pró-liberdade” para evitar escorregar ao totalitarismo. Klaus veio a Washington, D. C. no final de maio para liderar esta campanha. Mas ele retornará à República Tcheca. Várias figuras políticas conservadores dos EUA, incluindo o Ex-presidente Republicano da Câmara de Representantes, Newt Gingrich, estão também tentando parecer “verdes”. Gingrich, por exemplo, aparece num comercial, financiado pela Aliança pela Proteção Climática de Al Gore, com a atual Presidente Democrata da Câmara, Nancy Pelosi, advertindo sobre o aquecimento global. O Observatório Judicial afirma que o comercial é uma violação à lei eleitoral federal e uma contribuição ilegal à campanha de Pelosi. Gingrich tornou-se um advogado do “conservadorismo verde” e propõe agora um “Contrato com a Terra” ao estilo Gore.

Em seu livro, Klaus chama Gore de hipócrita em virtude de seu “próprio consumo desperdiçador de eletricidade” e diz que o ex-vice-presidente não tem interesse em fatos ou documentos para os seus protestos sensacionalistas. A “guerra cultural” sobre a qual Smith adverte pode ser percebida na quase total falta de cobertura que a mídia liberal deu às várias visitas de Klaus a Washington D. C., incluindo o jantar da CEI e no National Press Club (Clube de Imprensa Nacional). Ao invés de tentar refutar os argumentos de uma pessoa que tem um grande conhecimento sobre economia e relações econômicas internacionais, a mídia liberal fez o possível para ignorá-la.

Matéria de capa

Felizmente, o Washington Times destacou suas advertências na primeira página. “Ambientalismo, diz o Presidente Tcheco Václav Klaus, é o novo comunismo, um sistema de comando-e-controle da elite que mata a prosperidade e deveria semelhantemente ser condenado ao monte de cinzas da História”, relatou o jornal na matéria de capa de David R. Sands. “Eu entendo que o aquecimento global é uma religião concebida para suprimir a liberdade humana”, disse Klaus aos editores e aos repórteres no jornal.

Para demonstrar a natureza corajosa da posição que Klaus está assumindo internacionalmente, o livro inclui uma charge de uma pessoa que lembra Klaus sendo queimado na fogueira enquanto três pessoas zombam dele, dizendo: “Então, você acredita em aquecimento agora?”.

Onde estão os líderes políticos americanos que seguirão Klaus tomando uma posição franca em favor da liberdade humana?

Cliff Kincaid é Editor da Accuracy in Media AIM e pode ser contactado em cliff.kincaid@aim.org

Tradução: Marcel van Hattem

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".