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terça-feira, 25 de março de 2008

Má notícia para os urubus: o “Império” sobreviverá - I

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por João Luiz Mauad em 25 de março de 2008

Resumo: A economia americana está em recessão? Muita gente acredita que sim, e alguns mais afoitos já falam até no “fim do Império”

© 2008 MidiaSemMascara.org

"I know we are supposed to be in a recession since Warren Buffett said so, but the data refuse to fully cooperate"

(James Pethokoukis, US News & World Report)

A economia americana está em recessão? Muita gente acredita que sim, e alguns mais afoitos já falam até no “fim do Império”. Bobagem! Mais uma vez, eu estou com os céticos. Um deles é o economista Mark. J. Perry, professor de finanças na Universidade de Michigan e editor do excelente blog CARPE DIEM.

Segundo ele, a economia americana está forte e estável, e deve continuar expandindo-se – embora a taxas menores que no passado recente – durante o próximo ano. Para fundamentar sua opinião, Perry cita o National Bureau of Economic Research - NBER, órgão oficial de pesquisas econômicas dos EUA (sucedâneo do nosso IBGE). Para espanto de muitos, diz ele, o NBER não baseia suas análises em quaisquer dos elementos atualmente em voga na grande mídia, como a crise das hipotecas, o câmbio desvalorizado, as retomadas de imóveis, os índices da bolsa de valores ou preço do petróleo.

As únicas variáveis que realmente importam para determinar se há uma recessão em andamento – ou não – são os salários pagos aos trabalhadores, os níveis de produção (principalmente industrial), a atividade comercial (consumo), e as requisições de auxílio-desemprego. De acordo com dados disponíveis, nenhuma dessas variáveis mostra que um quadro recessivo esteja em andamento. Vamos conhecer algumas delas:

Antes de mais nada, uma rápida análise nos dados de crescimento agregado da economia americana, desde 2000 até 2007.

O crescimento real do PIB no segundo e terceiro trimestres de 2007 foi de 3,8% e 4,9%, respectivamente, tendo caído para 0,6% no último trimestre daquele ano. Esse último indicador é o pano de fundo da maioria das análises que indicam ali o início de uma provável recessão.

Porém, se olharmos a coisa com um pouco mais de cuidado, o primeiro dado que nos chama a atenção é que o número do terceiro trimestre foi muito grande para os padrões de 1º mundo (4,9%) e, portanto, era presumível que houvesse uma desaceleração no período seguinte, como, de fato, ocorreu.

No entanto, se compararmos o desempenho do 4º trimestre de 2007 com o mesmo período de 2006 (e fizermos o mesmo para todos os demais períodos anteriores), veremos que o bicho não é tão feio quanto parece. Neste caso, o crescimento foi de 2,5% (veja quadro acima), algo bem diferente dos 0,6% em relação ao trimestre anterior. É preciso notar que, por motivos óbvios, as taxas de crescimento de trimestre a trimestre serão sempre mais voláteis do que as anuais e, por conseguinte, sempre mais enganosas.

Reparem também que a tendência verificada durante quase todo o ano de 2007 não guarda qualquer similaridade com a verificada em 2001 (ano da última recessão), ou mesmo em 2000 (ano imediatamente anterior).

No último dia 17, veio a notícia de que a produção industrial de fevereiro havia caído 0,5% em relação a janeiro, o que causou enorme apreensão nos mercados. O que quase ninguém disse foi que, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve mesmo um crescimento de 1%. Reparem no quadro acima os níveis de crescimento mensal da indústria durante o último período recessivo, em 2001. É evidente a diferença entre o que aconteceu naquele período e o que temos hoje.

Prestem atenção agora no gráfico seguinte, que mostra a evolução anual das taxas de crescimento da indústria americana, numa perspectiva de mais longo prazo, pegando o período desde 1990 até 2008:

Calculada relativamente ao mesmo mês do ano anterior, janeiro de 2008 marcou o 55º mês consecutivo de crescimento positivo da produção industrial. Isto quer dizer que a última vez em que esta taxa esteve no terreno negativo foi em junho de 2003 (e mesmo assim apenas por um mês), mais de 4 anos atrás.

O crescimento durante todo o ano de 2007 esteve abaixo da média de 2,9%, é verdade, possivelmente indicando alguma redução nos níveis de produção. Porém, certamente esta redução é muito diferente daquelas ocorridas em períodos de comprovada recessão (veja as áreas marcadas no gráfico, em 1990/91 e 2001 respectivamente). Outro dado que parece demonstrar que não há uma recessão no horizonte é a tendência “para cima”, verificada desde meados de 2007.

Segundo dados do Departamento de Comércio divulgados recentemente, os novos pedidos para bens duráveis em dezembro de 2007 subiram 5,2%, contra uma expectativa do mercado de apenas 1,6%. Esse foi o segundo aumento consecutivo. Os pedidos de bens duráveis são um sinal claro, segundo Perry, de que a economia americana encontra-se hoje mais forte do que há um ano, estando longe de uma recessão. Reparem no gráfico acima que houve um forte declínio nos pedidos de bens duráveis não só durante, como também nos meses anteriores e mesmo posteriores à última recessão, em 2001.

O gráfico acima mostra o desempenho anual das vendas no varejo em relação ao mesmo mês do ano anterior (média móvel de 6 meses). Vejam que a tendência dos últimos 9 meses é ascendente e não se parece em nada com a tendência declinante verificada durante e depois da último período recessivo (área escura).

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".