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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Nossos reais patrões

Do blog ALERTA TOTAL - mais um da série "imperdíveis"
Terça-feira, Novembro 20, 2007
Por Jorge Serrão

Nossos verdadeiros “patrões” não são os EUA – como tradicionalmente sempre foi apresentado, ideocraticamente, aos brasileiros, a fim de que sempre escolhêssemos um “inimigo” errado para combater, enquanto o real inimigo nos assalta. Nossos patrões sempre foram os membros da Oligarquia Financeira Transnacional, que agem a partir da City de Londres, e que têm interfaces e parceiros na economia norte-americana.

Atualmente, essa oligarquia (que trabalha para as casas reais da Europa) trava uma batalha contra o núcleo monolítico de poder dos EUA, pela conquista da hegemonia do poder mundial. Trata-se de uma guerra assimétrica – não anunciada, pouco percebida, e não divulgada pela mídia amestrada e tradicional. A nobreza econômica européia quer recuperar o espaço perdido depois que os EUA se tornaram independentes no final do século 18 e, a partir do começo do século 20, se consolidaram como potência mundial.

A própria “invenção” da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (contando com o financiamento de muitos socialistas fabianos que fazem parte da oligarquia financeira dos banqueiros internacionais) foi uma das fórmulas para deter a ascensão dos EUA. Da mesma forma como enxugam gelo e perdem tempo e dinheiro na atual guerra inútil ao terrorismo induzido, os EUA entraram de gaiato na gelada da "guerra fria". Tanto a URSS era uma farsa que ruiu como um castelo de cartas, e o muro de Berlim foi desabado, em 1989, no exato instante que interessou aos reais controladores da economia mundial que precisavam criar uma europa unificada para liderar o processo de globalização.

Antes do apoio à revolução russa de 1917, outra forma de conter o poder norte-americano foi a criação, em 1913, do Federal Reserve Board. O famoso Banco Central dos EUA (que é uma instituição privada) foi uma invenção dos maiores banqueiros privados ingleses, que são seus acionistas originais, junto com bancos parceiros norte-americanos que comungam dos mesmos ideais de poder mundial e global. Não era à toa que o Barão M.A. Rothschild, banqueiro inglês, já pregava, no século 19: "Dêem-me o controle sobre a moeda de um país e não me interessará mais quem faz as suas leis". Os EUA não controlam sua própria moeda desde 1913. O cacete econômico que tomam agora é mera conseqüência disto.

Tudo isso só serve para mostrar que a atual crise da economia e das finanças norte-americana não é gratuita. É gerada de fora para dentro dos EUA, para minar aquele país por dentro. È preciso deixar claro que os bastidores do capitalismo assistem a uma guerra pouco percebida, na disputa pela hegemonia do poder mundial, entre a nobreza econômica européia (escorada na City de Londres) e o núcleo monolítico do poder dos Estados Unidos da América.

A grande imprensa mundial não trata dessa guerra assimétrica. O tradicional poder colonial inglês quer dar o troco nos norte-americanos pela independência de 1776. Sobretudo os ingleses, não se conformam em ter perdido suas 13 colônias que formaram uma nação a partir de princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Estes idéias foram defendidos e praticados por Lojas Maçônicas. A Maçonaria criou um país de verdade, com um núcleo monolítico de poder que é essencialmente patriótico.

Quem estudar um pouco verá as duras críticas dos primeiros presidentes dos EUA (todos maçons) aos banqueiros internacionais que mandavam no mundo naquela época. Citemos apenas dois fundadores dos EUA. James Madison, ex-presidente e principal formulador da Constituição dos EUA, comentou: "A História registra como os cambistas (banqueiros) têm usado de toda e qualquer forma de abuso, intriga, embuste e violência possíveis para manter o controle sobre os governos ao supervisionar o dinheiro e a sua cunhagem".

Thomas Jefferson, também ex-presidente e fundador dos EUA, também detonou: "Acredito sinceramente que as instituições bancárias são mais perigosas para a nossa liberdade que exércitos permanentes. Edificaram já uma aristocracia monetária que se posicionou em desafio ao governo. O poder de emissão deve ser retirado aos bancos e devolvido à população a quem verdadeiramente pertence". Jefferson deve ter rolado no túmulo quando os EUA permitiram a criação de seu banco central privado, controlado pelos grandes capitais europeus, em 1913.

Para azar dos EUA, o republicano George Bush e muitos democratas jogam contra o próprio time norte-americano. Osama Bin Laden é factóide. Os ataques terroristas contra as Torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, junto com os recentes problemas no sistema de crédito, são balas atiradas pelo mesmo adversário que deseja neutralizar o poderio norte-americano. Os EUA, aparentemente, caíram direitinho nesta armadilha dos seus adversários reais.

E nós, brasileiros desinformados, somos levados ideologicamente a acreditar que os EUA são os exploradores econômicos do Brasil. Não são. A História precisa ser mais bem contada. Quem sempre explorou o Brasil foi o grande capital transnacional, comandado a partir da vontade imperial dos banqueiros ingleses. Os mesmos que, agora, tomam de assalto os EUA.

Escolher o inimigo errado é o caminho mais rápido para perder uma guerra de goleada. Nós, brasileiros colonizados, estamos perdendo a nossa batalha há muito tempo, por este e por um outro motivo muito mais sério. Não temos a capacidade de formar um núcleo monolítico de poder para criar uma Nação de verdade. Nossa ignorante “elite” política não tem capacidade de compreender tal processo e ainda forma parcerias com os inimigos reais do Brasil para manter tudo do jeito que sempre esteve. Eis a nossa maldição histórica.

Sugiro uma releitura atenta do nosso artigo de domingo passado: Calamos o Crime Organizado, ou ele nos enterra. É um breve resumo para compreender como funciona o mundo. E porque o Brasil é um país rico que é mantido artificialmente na miséria pelos poderes globais que o controlam de verdade. Entender o problema é um primeiro passo para criar a solução para resolvê-lo.

A ação da Oligarquia Financeira Transnacional pode ser “neutralizada”. Pelo menos no Brasil, pode e deve. Só temos de inverter a lógica da colonização e da dependência. Afinal, o mundo "desenvolvido" é que depende do Brasil, que fornece matéria prima estratégica, tem potencial próprio de energia, água em abundância e um grande mercado consumidor ainda a ser desenvolvido.

Nossa desvantagem é que não temos vergonha na cara e nem vontade nacional de liderar o mundo. Mas, como nada é imutável na história, quem sabe, uma hora, mudanos de postura.

Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://alertatotal.blogspot.com e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".