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segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A Múmia, o Cínico e o Psicopata

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Ipojuca Pontes em 19 de novembro de 2007

© 2007 MidiaSemMascara.org

Resumo: Eles são hoje, na América Latina, os agentes do mal. Os três atuam em conjunto, dia e noite, sem descanso. Eles são: a Múmia, o Cínico e o Psicopata.

Eles são hoje, na América Latina, os agentes do mal. Os três atuam em conjunto, dia e noite, sem descanso. Eles são: a Múmia, o Cínico e o Psicopata. Embora muitos ignorem, o fato é que o casamento da Múmia com o Cínico - firmado durante a primeira reunião do Foro de São Paulo em 1990, logo depois da derrocada da União Soviética - gerou a figura do Psicopata, um tipo cujo estado mental, caracterizadamente doentio, transformou-se num completo Sociopata.

A Múmia, sobrevivente em estado de aguda morbidez, em vez de se decompor pela putrefação, enrijeceu os tecidos do corpo descarnado levado pelo desejo de contaminar o mundo à sua volta com o vírus do mal. Tal qual Satã na tradição primitiva, a Múmia procura há meio século, travestido de anjo, semear o ódio na alma dos seus contemporâneos, sempre querendo impor sua vontade insana. Seu vício predileto é o trovejar loas à “la revolución”, de per si um embuste falacioso, que serve, no máximo - em nome de um amanhã hipotético -, de ferramenta para tornar a escassa luminosidade do presente na absoluta escuridão do porvir.

Com efeito, prometendo ao seu povo um mundo de glória, riqueza e liberdade, a Múmia terminou por reduzi-lo ao mais lastimável patamar de desgraça, miséria e escravidão. Do seu reino, transformado em ilha-cárcere banhada de sangue por todos os lados, poucos podem sair, salvo os apaniguados da corte que se louva comunista. Os que procuram escapar do seu paraíso infernal, saturados de promessas que nunca se cumprem, logo se tornam parias ou prisioneiros levados à morte pela tortura, vergonha, inanição ou o “paredón”. Sim, com a Múmia, ao contrário do que ensina Jesus Cristo, não há remissão.

O “companheiro de viagem” mais antigo da Múmia é, no espaço continental, a figura do Cínico. De fato, os dois se entendem admiravelmente bem. Quando juntos, o Cínico chora nos braços da Múmia e a Múmia, por sua vez, sempre leva “algum” da algibeira do Cínico. E embora os métodos do Cínico, à frente do seu desditoso reino, sejam aparentemente menos virulentos, os seus objetivos são idênticos aos da Múmia. Pela ordem, o Cínico deseja: apropriar-se do aparelho estatal; permanecer eternamente no poder; “recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”; aumentar a carga tributária; gozar à tripa forra os infinitos privilégios do poder sustentados pelo suor da patuléia ignara.

Para conquistar tais objetivos, que em parte já os atingiu, o Cínico tem se mostrado competente. Diga o que se disser, assessorado por uma trupe bem escolada, regado à Romanée-Conti (R$ 11 mil, a garrafa), ele topa qualquer parada: diz uma coisa agora, desmente amanhã, inverte, subverte, tripudia, fecha os olhos, os ouvidos - e vai adiante com o projeto de viabilizar, ao lado da Múmia e do Psicopata (vá lá, Sociopata), a Pátria Grande – que outra coisa não é se não a tenebrosa União das Repúblicas Socialistas da América Latina.

Malandro esperto, o Cínico proclama que é contra o exercício de um terceiro mandato presidencial e se diz solidário à ordem democrática. Mas, intramuros, por debaixo do pano, permite que cupinchas e aliados políticos articulem emenda constitucional que autoriza o presidente a promover plebiscito nacional para regulamentar mais de uma reeleição. Todavia, vez por outra, sem temer a oposição (da qual zomba às claras) no seu jogo de puxa-encolhe, o Cínico não se faz de rogado e mostra a que veio. Por exemplo: em entrevista concedida à imprensa argentina, foi explicito: “Eu e o Chávez estamos na mesma corrida. Ele corre numa Ferrari a 200 km enquanto eu corro num fusca a 60 km, tendo em vista as diferenças das relações surgidas em nossos países”.

Peça de um matreiro balão-de-ensaio, fiel cumpridor das resoluções aprovadas anualmente por 180 organizações esquerdistas no Foro de São Paulo (e na grana fácil que o petróleo lhe empurra), o Psicopata não mede palavras ou gestos ao executar o papel para o qual foi concebido: o de se portar como ponta-de-lança da nova revolução comunista na América Latina.

Herdeiro de Satã, o Psicopata passa o seu rolo compressor totalitário por cima de tudo e de todos. Em âmbito interno, dentro do próprio feudo, prende e arrebenta os antagonistas, aniquila a liberdade de expressão, controla a Assembléia Nacional, domina o sistema judiciário e cala a imprensa.

Sua última façanha, depois da pretensão de estabelecer o fim do limite para as reeleições presidenciais, é a criação de cinco novos tipos de propriedade, a vigorar na constituição “bolivariana” da Venezuela: 1) a social, pertencente ao povo e controlada pelo estado; 2) a coletiva, pertencente a grupos sociais ou comunitários, mas sob o controle do estado; 3) a mista, com participação do setor privado e do estado, mas sob o controle deste; 4) a pública, administrada pelo governo; 5) a privada, que poderá ser confiscada quando afetar os direitos de terceiros ou da sociedade. De quebra, a pretexto de enfrentar uma imaginária “invasão ianque”, o Psicopata parte para a corrida armamentista, com gastos acima de U$ 10 bilhões na compra de armas e aviões russos, cujo objetivo real é abastecer às FARC e desestabilizar a Colômbia.

O filho do escritor peruano Vargas Llosa, Álvaro, numa entrevista concedida à Veja, divide entre “carnívoros” e “vegetarianos” os integrantes da esquerda revolucionária na América Latina. Para ele, a Múmia e o Psicopata seriam “carnívoros”, enquanto o Cínico, mais light, não passaria de “vegetariano” – um risco, portanto, tolerável. Bobagem. Álvaro Llosa, como o próprio pai, está por fora. O Psicopata, rebento dileto da Múmia e do Cínico, funciona no esquema como um chamariz. Como diria a Múmia, não se faz revolução no pedaço sem se contar com a adesão do Cínico e seu país continental.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".