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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

150 anos de Freud - ou colocando o cara que se sentia "mais como um conquistador do que um homem de ciências" no seu devido lugar

Do site do NIVALDO CORDEIRO

Primeiro umas palavrinhas do Cavaleiro do Templo:

Quem está doente por achar-se o centro do Universo (ou seja aqueles(as) que olham no espelho, vêem rugas e caem em desespero, olham para a bunda (minha ex fazia isto e era psicóloga (!!!)) e entendem ser um desatre inominável ela estar "caindo", os que precisam ter 3 Ferraris na garagem para se sentirem machos reprodutores aptos a copularem com mulheres e por aí afora) não poderiam deixar de adorar Freud e seus discípulos como Lacan, o cara que "comia" mulheres casadas, fazendo filho com elas, inclusive. Afinal, pela primeira vez, a razão explicava tudo!!!

Olavo (de Carvalho) já disse que quando Aristóteles falava sobre alguma coisa, você podia ver que ele realmente vivia e fazia aquilo que ele falava. Ou seja, SUA VIDA EXPRESSAVA SUA CIÊNCIA. Lacan é adorado por muitos da área. Como pode? Digo, se você quer fazer alguma coisa contrária à ética ocidental, pelo menos faça em sigilo total. Evidentemente isto não melhora nada, talvez até piore pois à conduta é somada a mentira e falsidade. Falo em ética pois os profissionais da área dizem ser anti-ético ENVOLVEREM-SE EMOCIONALMENTE com seus "clientes". Mas comer poderia, então? Que p***a é esta???

Eu imagino Lacan, por exemplo, tentando ajudar algum paciente (vamos corrigir isto de uma vez: são CLIENTES os que deitam no divã e não PACIENTES) com problemas em casa, com a esposa ou o marido. O que um canalha como este diria para esta pessoa, se não tinha respeito (e não escondia isto, seus atos o denunciam) algum pela coisa chamada família?
Olavo chama isto de paralaxe cognitiva. O sujeito fala uma coisa e faz outra que "mata" o que ele disse.

Daqui a pouco iremosa ao texto do Nivaldo. Adorei porque coloca o mané do Freud no seu devido lugar, bem abaixo do que ele achava que ocupava. Não que seja um idiota completo. Mas o cara se achava um conquistador... Eu entendo como conquistador aquele sujeito que, ao conquistar, impõe goela abaixo dos CONQUISTADOS o que ele acha certo.
*****

150 anos de Freud
07/05/2006

Pode-se questionar a obra de Freud de muitas formas, a começar pela discutível obtenção de resultados terapêuticos da psicanálise aplicada, pelos métodos de pesquisa que não resistem a um exame poperiano, pelos reducionismo absurdo à questão da sexualidade enquanto gênese do “mal estar da civilização”. Endosso todas essas críticas. Pode-se inclusive alargá-las na abordagem que ele fez do problema das religiões, algo inaceitável sob todos os aspectos, errada.

Ele tem, todavia grandes méritos. Além do notável escritor, Freud contribuiu decisivamente para a ciência da psicologia, trazendo-a para o centro dos debates. Entendo que Freud, o freudismo e as diversas psicologias dele derivadas refletem uma necessidade dos tempos. Freud foi a resposta da razão aos problemas da unilateralidade que o Ego alcançou com a modernidade, especialmente na sua dimensão filosófica. Com o trio Descarte, Kant e Nietzsche o Ego foi elevado ao centro criador da própria realidade, assassinando-se Deus no processo. No âmbito da ciência, as conquistas da astronomia, da física, da matemática e a teoria da evolução pareciam dar a certeza de que a mente era o centro de tudo e que a “hipótese de Deus” era uma relíquia bárbara de povos incultos. Destruiu-se assim a metafísica, todo o saber acumulado por milênios por homens extraordinários foi declarado falso.

O filho do Homem passou a ser o demiurgo solitário a comandar a própria realidade, a literalmente criá-la. O despertar de cada dia passou a ser uma recriação contínua das coisas na cabeça desses homens arrogantes, para quem o Universo era mental. Penso, logo tudo existe foi o reducionismo absurdo contra o qual Freud sublevou-se. Do suposto Universo mental adveio o relativismo moral, a falsificação do direto natural, a contra-cultura da Nova Era, o relativismo do próprio saber. Afinal, o saber científico é, por definição, provisório e destinado a ser superado. E, pior, o projeto de aperfeiçoar a natureza humana pela engenharia social, de triste e macabra memória.

A sua abordagem propondo levar a sério a interpretação dos sonhos, à moda do Antigo Testamento, fez desmoronar as certezas todas. O filho do Homem, por Freud, descobriu que não era senhor de sua própria casa, que havia uma falha essencial ao alcance da observação direta de cada um, que ninguém havia levado em conta entre os modernos: o inconsciente. Mas Freud o postula tentando manter uma abordagem racionalista e cientificista e não notou que lutava precisamente contra essa unilateralidade dos tempos modernos. A palavra inconsciente (ou subconsciente, o que é ainda pior) é, ela mesma, uma forma de depreciar o desconhecido mais conhecido de todas os tempos, o elemento transcendente. Freud “descobriu” que boa parte da nossa vida é passada a dormir e os processos psíquicos continuam nesse estágio da vida, a despeito da morte aparente do Ego, que ressurge ao despertar. Provocou uma revolução epistemológica.

Mas há uma segunda coisa importante na obra de Freud. Ele descobriu que o Ego inflado precisava de terapia, que o filho do Homem estava mentalmente doente e era uma doença de toda a civilização. Também pudera, com a inflação desmedida a equipará-lo a Deus, fez-se necessário que alguém de gênio viesse dizer que havia algo escuro, elementar, irracional sobre o qual se assentava o Ego, de um lado, e, do outro, que havia a necessidade de se buscar um equilíbrio, uma ordem psíquica e que, para tal, o demiurgo orgulhoso deveria fazer uma confissão das suas faltas, deitar-se frágil no divã, entregar a alma – o Ego ele mesmo – a outrem para trazê-la de volta à realidade. Deitar-se no divã equivale a uma genuflexão dos tempos medievos no confessionário. É preciso dizer que Freud foi sensacional nesse intento e nos legou um caminho para a prática da mais difícil das virtudes, a humildade. Desde então as cabeças coroadas, os homens de ciência, as personalidades célebres tiveram um meio de descer de suas falsas alturas e enfrentar a pequeneza própria dos seres criados sem fazer o sacrifício de entrar em um templo religioso.

Mas foi um homem do seu tempo, tentando falar em linguagem científica para os cientistas. Vivia-se a plena ditadura dos laboratórios. A metafísica havia sido suplantada pela física, morreu. Filósofos haviam se rebaixados à condição de epistemólogos dos pesquisadores, especialmente dos físicos. Seu grande mérito não foi maior porque, voltando aos tempos dos profetas com as suas interpretações de sonhos, desconheceu que é sabedoria imemorial que esse é um dos caminhos pelo qual o Criador “conversa” com a criatura. Seu materialismo, seu desprezo ao religioso, seu repúdio ao judaísmo e às religiões em geral mostram a mais viva contradição que um homem de gênio poderia enfrentar. Deve ter sofrido muito, pois o abismo em que viveu deve ter sido insuportável. Ele fez o diagnóstico, apontou a falha essencial, soube retornar nos próprios passos da humanidade em busca do caminho. Mas, infelizmente, ficou prisioneiro dos preconceitos do seu tempo, que ajudou a combater, em paradoxo formidável.

Hoje é um dia especial. Que Deus o tenha.

2 comentários:

Unknown disse...

Não sei se eu poderia fazer um comentário ao nível que está neste tópico, porém, o que creio é que tudo realmente é relativo, pois podemos mudar a cada momento, isso se pode perceber através dos tempos, conceitos como de Freud e tantos outros mudaram (não que ainda não sejam usadas, mesmo pq o passado faz parte de tudo, pois era o princípio de toda nossa existência), surgiram novos pensamentos, a psicologia vem mudando ao longo dos anos.

Se não houver mudanças que possam permitir que o homem evolua, estaremos perdidos no tempo e no espaço com falsas idéias. A medicina é assim, a cada ano existe novas descobertas e tudo isto faz parte, para sabermos porque estamos aqui, porque viemos, porque temos que passar por determinadas tormentas da vida.

Acredito que estejamos em um MUNDO VIRTUAL, onde nada que achamos que é, realmente é, mas que seja como um jogo da vida, tendo que passar por obstáculos e aqueles que vencerem o jogo da vida terão a PAZ ETERNA, mas que para isso, é preciso resistir a todas as torpezas, a mentira, a falta de dignidade, de ética, de caráter, vencer a corrupção e por aí vai, VENCE AQUELES QUE FOREM OS MAIS HONESTOS, MAIS DIGNOS E AQUELES QUE CONSEGUIREM AMAR O PRÓXIMO E VIRAR O JOGO PARA AQUILO QUE É CERTO.

Seu tópico é excelente, depois vou postar sobre isso, de forma mas objetiva e com o que se propõe o tópico, VIAJEI UM POUCO, pois quando se fala de filosofia, fico querendo tb filosofar, de uma maneira mais objetiva, é claro, rsrsrsrs

Cavaleiro do Templo disse...

Ei minha nova amiga que me dá tanta força em meu trabalho.

Ok, concordo, mas tenho uma forma de perceber os frutos do trabalho de qualquer pessoa que seja que é mais ou menos assim:

O cara tem que expressar no seu trabalho aquilo que fala. Uma coisa muito aterradora no trabalho de Freud é ele achar-se um conquistador e não um cientista. Para mim, pouca coisa poderia ser aproveitada no trabalho de um cara que "adora conquistar". Eu te diria que, na minha interpretação, esta pessoa no mínimo não é "democrática", no máximo não aceita nem mesmo crítica. Daquele tipo que "se acha"... Não dá, para mim não...

Abraços do Cavaleiro do Templo.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".