VEJA
20/06/2012 - 13:48
CPI do Cachoeira
Leão Aparecido Alves seria o sucessor natural de Paulo Augusto Moreira Lima – que pediu para deixar o caso após receber ameaças –, mas se declarou suspeito de atuar no processo
Laryssa Borges
Carlinhos Cachoeira durante a comissão parlamentar de inquérito no Senado Federal (Ueslei Marcelino/Reuters)
A corregedoria do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região vai apurar se o juiz federal Leão Aparecido Alves, que deveria assumir a condução das investigações decorrentes da Operação Monte Carlo, vazou informações confidenciais a integrantes da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira. Alves seria o sucessor natural do juiz Paulo Augusto Moreira Lima – que pediu para deixar o caso após receber ameaças –, mas se declarou suspeito de atuar no processo.
Na conversa registrada pelas interceptações da Polícia Federal, o aparelho telefônico de Leão Aparecido Alves é usado para contato com pessoas ligadas a integrantes da quadrilha. O próprio magistrado, que admite ser amigo da família de José Olímpio Queiroga Neto, um dos principais auxiliares do bicheiro, disse que o telefone estava cedido à sua mulher. A investigação no TRF 1ª Região ocorre a pedido de Aparecido Alves.
“Houve um requerimento do juiz Leão para que ficasse esclarecido se ele teve alguma participação em vazamentos surgidos ao longo do curso da investigação”, disse a corregedoria nacional de Justiça, Eliana Calmon. “Isso está na corregedoria regional”.
Apesar das suspeitas de vazamento, a ministra minimizou o fato de o próprio Cachoeira poder ter sabido antecipadamente que a Operação Monte Carlo ia ser deflagrada. “Se ele sabia, viu no que deu. Não tem nenhuma importância. Se vazou, vazou mas não surtiu efeito”, comentou Eliana ao relembrar que os suspeitos acabaram presos pelos policiais em 29 de fevereiro.
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