DOM LUIZ BERGONZINI
TERÇA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2012
Por Prof. Hermes Rodrigues Nery - 15062012
Foto: Aparício Foto: Aparício Reis/GuarulhosWeb
Estava em casa de Pe. Berardo Graz, em Guarulhos, e somente foi possível dormir às 2h da manhã para acordar às 4h e tomar o avião às 6h20 para ir à Brasília. Assim que me chamou, Pe. Berardo comunicou-me que recebera notícia do Hospital Stella Maris: “Dom Luiz faleceu”. Com muita tristeza, junto com o dr. Marcos favaro, fomos imediatamente à UTI no hospital, e chegando lá, um enfermeiro cuuidava de preparar o corpo. Fizemos então uma oração na porta do quarto, e Pe. Berardo nos disse: “Vão vocês para Brasília, continuar a missão de Dom Luiz!” Pe. Berardo teve de ficar para as providências necessárias, em Guarulhos.
No avião, recordamos Dom Luiz, o bom combatente em defesa da fé e da vida, uma das poucas vozes, com energia e coragem a denunciar a ideológica anárquica, desumana e anticristã do PNDH3, o afã do PT em legalizar o aborto no Brasil, para atender os interesses de organismos internacionais, inclusive a ONU, que quer relativizar a moral católica, para que o aborto deixe de ser crime e se torne um direito humano. No momento em que poderia se recolher e se aposentar, o bispo emérito de Guarulhos encheu-se de entusiasmo e como um jovem de 20 anos foi para às ruas, para proclamar a sacralidade da vida, do sentido e do valor da família, da beleza do matrimônio a partir do imperativo bíblico: “Homem e mulher os criou!” E utilizou seu blog para que a mensagem do Evangelho da Vida alcançasse a todos, especialmente os jovens.
Nos encontros que tivemos, Dom Luiz sempre disposto, afável, com uma simplicidade tocante, com o sentido da missão evangelizadora. Tínhamos em seu convívio a fé viva que animou os primeiros apóstolos, e que Dom Luiz fez de tudo para avivar ainda mais hoje, quando muitos já não suportam mais a sã doutrina.
No dia seguinte, de volta a São Paulo, Pe. Berardo avisou-nos de que a missa de exéquias de corpo presente de Dom Luiz Bergonzini seria às 16h, na Catedral de Guarulhos. Chegamos lá às 3 e meia da tarde, e fiquei impressionado de ver a enorme mulitdão lá presente, por ser um dia de semana à tarde, o povo de Guarulhos compareceu em peso, e a Catedral ficou pequena para abrigar tanta gente, que ocupou as galerias de cima, e todas as dependências da igreja. Uma fila enorme de pessoas para se despedir de Dom Luiz, pessoas de todas as idades e segmentos sociais. Entrei na fila e pude ver a expressão de rosto serena de quem havia cumprido bem o seu dever, e com as vestes episcopais, a mitra, etc. Dr. João Carlos Biagini e esposa me levou par sentar-se ao lado deles, e foi muito emocionante quando iniciou a celebração, ao som da música de entrada: “Tu és sempre meu Pastor!”. Dom Odilo abriu a celebração e deu a palavra a Dom Joaquim, bispo de Guarulhos, que fez uma apresentação biográfica de Dom Luiz. Em seguida, todos aplaudiram Dom Luiz, aplauso efusivo, demorado, e de pé, o povo lá estava para aplaudir Dom Luiz, externando assim o calor humano de um afeto inesquecível. Dr. Biagini, comovido, chorou durante vários momentos da celebração. “Daquela cripta virão milagres”, disse Dr. Biagini, indicando o local onde ficaria o corpo de Dom Luiz.
“De todos os temores me livrou o Senhor Deus” foi o refrão do Salmo, entoado lindissamente, por uma voz que tomou conta de toda a Igreja. E as leituras do dia não poderiam ser mais apropriadas: “combati o bom combate”, recordando o testemunho de São Paulo. Dom Odilo lembrou que a expressão de São Paulo foi também num momento de despedida, quando ele estava preso, próximo de ser executado, em Roma. E o Evangelho ressaltou a máxima de Jesus, como “Caminho, Verdade e Vida!”
Entre cantos, o aroma do incenso, a emoção do povo, mulheres que vieram de véu branco e rosas nas mãos, vários bispos e todo o clero diocesano, Dom Luiz teve as exéquias solenes merecidas, a despedida do seu povo, que reconheceu nele a imagem do bom pastor. No meio da celebração, Dr. Biagini mostrou o brasão do império e a coroa, colocado bem no alto da nave da igreja, em cima do presbitério. Também comovente a comunhão para tantas pessoas, enquanto se cantou “Te amarei, Senhor! Te amarei, Senhor!” Ao final da missa, Dom Odilo fez o rito de encomendação do corpo, e todos os bipos presentes asérgiram a água benta sobre o corpo de Dom Luiz. E ainda os sacerdotes levantaram o esquife aberto, sobre os ombros, e fizeram uma procissão em volta da Catedral, pelas rua, com o povo cantando o Magnificat e aplaudindo. O esquife retornou à entrada da igreja, e foi depositado à direita, em local preparado para acolher o corpo de Dom Luiz, que permanecerá no interior da Catedral onde foi bispo por tantos anos e aonde tanto trabalho para evangelizar o seu povo, dando o significativo testemunho da fé viva em Cristo ressuscitado.
Fonte: O Possível e Extraordinário
Por Assess. Dom Luiz Bergonzini
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