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quinta-feira, 7 de abril de 2011

A ARMADILHA DO SBT: MISTURA EXPLOSIVA!

A ARMADILHA DO SBT: MISTURA EXPLOSIVA!


HEITOR DE PAOLA

07/04/2011

Minha Carta ao General Torres de Melo teve inúmeras repercussões, inclusive na equipe de produção da novela Amor e Revoluçãoproduzida pelo SBT, escrita por Tiago Santiago que abordará ‘o movimento revolucionário que ocorreu nos anos de chumbo’. Bruna Mathias, a produtora responsável pelos depoimentos que estão sendo gravados, entrou em contato comigo e tomei conhecimento depois, com muitos outros, na sua maioria militares. Na carta que encaminhou aos mesmos – a mim foi um email sucinto – ela afirma ‘ter estado em Brasília semana passada, em reunião com alguns generales (sic) do exército para esclarecer algumas questões do projeto, e muito atenciosos se comprometeram a colaborar para que possamos contextualizar esse período’, e acrescenta: ‘ao contrário do que a mídia tem especulado a respeito da novela, a mesma não irá denegrir a imagem das Forças Armadas e dos militares. Pelo contrário, o nosso protagonista interpretado pelo Claudio Lins, será um militar, filho de um General linha dura, que luta contra a revolução de 64’.

Segundo ela, para dar credibilidade à história e acontecimentos narrados durante a novela, será exibido no final de cada capítulo um depoimento de 1 a 3 minutos de pessoas que tiveram grandes experiências nesse período tão importante para o Brasil, com ‘o intuito de mostrar a realidade da época, homenagear os depoentes e resgatar a memória das pessoas que foram assassinadas (De ambos os lados)’.

O texto está sendo escrito com base em acontecimentos reais, porém em um contexto ficcional por se tratar de uma novela.

Aí é que a porca torce o rabo, como diria minha mãe! Pelas razões que passo a explicar respondi a ela que numa obra de ficção não cabem depoimentos, só num documentário, e recusei o convite recomendando a ela o livro O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial. O busilis da questão é que esta é uma mistura explosiva! Já existem 70 depoimentos gravados por parte de integrantes e familiares que foram supostamente atingidos pelos grupos de militares da época, e 'até o momento, nenhum depoimento por parte de militares ou familiares, para questionar algumas afirmações e acusações citadas em depoimento. Inclusive, atentados organizados pelos movimentos armados da época'. Por que será que colheram tantos depoimentos antes de lançar a novela, que já está no ar desde 05/04 às 22:15 – logo após a da Globo, óbvio! – e só agora pedem depoimentos do ‘outro lado’? Será mesmo pela ‘importante participação de ambos os lados para que o tele-espectador possa fazer um verdadeiro juízo de valor sobre a realidade dos fatos’?

Se assim for, por que o uso da expressão ‘anos de chumbo’, um óbvio e antigo partis pris já levado ao ar numa série pela concorrente anos atrás e expressão amplamente divulgada no Telecurso 2000 para se referir aos anos em que o Brasil estava sob a inspiração da linha dura, do Ato Institucional nº 5 e da ideologia da “segurança nacional”? Este conceito contém um ataque direto ao Governo Médici: ‘com Médici no poder, o país passou por uma das mais duras fases de restrição política da História da República. Médici foi o ápice dessa ideologia, que apesar de falar em paz social e democracia, levava o Estado ao aperfeiçoamento dos órgãos da repressão violenta para aniquilar os grupos armados, chamados de "terroristas" e "subversivos". Seus militantes, quando presos, perdiam qualquer direito político ou humano. Em nome do desenvolvimento dizia-se ser necessária a segurança, e por segurança subentendia-se a eliminação de qualquer tipo de oposição’.

Embora a produção alegue que pesquisou inclusive em fontes do "TERNUMA", tais como, ‘o atentado à Guararape (sic) e outros atentados que comprometeram a vida de militares e civis e seria de extrema importância, que nos indicassem pessoas vítimas da luta armada, assim como familiares e amigos que foram atingidos por esse movimento’, os capítulos iniciais já indicam o rumo do script: o tal filho de General (de Divisão) que mora numa mansão bilionária, é um Capitão cuja namorada metera-se inocentemente com grupos comunistas ligados a Cuba, China e URSS e fora executada na primeira cena por mascarados de coturno militar. Seu irmão, Major e seu pai são ligados à ‘linha dura’, numa nítida tentativa desde o início de satanizar a parte da oficialidade e da polícia que, com o apoio de todos os demais, meteram a mão na sujeira da luta armada. Já no segundo capítulo aparecem cenas de tortura ao vivo, o que jamais se teve notícias nos idos de 64, só depois do AI 5.

Noutra cena o Embaixador americano, ao visitar outro General, comunica que tem ordens de Washington para prestar todo apoio ao golpe (sic) militar. E la nave va....!

É fato notório para qualquer um que conhece a história do comunismo que este convite não passa da velha tática comunista de ter sempre uma minoria contrária para mostrar como são democráticos, mas só depois de garantir a maioria, os 70 depoimentos. Assim os bolcheviques agiram em 1917: verificando que jamais obteriam maioria na Duma (parlamento russo) em eleições gerais, pois eram rejeitados pelo povo, Lenin e Trotsky abandonaram a luta parlamentar, fundaram os soviets(comitês) de operários e soldados (o dos camponeses foi deixado de lado porque a maioria não queria a estatização de suas terras e ficaram guardados para serem dizimados oportunamente) não antes de assegurarem folgada maioria absoluta e lançaram o slogan Todo Poder aos Soviets! Os idiotas úteis não bolcheviques que integravam ossoviets serviam de massa de manobra para fingir uma livre discussão democrática na qual a vitória estava assegurada para os továrich!

Assim fomos instruídos para organizar assembléias, simpósios, encontros e o que mais fosse durante o período em que fiz parte da AP. Assim ocorre ainda em todos os sindicatos, associações, uniões de trabalhadores e também no MST, onde alguns entram com a legítima pretensão de arrumar uma terrinha para trabalhar sem a mínima idéia de que os objetivos são outros.

A segunda razão para a aceitação destas minorias é desmoralizá-las e eliminá-las assim que isto seja possível. Dmitri Manuilsky já ensinava isto em suas aulas na Escola Lenin de Guerra Política na década de 30.

O objetivo da novela é sim denegrir as FFAA brasileiras – senão de toda a América Latina, pois é possível que toquem da ‘Operação Condor’ – e se segue à proibição de comemorar o dia 31 de março nas unidades militares. A esperança é que a produção é de uma qualidade sofrível, a filmografia de péssima qualidade, os atores parecem robôs repetindo slogans de tal forma que quando duas pessoas conversam não há diálogo, mas dois monólogos repletos de chavões imbecís! Tudo dentro do tradicional padrão SBT!

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".