“Mas o psicopata (ou sociopata) não é um doente mental da forma como nós o entendemos. O doente mental é o psicótico, que sofre com delírios, alucinações e não tem ciência do que faz. Vive uma realidade paralela. Se matar, terá atenuantes. O psicopata sabe exatamente o que está fazendo. Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção. Ele sabe o que faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no lugar do outro.”
Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva
Psiquiatra e escritora, diretora das clínicas Medicina do Comportamento, no Rio e em São Paulo, onde atende pacientes e supervisiona tratamentos.
LULA, O SEXO, OS ANIMAIS E AS VIÚVAS
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009 | 16:56Vocês sabem: fim de ano é hora de jogar fora papel velho, livros de auto-ajuda que lhe mandam na suposição de que você precise deles, jornais e revistas que vão ficando pelo caminho. Regra geral: “Conteúdo que já estiver na Internet vai pro lixo, excetuando-se algumas edições históricas de momentos históricos”. Há algumas coisas aqui: o fim do AI-5, os grandes comícios das diretas, afastamento de Fernando Collor, atentados de 2001, mensalão… Não jogo essas coisas, não, ainda que uma ou outra possam estar na rede. E eis que me deparo com algo tornado também histórico: a entrevista de Lula à revista Playboy em 1979. TRINTA ANOS ESTA TARDE!
Pena não ser possível digitar tudo. Sabem aquela máxima de Wordsworth que vivo citando aqui, “o menino é o pai do homem” (depois “popularizada” por Machado de Assis)? Pois é… O sindicalista era o pai do presidente. Vou brindá-los com alguns trechos que revelam o, digamos, espírito do homem por dentro daquela figura pública mítica que começava a se plasmar ali.
Lula tinha, então, 34 anos e era visto por parte da esquerda como a grande novidade da política — uma liderança genuinamente operária. Outra parte torcia o nariz e rejeitava o que lhe parecia individualismo excessivo, falta de “consciência de classe” (risos), despolitização, flerte com o populismo etc. Eu tinha 18 anos à época, militava numa organização trotskista e o considerava um verdadeiro violador dos princípios da classe operária… Bem, já contei para vocês como eu e o mito Lula nunca nos demos: antes, eu era esquerdista demais para suportá-lo; depois, acho que virei democrata demais…
Na entrevista, como não poderia deixar de ser, Lula fala sobre sexo também. Destaco um trecho:
Playboy - Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?
Lula - Com 16 anos.
Playboy - Foi com mulher ou com homem?
Lula (surpreso) - Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…
Comento
Evito comentar. Não considero o trecho propriamente político. Apenas relevo que, dada a pergunta, a resposta-síntese é esta: “Nem com mulher nem com homem”. Vamos a outro trecho. Este, com efeito, apela a algumas instâncias um tanto mais graves da vida pública.
Referindo-se a seu passado, Lula conta que já era viúvo e costumava sair da casa de uma namorada no começo da madrugada. Andava de táxi (!!!). Sempre o mesmo. O motorista lhe contara que o filho fora assassinado ainda muito jovem e que sua nora prometera jamais se casar. Pressuroso e solidário, Lula pensava — segundo ele próprio confessa: “Qualquer dia eu vou papar a nora desse velho…”. Agora sigo com Lula, entre aspas:
“Nessa época, a Mariza apareceu no sindicato. Ela foi procurar um atestado de dependência econômica para internar o irmão. Eu tinha dito ao Luisinho, que trabalhava comigo no sindicato, que me avisasse sempre que aparecesse uma viúva bonitinha. Quando a Marisa apareceu, ele foi me chamar”.
Comento
Entendeu, leitor amigo? Era morrer um representante da “craçe trabaiadora”, Lula estava ali, preparado, para “papar” a carente mulher do defunto. Se eu fosse esquerdista, construiria aqui um raciocínio demonstrando que Lula cresceu sobre os cadáveres da classe operária. Mas eu não sou. A abordagem que me interessa é a do caráter dos indivíduos. Então afirmo que Lula abusava de sua posição institucional, política, para obter uma vantagem que era, convenham, absolutamente individual. E isso expõe a diferença entre individualismo e oportunismo.
Que outro brasileiro teria sobrevivido politicamente à confissão de que usava o sindicato para “papar” a mulher de companheiros mortos? Lula sobreviveu. E se tornou um mito. Não sei se o filme mostra todo o seu empenho em conquistar as viúvas. A turma da hagiografia vai dizer que ele fizera aquele pedido porque estava em busca de uma “esposa”. O seu pensamento enquanto o taxista contava as suas agruras diz tudo: “Qualquer dia eu vou papar a nora desse velho…”
Na vida de Lula, tudo termina em filme. A “nora do velho” que ele prometera “papar” era, o que ele só soube depois, justamente… Marisa! Não é demais? Sua antevisão se consumou. Só que, consta, ele casou primeiro e “papou” depois. Mirian Cordeiro, tornada a bruxa nacional pelos adoradores de Lula, é desse período. Ele próprio já confessou que a abandonou grávida. Papou e largou. Nem todas as filhas e mulheres da classe operária que cruzaram com Lula tiveram a mesma sorte…
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