Do blog NOTALATINA
Por Graça Salgueiro em 12 de janeiro de 2008
O terceiro ato (o primeiro foi o fracassado de dezembro e o segundo foi a soltura das vítimas) da farsa montada por Chávez e as FARC aconteceu hoje (dia 11), num pronunciamento feito pelo psicopata delirante na Assembléia Nacional onde, a rigor, ele deveria prestar contas de sua gestão do ano de 2007 mas acabou tornando-se um espetáculo que beirava a loucura coletiva. Todos os presentes, ministros, embaixadores, parlamentares, as famílias das recém-libertadas e outros puxa-saco do bolivarianismo grotesco, estavam muito afinados com aquela cena patética de auto-deificação que era aplaudida a cada frase dita no revirar dos olhos, e na narcísica satisfação com o efeito e o som das próprias palavras.
Não quero comentar muito sobre o “gesto humanitário” visto por todos pela televisão mas algumas coisas saltaram aos olhos atentos daqueles que não comungam do que vem sendo divulgado pela mídia. Causou muita estranheza o aspecto cuidado e saudável das ex-prisioneiras, com unhas pintadas, cabelos cortados, bem como da afetuosa despedida dos seus algozes, com beijinhos, abraços e apertos de mão. Apesar disso, Clara Rojas, a mais falante das duas, disse posteriormente que era costume os “humaníssimos” guerrilheiros acorrentarem suas vítimas, como fez com ela e Ingrid Betancourt, após uma fracassada tentativa de fuga. As duas ficaram acorrentadas durante um mês (como se vê na foto de Ingrid) e eram constantemente atormentadas com aranhas, onças mortas e cobras venenosas postas aos pés de suas camas.
Além disso, é triste ver a lavagem cerebral que sofreram as famílias das vítimas em prol dos propiciadores desta barbárie inumana, defendendo Chávez e ficando contra Uribe. Segundo a filha de Ingrid Betancourt, “É a primeira vez que a guerrilha libera de forma unilateral a dois reféns, e isso converte o presidente (Hugo) Chávez numa pessoa idônea”. É lamentável que esta jovem tenha a memória tão curta que não lembre que muito antes desse “gesto humanitário” o presidente Uribe tenha libertado vários prisioneiros das FARC (que não são “vítimas” mas malfeitores criminosos), inclusive o “chanceler” Rodrigo Granda, UNILATERALMENTE, e o que foi que teve como resposta? O assassinato de 11 deputados colombianos a sangue frio! E que muito antes de Uribe o ex-presidente Andrés Pastrana cedeu uma vasta área como “território desmilitarizado” para estes monstros aumentarem suas áreas de plantio de coca e campos de concentração de prisioneiros, como a mãe dela, com a conivência e cumplicidade desse mesmo Chávez “idôneo”. Confirmem aqui neste vídeo. Também esqueceu a jovem, de que no fim do ano passado foi encontrado pelas Forças de Segurança colombiana, uma vala com 300 corpos de pessoas assassinadas pelas FARC. Mas, quem se importa com este detalhe insignificante diante de tão grandiloqüente “gesto humanitário”, não é?
O empolado discurso do ditador de Miraflores teve seu ápice em duas declarações que, apesar de não parecer, estão intimamente ligadas entre si. A primeira, quando afirmou que “o acordo humanitário destroçou a confiança que vínhamos criando entre os governos da Venezuela e da Colômbia, o que foi, e disso estou seguro, produto de infinitas pressões dos que querem a guerra, daqueles a quem não lhes importa a vida nem a sorte dos povos”. (Aplausos calorosos e prolongados). Prosseguiu delirante: “... Por isso dizemos que as FARC e o ELN não são forças terroristas senão verdadeiros exércitos que ocupam espaços na Colômbia e é preciso dar-lhes reconhecimentos como forças insurgentes que têm um projeto político, bolivariano, que aqui é respeitado”. E concluiu: “Eu solicito aos governos do continente e da Europa que retirem as FARC e o ELN da lista de grupos terroristas do mundo, porque isso tem uma só causa: a pressão dos Estados Unidos”. Aplausos de pé de toda a assembléia!
E a segunda declaração, que há muito se comenta na Venezuela e hoje foi confessada publicamente pelo próprio Chávez: “Eu mastigo coca todos os dias de manhã e vejam como estou. Evo me manda pasta de coca; eu lhes recomendo”. Curiosamente, esta parte importantíssima do seu discurso foi omitida de todos os noticiários e periódicos, com exceção do site Urgente 24, da Argentina, que fez durante todo este tempo uma cobertura extraordinária e realmente com a urgência que o caso requeria. E o delinqüente ainda acrescentou que os Estados Unidos são os pioneiros e maiores consumidores de cocaína, que “não tem nada a ver com a pasta de coca, que é saudável e faz parte da cultura dos povos indígenas”.
Além de omitir este dado importantíssimo que revela um dos motivos da defesa de Chávez pelos bandos narco-terroristas, vale destacar a vergonhosa manipulação da agência de notícias Reuters - que há muito está proibida de chamar terroristas de terroristas, substituindo pelos eufemismos “insurgentes” ou “manifestantes sociais” - que escreveu o que não foi dito em momento nenhum porque eu assisti ao vivo pela CNN em Espanhol, deixando subentendido o seu próprio desejo. Vejam aqui como saiu publicada a declaração de Chávez pela Reuters: “Embora possa incomodar alguns, as Farc e o ELN não são corpos terroristas, são exércitos, verdadeiros exércitos”. Ora, esse “embora possa incomodar alguns” é o que pensa a Reuters, significando que quem escreveu ou a própria agência concorda com a opinião do ditador de Miraflores: as FARC e o ELN NÃO são terroristas, por mais que as pessoas normais e de bem não aceitem!
Agora, muita gente deve estar se perguntando que importância podem ter esses “detalhes” e porquê Chávez defende tanto estes narco-terroristas. Seria mesmo por altruísmo? Por “grandeza de espírito” e “piedade” para com os seqüestrados? Reproduzo abaixo parte do meu artigo “Mentindo sobre as Farc: Mercadante pego no pulo”, para que se possa confirmar a falsidade e cinismo daqueles que dizem “não ter qualquer relação com as FARC” e, pior que isso, como disse Marco Aurélio Garcia (o mais novo garoto-propaganda da Colgate), o fundador do Foro de São Paulo e amigo de Manuel Marulanda “Tirofijo”, que “não tem simpatia pelas FARC”:
“Entretanto, a Resolução nº 9 do X Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido em Havana em 7 de dezembro de 2001, decide claramente: “Ratificar la legitimidad, justeza y necesidad de la lucha de las organizaciones colombianas y solidarizarnos con ellas”, resolução referente às narco-guerrilhas FARC e ELN que foi assinada por todos os partidos-membros, inclusive seu fundador, o PT”.
“Em 16 de janeiro de 2007, por ocasião do XIII Encontro do FSP em El Salvador, a Comissão Internacional das FARC envia uma carta aos “companheiros” em que diz a certa altura: “Al no podernos hacer presentes en tan importante evento entregamos a ustedes este documento con nuestros puntos de vista, y agradecemos de antemano el tenerlo en cuenta en las deliberaciones”. (http://www.farcep.org/?node=2,2513,1). Em 30 de abril de 2007, o Comandante Raúl Reyes envia pessoalmente uma carta a Lula agradecendo pela concessão do status de “refugiado político” a Oliverio Medina (http://www.farcep.org/?node=2,2852,1). E em 30 de julho de 2007, novamente a Comissão Internacional das FARC dirige-se ao Grupo de Trabalho do FSP, por ocasião de mais uma reunião: “Compañeros Mesa Directiva del Grupo de Trabajo del Foro de Sao Paulo”. “Nos reunimos en un momento muy importante para el avance político y social de nuestro Continente”. (...) “La consolidación de las revoluciones cubana, venezolana y boliviana nos aseguran que el futuro de América Latina y el Caribe se encamina por los cambios en beneficio de los pueblos”. (http://www.farcep.org/?node=2,3098,1)”.
Como se pode ver, tanto Chávez quanto todos aqueles pseudo-defensores da libertação dos seqüestrados pertencem ao Foro de São Paulo, do qual as FARC são membros: Brasil – seu fundador e idealizador junto com Fidel Castro -, Cuba, Equador, Bolívia, Argentina. A França participou da farsa porque tem interesse político em resgatar Ingrid Betancourt que possui dupla nacionalidade, e a Suíça por causa da Cruz Vermelha. Neste vídeo feito por Raúl Reyes, por solicitação de Chávez para a “Cúpula pela Amizade e Integração dos Povos da Iberoamérica”, ocorrido em 14 de novembro de 2007, (evento paralelo à “Cúpula Iberoamericana” no Chile em que o rei Juan Carlos perguntou porque Chávez não calava a boca), ele mente cinicamente ao afirmar que o interesse numa “troca humanitária” partiu deles desde quando Uribe assumiu seu primeiro mandato e que foi negado.
É preciso ficar claro de uma vez por todas que isto é a mais deslavada mentira, porque o governo e as Forças de Segurança não seqüestram ninguém, tampouco explodem pessoas a troco de nada. Qualquer atitude que possa significar “gesto humanitário” só pode ser visto do lado daqueles que desejam acabar com a matança indiscriminada de pessoas inocentes e não de quem praticou o mal primeiro, e continua fazendo compulsivamente em troca de muito dinheiro. Chega de ver bondade nesses monstros assassinos porque se eles devolverem as pessoas às suas famílias não fazem mais do que sua obrigação!
A presidenta da Assembléia Nacional da Venezuela, Cilia Flores, disse eufórica depois do pronunciamento de Chávez: “Não pode ser que os que não têm moral, para fazer este tipo de classificação, sejam precisamente os que elaboram estas listas e decidam quem é terrorista e quem não é, como o faz o império norte-americano e o governo do presidente George W. Bush”. E por acaso dona Cilia tem esta moral? O ditador psicopata Chávez tem? E por acaso que pratica atos como estes, tem mais moral do que quem lhes chama de terroristas, dona Cilia? E concluiu: “Isto não é politicagem desta liquidação que alguns costumam fazer; isto é algo de grande nobreza que vai além de qualquer situação política e qualquer mesquinhez. É um gesto humanitário”. Mas as FARC mantêm seqüestrados 150 venezuelanos e Chávez jamais moveu um dedo para libertá-los, porque não são pessoas importantes que gerem dividendos políticos ou holofotes na mídia, e seu “poder comercial” é baixo. A “foto oficial” no Palácio de Miraflores mostra bem a importância que estas vidas têm para o degenerado Chávez; observem “quem” aparece em primeiro plano: Chávez e a “jinetera” comuna Piedad Córdoba. As vítimas são apenas parte da paisagem deste macabro espetáculo que já cumpriram seu papel de devolver as atenções do mundo, não para si e estes crimes hediondos mas para Chávez, pondo-o no centro das atenções outra vez.
Uribe deu a resposta certa a esta patifaria, com firmeza e imediatamente, e todos os países democráticos do mundo deveriam unir-se em torno dele e apoiá-lo, porque defendê-lo é defender as vítimas e suas famílias, é defender a liberdade, o respeito e a integridade do ser humano. Em 19 de dezembro as FARC disseram que “Uribe é um covarde” e exaltaram Chávez por “sua dedicação, esforço colossal como facilitador, inquestionável boa-fé nesta jornada humanitária, sua solidariedade com a causa pacífica de nosso povo” mas no dia 13, deste mesmo mês de dezembro de 2007, as Farc planejavam seqüestrar dois filhos de Uribe - e ninguém se importou, ninguém lembra mais - enquanto ele, de coração aberto para a solução do problema, tentava negociar com marginais como Chávez e as FARC. Onde está a nobreza do “gesto humanitário” do macaco bolivariano? Onde está o altruísmo “unilateral”? Onde está, finalmente, “a causa pacífica” das FARC?
Assistam todos os vídeos linkados nesta edição, acessem os links e vejam quem são os vilões da história. E, parodiando a citação de um dos vídeos, se vocês não se convencerem de que tudo isto foi uma farsa macabra e miserável engendrada desde o ventre do Foro de São Paulo, vocês são parte do problema e não a solução. Fiquem com Deus e até a próxima!
Agradecimentos especiais ao meu amigo Alejandro Peña Esclusa, presidente de Fuerza Solidaria pelos vídeos apresentados nesta edição.
Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo.
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".
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