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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Idade Média: no início analfabetismo geral; no fim triunfo das Universidades

Fonte: GLÓRIA DA IDADE MÉDIA
domingo, 22 de novembro de 2009


O esforço intelectual realizado pela Idade Média foi imenso. Para que se possa avaliar o que, em matéria intelectual, a Europa realizou durante a Idade Média, basta comparar a situação cultural em que ela se encontrava no início e no fim desse período histórico.

Barbarie e analfabetismo eram generalizados no inicio da Idade Média na Europa

É necessário voltar sempre à mesma consideração, que é fundamental no Estudo da Idade Média.

Por isso, lembro novamente aos senhores a situação em que as invasões bárbaras e o fragoroso desabamento do Império Romano do Ocidente deixaram a Europa.

Já tive ocasião de dizer aos senhores que os bárbaros eram totalmente analfabetos, e que, na generalidade, nem sequer seus reis sabiam ler e escrever.


Além de analfabetos, eram de tal maneira estranhos a qualquer idéia de civilização, que não eram capazes de compreender e de velar pelos tesouros artísticos e intelectuais que a civilização grego-romana acumulara.

Os bárbaros arrasaram a civilização. Roma

As invasões bárbaras foram grandes irrupções de analfabetismo, na Europa.

Depois de uma longa e penosa ascensão artística e intelectual a Europa, nos últimos séculos da Idade Média, se apresenta em situação diametralmente oposta a esta.

Numerosas e magníficas universidades se encontravam disseminadas por quase todos os países da Europa. Bastará citar as de Paris, Oxford, Cambridge, Salamanca, Heidelberz e Praga, para que os senhores possam ter uma idéia do desenvolvimento intelectual dos estudos superiores da Idade Média.

Grande parte, senão a quase totalidade destas universidades, ainda subsiste na Europa. E as antigas universidades medievais que ainda existem continuam a ser das mais famosas do mundo inteiro.

Deu-se com as universidades pouco mais ou menos o que se deu com as corporações. Depois de abandonadas em muitos países ‒ que as consideravam como pouco práticas ‒ começaram novamente a ser restauradas.

No Brasil, a fundação das recentes universidades entre as quais a nossa, é um índice bem expressivo de como vai conquistando terreno a idéia da formação dos grandes centros de cultura superior.

Não será ocioso que, em duas palavras, eu lhes lembre o que significa, sob o ponto de vista cultural e didático, uma universidade.

Antes da fundação da Universidade de São Paulo, que tínhamos aqui diversas escolas superiores, entre as quais a nossa Faculdade de Direito, Escola de Medicina e a Escola Politécnica.

Esses estabelecimentos de ensino superior não tinham entre si qualquer vínculo de união, vivendo cada qual sua vida própria e autônoma, sob a direção até de Poderes públicos diversos, pois que nossa Faculdade de Direito era federal e as duas demais escolas eram estaduais.


Com a criação da Universidade de São Paulo, a situação se transformou. A Faculdade de Direito foi "estadualizada", isto é, deixou de ser um órgão de ensino federal, para passar a ser estadual. E, tanto a Faculdade de Direito quanto a Escola de Medicina e a Escola Politécnica, passaram a fazer parte de um mesmo conjunto cultural, submetidas, sem prejuízo de sua autonomia, a uma alta direção comum, que é a Reitoria da Universidade.

No fundo dessa organização, há a idéia de que todos os estabelecimentos de ensino devem ter uma certa unidade de pensamento e de orientação, para que a cultura elaborada pelas escolas superiores seja homogênea nos mais diversos setores do saber humano. Essa homogeneidade é dada à Universidade pelo estudo da filosofia.

Ora esta concepção é, na sua essência, genuinamente medieval e escolástica. As grandes universidades medievais eram grandes centros de ensino superior, onde, à sombra da filosofia escolástica, e super-entendidas por ela, todas as ciências progrediam.

Como os senhores vêem, não apenas as corporações mas também as universidades entram novamente em voga. E isto atesta mais uma vez que a Idade Média não foi a época do obscurantismo e atraso que se costuma dizer...


A criação das universidades medievais foi poderosamente estimulada pelos Papas e pelos Reis. Especialmente os Papas trabalharam com afinco nessa obra, e grande número de universidades ainda hoje existentes foi fundado por decretos pontifícios.

As universidades deram à cultura medieval a magnífica unidade que a caracterizou. Em lugar de termos, como hoje, uma cultura fragmentária, em que muitos juristas elaboram suas concepções com bases filosóficas que eles repudiam no terreno de suas convicções íntimas ou pessoais, em lugar de termos princípios reputados verídicos em Direito e falsos em Medicina, poderíamos ter uma cultura única e uniforme, se uma filosofia comum reunisse os sufrágios de todas as inteligências, como a filosofia escolástica, na Idade Média, reuniu os espíritos.

(Fonte: Curso “História da Civilização”, preleção do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira (Resumo ditado para exame). Colégio Universitário anexo à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, por volta de 1940.)

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".