Por e-mail (sic)
segunda-feira, 20 de julho de 2009 | 16:39
Leram a coluna de Diogo Mainardi desta semana? Eu a reproduzo abaixo, em azul. Quem já sabe do que se trata pode ir direito para o subtítulo “A desexplicação da Petrobras”.
O hip hop da Petrobras é de MV Bill. Ele canta: “Sou rapper bem! Sou aliado dos manos”. Eu pergunto: quais manos? Algumas semanas atrás, a CPI da Petrobras recebeu uma planilha contendo os contratos assinados pelo departamento de marketing da empresa. Os contratos cobriam só um ano: 2008.
E cobriam só uma área da empresa: a área de abastecimento, que até abril deste ano era chefiada pelo petista baiano Geovane de Morais, nomeado por outro petista baiano, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
Uma das empresas incluídas na planilha encaminhada à CPI despertou meu interesse: R.A. Brandão Produções Artísticas. Em 2008, ela ganhou mais de 4,5 milhões de reais da Petrobras, em 53 contratos. Ela fez de tudo: de cartilha sobre o meio ambiente (98 000 reais) até bufê em obras de terraplanagem (21 000); de dicionário de personalidades da história do Brasil (146 000) até “design ecológico em produtos sociais” (150 000).
MV Bill, o “aliado dos manos”, surgiu nesse momento. Em 2007, ele publicou Falcão: Mulheres e o Tráfico, editado pela Objetiva. O livro é assinado também por Celso Athayde, seu empresário e seu parceiro numa ONG: a Central Única das Favelas - Cufa. A particularidade do livro é a seguinte: seus direitos autorais, em vez de pertencerem a MV Bill e a Celso Athayde, pertencem à fornecedora da Petrobras, a R.A. Brandão Produções Artísticas.
Perguntei a Roberto Feith, da Objetiva, o que MV Bill tinha a ver com a empresa contratada pela Petrobras. Ele se negou a responder. Uma repórter de VEJA fez a mesma pergunta à assessoria de MV Bill, que atribuiu a Celso Athayde a responsabilidade integral pelo projeto do livro. Celso Athayde, por sua vez, ao ser indagado desligou o telefone. Como canta MV Bill, em Como Sobreviver na Favela:
“A terceira ordem é boca fechada, que não entra mosca e também não entra bala”.
A R.A. Brandão Produções Artísticas está registrada em nome de Raphael de Almeida Brandão. Ele tem 27 anos. O capital da empresa, segundo a Junta Comercial, é de 5 000 reais. Como uma empresa dessas, de fundo de quintal, conseguiu ganhar 4,5 milhões de reais da Petrobras é uma pergunta que tem de ser respondida pela CPI. Trata-se de uma empresa de fachada? Ela é controlada por MV Bill e Celso Athayde? Ela realmente recebeu pelos direitos autorais de Falcão: Mulheres e o Tráfico ou limitou-se a fornecer notas frias aos seus autores?
Nesse caso, ela forneceu notas frias aos “manos” da Petrobras?
Mas há um fato ainda mais escabroso. A R.A. Brandão Produções Artísticas está sediada na casa de Raphael de Almeida Brandão. No mesmo local está sediada também uma segunda empresa: a Guanumbi Promoções. De acordo com os documentos da CPI, a Guanumbi Promoções recebeu - epa! - 3,7 milhões de reais da Petrobras. Somando as duas empresas, portanto, foram mais de 8,2 milhões de reais, em 102 contratos. Na maioria das vezes, elas emitiram notas para os mesmos eventos, com as mesmas datas. Foi assim no caso de uma festa em Mossoró, no Rio Grande do Norte, de um evento de Fórmula Indy, em Indianápolis, e de um agenciamento do Hotel Blue Tree, para a Fórmula 1, em que uma empresa faturou 159 000 reais e a outra faturou 146 000 reais.
MV Bill sabe como sobreviver na favela. Ele sabe melhor ainda como sobreviver na Petrobras.
A desexplicação da Petrobras
Vocês sabem que existe o tal blog da Petrobras, não é? Ele se propõe a explicar tudo o que diz respeito à empresa e a divulgar tanto as questões enviadas pelos jornalistas quanto a íntegra das respostas dadas pela empresa. O jornal O Globo encaminhou questões relativas ao que vai na coluna de Diogo Mainardi. E o que respondeu a Petrobras? Leiam:
Em relação aos serviços citados, informamos que eles estão sob avaliação de comissão interna constituída para apurar eventuais irregularidades. A Petrobras já se pronunciou sobre o assunto, como se pode ver no Blog da Petrobras, no post Respostas da Petrobras ao jornal Folha de S.Paulo, de 14/6. O gerente responsável pelos pagamentos foi demitido por justa causa, por descumprimento de procedimentos internos de contratação da Companhia. Quanto às informações sobre os serviços realizados não é possível fornecê-las agora (domingo, 19/7). O seu correio chegou à Petrobras apenas às 16h50.
Comento
Já não é mais domingo. E as explicações ainda não chegaram. Eu estou enganado, ou, pela primeira vez, o blog admite que coisas estranhas realmente aconteceram? O gerente foi demitido por quê? Não há resposta para nenhuma das dúvidas levantadas por Diogo Mainardi em sua coluna.
A empresa existe? Prestou mesmo todos aqueles serviços?
Quanto a MV Bill… O rapper divulgou uma nota, que reproduzo e comento no post seguinte.
MV BILL DIVULGA NOTA, NADA EXPLICA E AINDA COMPLICA
segunda-feira, 20 de julho de 2009 | 17:35
(leia primeiro o post abaixo)
Então vamos aqui fazer uma síntese das estranhezas no que diz respeito, em particular, a MV Bill, o rapper.
1 - Ele escreveu um livro em parceria com Celso Athayde. Chama-se “Falcão: Mulheres e o Tráfico“;
2 - o livro foi publicado pela Editora Objetiva;
3 - quem publica livros sabe que ou o autor faz contrato com a editora em seu próprio nome, como faço, ou, então, em nome de uma empresa que lhe pertença;
4 - ok, MV Bil e Athayde não são obrigados a seguir o usual, o costumeiro, não é mesmo? Por alguma estranha razão, quem recebe os direitos autorais do livro é a tal R.A. Brandão Produções Artísticas. Agora leiam a nota que os dois divulgaram. Volto em seguida:
NOTA de ESCLARECIMENTO em relação a coluna publicada na VEJA
Com relação à citação do nosso nome pela revista Veja, na coluna “O hip hop da Petrobras” de Diogo Mainardi esclarecemos que a edição de nosso livro “Falcão: Mulheres e o Tráfico” não teve nem tem nenhum envolvimento da Petrobras, o verdadeiro alvo da publicação.
Seguindo normas do mercado, recorremos à uma produtora privada legalmente estabelecida ( a R.A. Brandão Produções Artísticas ) na qual não temos nenhuma participação societária ou financeira, para nos representar junto a uma editora privada legalmente estabelecida ( a Objetiva ), num processo que não envolveu dinheiro público.
Como se sabe, empresas especializadas representam os artistas nas atividades ligadas a direitos autorais, arrecadação e encargos.
Assim como não nos cabe acompanhar o relacionamento dos nossos fornecedores com terceiros, não faz o menor sentido estabelecer qualquer conexão entre essas partes.
Toda a documentação contratual, inclusive declaração de imposto de renda fruto desse contrato, está à disposição de eventuais interessados.
MV Bill e Celso Athayde
Comento
MV Bill publicou a nota em seu blog. Havia lá, quando li, sete comentários. Só um deles estava devidamente sustentado nos membros posteriores. Os demais, com aquela saúde mental bovina, diziam coisas como: “Parabéns pela nota… Esse Diogo não é nada… Está tudo esclarecido”.
Está? Eu continuo a não entender nada. Ninguém afirmou que a empresa não está “legalmente estabelecida”. Deve estar, não é?, ou a Objetiva não teria feito um contrato com ela — suponho que exista um. O ponto definitivamente não é esse.
O que realmente é interessante é saber que a empresa que representa MV Bill nesse contrato (é só nesse?), além de entender, então, de direito autoral, também é especialista em:
- fazer cartilha sobre meio ambiente;
- fazer bufê em obras de terraplenagem (esta certamente deve ser a atividade mais fascinante);
- fazer dicionário sobre personalidades históricas;
- fazer design ecológico em produtos sociais…
Vá ser eclética assim lá na Petrobras!!! Por esses servicinhos prestados à estatal, a R.A. Brandão levou R$ 4,5 milhões. Alguém especializado em “design ecológico” (!?) em “produtos sociais” (!?) que fornece lanchinho de mortadela em obra de terraplenagem (deve ser esse o significado da palavra “bufê” naquele contexto) merece levar uma grana pela criatividade, não é mesmo?
Com efeito, nada há de estranho nisso tudo, vocês não acham? Raphael de Almeida Brandão (o “R. A. Brandão”) é um rapaz de 27 anos, e a sua empresa fica na sua casa. No mesmo endereço, está sediada também a Guanumbi Promoções. E para quem a Guanumbi presta serviços, leitor amigo? Bidu! Para a Petrobras. Já levou R$ 3,7 milhões.
Diogo Mainardi, pelo visto, descobriu um gênio empresarial. Não é todo dia que uma empresa com capital social de R$ 5 mil consegue contratos com a maior estatal do Brasil que somam mais de R$ 8 milhões. Também não é todo dia que uma organização que serve tubaína em obra de terraplenagem representa uma das estrelas do chamado “business de contestação”.
Mas o que me chamou mesmo a atenção na nota de MV Bill foi este trecho, vazado naquela linguagem típica do mundo dos nem sempre bons negócios:
“Não nos cabe acompanhar o relacionamento dos nossos fornecedores com terceiros (…)”
FORNECEDORES? Como assim? O que a R. A. Brandão fornece a MV Bill? Segundo a sua própria versão, tinha entendido que a empresa era uma espécie de sua representante. Ademais, que papo mais torto este!
Não, senhor MV Bill! Quem, como o senhor, tem coisas tão relevantes a dizer sobre a política, sobre o Brasil, sobre os miseráveis, sobre a violência, sobre a ética… Quem, como o senhor, se coloca como um crítico severo das desigualdades, acenando, então, com uma nova ética… Bem, quem é assim, sr. MV Bill, tem a OBRIGAÇÃO de escolher bons “fornecedores” (para usar a sua linguagem) ou bons prestadores de serviço. Ou será que a sociedade idealizada por MV Bill nada fica a dever à de Lula e de Sarney? Aquela em que os principais beneficiários de benesses nunca sabem de nada?
Os fãs de MV Bill podem decretar: “Está tudo explicado”. E, no entanto, ele próprio sabe que não explicou coisa nenhuma.
Tivesse eu repórteres à disposição, eu os colaria no tal Raphael. Estou curioso para conhecer os múltiplos talentos desse moço, saber o tamanho de sua equipe, com quem ele trabalha, como conseguiu ter tantos e tão bons contratos mesmo sendo um novato na área — ou melhor: nas áreas. E também gostaria de saber quem, além de MV Bill e Athayde, compõe o seu elenco de artistas e/ou pensadores.
Raphael Brandão! Eis o nome do geniozinho que presta serviços à Petrobras e é “fornecedor” de MV Bill.
MAIS PERIPÉCIAS DO AMIGO DO MENSAGEIRO DA VERDADE
terça-feira, 21 de julho de 2009 | 5:29
No Brasil, vocês sabem, existe “observatório” para tudo. O que há de ONGs e Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) criadas para observar isso e aquilo é uma enormidade. Uma dessas Oscips é um negócio chamado Observatório de Favelas. No dia 10 de agosto de 2007, na página da entidade, encontrava-se a seguinte nota:
Aviso de adjudicação e homologação de licitação Pregão do Convênio MTur/OF-RJ/Nº 167/2007
A Diretora Presidente do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro - OF/RJ, através da Comissão de Licitação instituída em 20 de julho de 2007, torna pública a HOMOLOGAÇÃO efetivada no dia 10 de agosto de 2007 da Licitação executada na modalidade Pregão nº. 001/2007, declaradas como vencedoras as empresas: Avatar 2001 Produções Artísticas Ltda., CNPJ nº. 04.272.311/0001-60; R A Brandão Produções Artísticas, CNPJ nº. 05.772.756/0001-72; R A Silva Cabral Produções Artísticas, CNPJ nº. 04.983.650/0001-11; M. de A. Caldas Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 04.480.742/0001-12; e Guanumbi Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 06.536.800/0001-08.
Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2007.
Elionalva Sousa Silva
Presidente do Observatório de Favelas/RJ
“Adjudicação”, leitor, é um termo corrente nas favelas do Brasil, mas há o risco de você não saber o que significa. Numa linguagem compreensível para as massas, quer dizer que estão sendo anunciadas as empresas que venceram uma licitação. Por que publico isso? Porque, como vocês
podem ver, a R. A. Brandão e a Guanumbi, empresas do polivalente Raphael de Almeida Brandão (aquele que detém os direitos do livro de MV Bill), estão na parada. Ganharam contrato também ali. É Petrobras, é favela, é tudo! Esse rapaz não brinca em serviço.
É bonita essa coisa fraterna. Brandão detém os direitos do livro de MV Bill, que é um dos chefões da CUFA, a Central Única das Favelas - devidamente financiada, lembre-se, pela Fundação Ford, que também dá grana para aquela entidade que conseguiu expulsar os brancos de Raposa Serra do Sol (ê Brasil véio sem porteira!!!). Mas Brandão também vence licitação do Observatório de Favelas. Ele ganha tanto com “observados” quanto com “observadores”.
Quando não está fazendo sei lá o quê para MV Bill ou para o Observatório, Raphael pode estar:
- fazendo cartilha sobre meio ambiente;
- fazendo bufê em obras de terraplenagem (esta certamente deve ser a atividade mais fascinante);
- fazendo dicionário sobre personalidades históricas;
- fazendo design ecológico em produtos sociais…
- disseminado informações estatísticas e geocientíficas”;
- delimitando áreas marinhas ecologicamente sensíveis;
- cuidando da saúde suplementar.
Só na Petrobras, suas empresas já faturaram mais de R$ 8 milhões com tanto ecletismo.
Até ontem, a imprensa não tinha conseguido saber onde estavam localizados esses dois portentos - a R.A. Brandão e a Guanumbi (que está registrada como empresa de “produção teatral”). No endereço fornecido, não havia nem sombra de ambas. Deve haver alguma explicação. Sempre há.
O primeiro grande serviço prestado por Diogo Mainardi, com a sua coluna, foi ter revelado ao Brasil um novo gênio: o jovem Raphael de Almeida Brandão! Aos 27 anos, nunca ninguém acumulou tanta experiência quanto esse rapaz. É de deixar Lulinha morrendo de inveja.
Ainda bem que MV Bill afirmou em sua nota que não lhe cabe “acompanhar o relacionamento dos seus (”nossos”) fornecedores com terceiros”. É, coisa de quem tem alma de artista. Imaginem Raphael explicando para ele como se faz bufê de terraplenagem ou “design ecológico de produtos sociais”. A propósito: o que será um “produto social”?
Havendo um, suponho que também exista o seu contrário: o “produto antissocial”…
O “MV” de seu nome, fico sabendo, quer dizer “Mensageiro da Verdade”.
Sempre percebi que as ambições desse rapaz não eram nada modestas. Cristo foi um mensageiro da verdade. Quase sete séculos depois, surgiu Maomé. Passados outros 14, chegou MV Bill.
EMPRESA QUE PRESTOU SERVIÇOS À PETROBRAS E QUE DETÉM DIREITOS DA OBRA DE MV BILL GANHA DO SEU CREYSSON
terça-feira, 21 de julho de 2009 | 5:31
O rapper MV Bill afirmou que não quer saber o que fazem os seus “fornecedores”. Entendo. Ainda bem, né? Ou talvez não desse à R. A. Brandão os direitos autorais de um livro seu. Nunca antes um só homem foi especialista em tanta coisa, como mostraram Diogo Mainardi na VEJA desta semana e o Globo de ontem. Antes que volte a este ponto, uma informação.
Em 2007, um Raphael de Almeida Brandão foi aprovado num concurso da Petrobras para “Administrador Júnior”. Se é o mesmo e se tomou posse, bem, isso eu não sei. Mas é um nome que dá sorte na estatal (veja PDF clicando aqui [http://www.balcaodeconcursos .com.br/download/anexos/BALCAODECONCURSOS .COM.BR_02594_84.pdf] - o nome está na página 131, terceira coluna, da 36ª linha.)
Voltando. Acredito que Raphael cuide muito bem dos direitos autorais de MV Bill. Nunca antes nestepaiz se viu alguém tão eclético. Como nós já vimos, suas empresas podem:
- fazer cartilha sobre meio ambiente;
- fazer bufê em obras de terraplenagem (esta certamente deve ser a atividade mais fascinante);
- fazer dicionário sobre personalidades históricas;
- fazer design ecológico em produtos sociais…
Só isso? Que nada! No Globo de ontem, ficamos sabendo de outras habilidades de Raphael. Ah, sim: as empresas também têm um probleminha de erndereço e não ficam onde declaram estar. Leiam:
Além de ter recebido R$ 3,7 milhões da Petrobras em 49 contratos no ano passado, a Guanumbi Promoções e Eventos também foi beneficiada com R$ 395,4 mil por realizar serviços em ações federais que vão da delimitação de áreas marinhas à gestão do Programa Nacional de Atividades Nucleares, passando por regulação de planos de saúde. É o que mostra a reportagem de Alessandra Duarte publicada na edição desta segunda-feira no GLOBO. O valor é a soma dos gastos diretos da Presidência da República e de oito ministérios com a empresa, entre 2004 e 2009, segundo levantamento feito pelo GLOBO no Portal da Transparência do governo federal.
No cadastro da Receita Federal, a Guanumbi tem sede no mesmo local que a R. A. Brandão Produções Artísticas, que no mesmo período recebeu R$ 48 mil de dois ministérios, e que teria recebido R$ 4,5 milhões da Petrobras em 2008: um endereço na Estrada do Guanumbi, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. É uma casa de classe média alta, onde um morador disse que não conhece a R. A. ou Raphael de Almeida Brandão (que seria dono da R. A.), e que a Guanumbi teria se mudado de lá em 2004.
Registrada na Receita como empresa de produção teatral, a Guanumbi tem um leque diversificado. Em 2006, quando recebeu R$ 71.877,24, foram R$ 7.292 na ação “Disseminação de informações estatísticas e geocientíficas” da Fundação IBGE; R$ 7,9 mil na “Delimitação das áreas marinhas ecologicamente sensíveis”, do Comando da Marinha; e R$ 29 mil no “Funcionamento de cursos de graduação” da UFRJ. Em 2007, quando ela ganhou R$ 83.887, foram R$ 1,5 mil das Indústrias Nucleares do Brasil, e R$ 15.963 da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Voltei
Alô, Claudio Manoel, do Casseta & Planeta! Seu Creysson, das poderosas Organizações Capivara, foi miseravelmente derrotado. Raphael é mais eclético.
MV Bill poderia cantar tudo isso num rap, não é mesmo? O título seria: “Eu agarantium”.
ALÔ, MENSAGEIRO DA VERDADE! HÁ UM CANIL ONDE DEVERIA HAVER UMA EMPRESA
terça-feira, 21 de julho de 2009 | 5:35
Vejam vocês como são as coisas… Agora eu começo a ficar preocupado com MV Bill. Ainda mais que descobri que esse “MV” quer dizer “Mensageiro da Verdade” (ler abaixo). Por que digo isso? Porque quem recebe os direitos autorais de um livro do Mensageiro é a R. A. Brandão, como revelou Diogo Mainardi em sua coluna na VEJA. Vocês já sabem, a essa altura, o que é e o que faz essa empresa, não é? Abaixo, há posts esclarecedores. Agora vejam o que noticia Maiá Menezes no Globo desta terça. Mais uma vez, o gênio empresarial do tal Raphael Brandão aparece em todo o seu esplendor. Comento em seguida:
Especializada em rodeios, marionetes, espetáculos de dança e atividades de sonorização, a Sibemol Promoções e Eventos recebeu da Petrobras, de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, R$ 120 mil para realizar o projeto Quilombos Cariocas. No endereço declarado à Receita, no entanto, funciona um canil com 60 cachorros.
A empresa tem como sócio Raphael de Almeida Brandão, também proprietário da R.A. Brandão e da Guanumbi Promoções e Eventos - ambas inexistentes nos endereços declarados à Receit a e que receberam R$ 8,2 milhões da Petrobras em 2008, segundo a revista “Veja”.
Raphael é sócio minoritário da Sibemol, que divide com o irmão, Luiz Felipe de Almeida Brandão. Na Guanumbi, Rafael é sócio da mãe, Telma de Almeida Brandão. Assim como a R.A. Brandão e a Guanumbi, a Sibemol tem endereço declarado em Jacarepaguá. Na casa, numa ladeira de um bairro de classe média baixa, funciona há pelo menos dois anos um canil, que abriga ainda 200 gatos, segundo o cuidador dos animais, que não quis se identificar.
Ele cuida dos bichos, sem explorar comercialmente o negócio, e nada recebe dos donos do terreno. Segundo os vizinhos, a casa pertence a uma “senhora chamada Telma”. O GLOBO tentou nesta segunda, sem sucesso, contato com Raphael e Telma Brandão.
Comento
Não sei, não… Mas esse Raphael está fazendo um esforço danado para se parecer com um baita laranja. Ou esse rapaz aparece logo para dizer que diabos, afinal de contas, ele faz e que tipo de serviço suas empresas prestam, ou logo vão começar a desconfiar que ele empresta seu nome a operações de fachada.
A “produtora privada legalmente estabelecida” de que fala MV Bill, o Mensageiro da Verdade, até agora não conseguiu comprovar seu endereço — nenhuma das três empresas de Raphael fica no endereço informado à Receita.
Também esse terceiro empreendimento do rapaz é de um ecletismo espantoso.
Além do projeto “Quilombos Cariocas” e de ser especializada em “marionetes, rodeios, e espetáculos de dança”, a Sibemol ajudou a desenvolver um “Museu de Astronomia e Ciências Afins” e deu “apoio administrativo a um depósito naval”.
Como vocês vêem, não há limites para a imaginação humana.
Haja mensageiros da verdade!
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