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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

General Heleno: Entrevista exclusiva com o Comandante Militar da Amazônia

DEFESA@NET
Defesanet 02 Outubro 2008

Missão Amazônia

General Heleno: Entrevista exclusiva com o Comandante Militar da Amazônia

 

Kaiser Konrad
Enviado Especial
Comando Militar da Amazônia


Manaus: É o maior comando militar em área de selva do mundo e o de maior extensão territorial da América Latina. Está situado numa região de constante tensão. No panorama externo é onde o Brasil faz fronteira com sete países, onde há forte presença de guerrilheiros, tráfico internacional de drogas, crimes ambientais, biopirataria e a cobiça internacional. No seu interior, a preocupação maior é com a agitação provocada pelos movimentos sociais e questão indigenista, que por vezes promovem ações e discussões que colocam em risco a segurança nacional e a soberania territorial.

O Comando Militar da Amazônia, sediado em Manaus, é hoje o comando de área com maior expressão no cenário nacional. Ele inclui seis estados e parte de outros dois numa área de responsabilidade operacional de 3 milhões e 600 mil km², reunindo um efetivo de 25 mil militares, podendo chegar a 28 mil com a instalação de três novos batalhões.

Seu comandante é General-de-Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Com um extenso e singular currículo militar, ele foi em 2004 o primeiro comandante da força militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti. Polêmico ao criticar abertamente a política indigenista do Brasil, ele é hoje um dos militares mais admirados e reconhecidos na caserna e, principalmente fora dela, já que colocou na agenda nacional a discussão de um tema que está relacionado ao futuro de todos os brasileiros.

Defesanet esteve no Comando Militar da Amazônia. Acompanhe uma entrevista exclusiva com o General Heleno:

Transferência de unidades de outras regiões do País à Amazônia

General Heleno: Já tivemos três brigadas transferidas para o CMA. A mais antiga saiu de Petrópolis-RJ para Boa Vista, atualmente a 1ª Brigada de Infantaria de Selva. A 2º Brigada de Infantaria de Selva que saiu de Niterói-RJ está sediada em São Gabriel da Cachoeira, e a Brigada das Missões, que tinha sede em Santo Ângelo-RS foi para Teffé. Essas brigadas foram resultado de um esforço enorme do Exército para transferi-las à área amazônica, devido à crescente importância da região e a diminuição da importância estratégica em outras regiões do país.

Em termos de equipamentos, quais as necessidades do CMA?

General Heleno: Se nós verificarmos os nossos sistemas de armas, podemos começar pelo equipamento de uso individual, que precisa ser reformulado e aonde temos sérias deficiências. Usamos um fuzil que tem 43 anos. Existe a intenção de começar a raciocinar com o conceito de soldado do futuro, que usa uma equipagem leve e permite ao combatente acessar tecnologias sofisticadas. Se pensarmos em termos de artilharia antiaérea, nós temos muita coisa a acrescentar neste teatro de operações, assim como na artilharia de campanha. Devemos buscar também uma melhora considerável no sistema de armamento anticarro.

General Heleno e ao fundo o mapa com a área de atuação do Comando Militar da Amazônia

Existe a necessidade da aquisição de helicópteros de ataque?

General Heleno: É óbvio. No caso na Amazônia, raciocinando que na guerra moderna, além da Dissuasão, a estratégia mais importante é a da Projeção de Poder: a capacidade de colocar a força desejada no local escolhido dentro do menor tempo possível. E quando se fala nisso, ainda que vulnerável, a plataforma de combate necessária é o helicóptero. E obviamente os helicópteros de ataque são prioritários e eu os quero aqui com urgência.

Aeronaves de asa fixa?

General Heleno: Existe um estudo ao nível do Comando do Exército e Ministério da Defesa sobre a aquisição de aviões de Comando e Controle capazes de atender a determinados níveis de comando e que nos dariam uma mobilidade maior dentro de nossa área de atuação. Sobre outras aeronaves, entendo que o poder aeroespacial é responsabilidade da Força Aérea Brasileira e não queremos nada que possa interferir nas missões dela.

A possibilidade de acontecer uma guerra na região

General Heleno: A possibilidade é remota embora eu acredite que temos que nos preparar para isso. Se fizermos uma análise do nosso relacionamento com as nações vizinhas veremos que não temos nenhum problema, somente aqueles que são comuns. Eventualmente há alguma tensão, natural de países livres, independentes e soberanos, que podem ter interesses antagônicos mas que também podem ser resolvidos pelas vias diplomáticas. Com relação a outras potências que possam vir a se interessar num conflito com o Brasil, não vejo a curto-prazo esta possibilidade. Tenho dito que seria no mínimo imprudente achar que o Brasil não tenha que respaldar algumas decisões políticas num poder militar compatível com sua estatura estratégica.

Cobiça internacional da Amazônia

General Heleno: A cobiça internacional não é uma paranóia dos militares. Ela tem sido expressa nos discursos de autoridades de diferentes países, o que reflete uma cobiça que não é explícita e não tem endereço, ainda, mas é genérica. No momento que verificamos o potencial da Amazônia, tudo que ela já mostrou que tem e o que ainda não foi prospectado mas sabemos existir, tudo isso faz com que devemos nos prevenir contra esta cobiça internacional. A conquista desses objetivos extra-territoriais poderá ser atingida sem guerra, subreptíciamente, por ações políticas e de infiltração e, de repente, poderemos nos deparar com um cenário aonde já temos muita coisa usurpada sem que haja um conflito bélico. Esta é uma questão que nos traz muita preocupação. A presença do Estado brasileiro na região é fundamental para neutralizar quaisquer interesses escusos.

Política indigenista

General Heleno: Tudo que tinha que falar eu já falei. Algumas providências foram tomadas e vamos caminhar para encontrar uma solução ideal. É um tema polêmico e que tem que ser discutido não por poucos indivíduos, mas por toda a sociedade brasileira.

O futuro da presença das Forças Armadas na região amazônica

General Heleno: A presença militar na Amazônia tem um papel preponderante e sua importância pode ser sentida toda vez que nos afastamos das metrópoles regionais e vamos para as proximidades das fronteiras, onde a presença do Estado diminui, e a do Exército, com seu Braço Forte e Mão Amiga aumenta. A FAB realiza há décadas um papel fantástico em proveito das populações desassistidas da região, e a Marinha, que faz um trabalho essencial ao longo da calha dos rios navegáveis. Tenho certeza que esse papel não vai diminuir. O que queremos são parceiros e que eles se façam mais presentes, que é o caso da Polícia Federal, INCRA, IBAMA, Receita Federal e FUNAI, para que nos unamos no trabalho em prol da Amazônia.

Considerações

General Heleno: Quero registrar o orgulho e a honra que tenho por ser o Comandante Militar da Amazônia. Hoje, servir na Amazônia é questão de escolha e não castigo como outrora. Nossos melhores profissionais passam por aqui dando o máximo de si, pois sabem que esta área é importante para o futuro do Brasil.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".