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terça-feira, 6 de maio de 2008

Esquerda e criminalidade: Parte I

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
Por Thomas Sowell em 06 de setembro de 2006

Resumo: Dentre os dogmas da esquerda está o que afirma que colocar indivíduos na prisão não reduz a criminalidade e que a “raiz” social do crime deve ser atacada como prevenção, pouco importando as enormes evidências de que essa postura simplesmente não funciona.
© 2006 MidiaSemMascara.org

A mentalidade geral da esquerda política é similar em todos os países e em todos os tempos.[1]

A tolerância para com criminosos perigosos, encontrada em escritores do séc. XVIII, tais como William Godwin e Condorcet, tem seu eco, hoje em dia, naqueles que fazem vigílias de protesto nas execuções [de pena de morte] de assassinos e que reclamam que não estamos sendo bonzinhos com os trogloditas presos em Guantanamo.

Questões específicas variam de lugar para lugar e de tempos em tempos, mas a mentalidade permanece notavelmente similar. O que é também diferente de país para país e de uma época para outra é o nível de resistência enfrentada pela esquerda, o que determina o quão longe ela pode ir, na prática.

Os EUA sempre foram mais resistentes à esquerda que a maioria dos países europeus. Podemos ver, quase sempre, para onde vai a esquerda americana observando aonde chegou a esquerda européia.

Um novo livro sobre o crime na Inglaterra mostra o que acontece quando a mentalidade da esquerda prevalece no sistema judiciário. O livro se intitula “A Land Fit for Criminals” [Um país ideal para criminosos] e foi escrito por David Fraser.

Num passado ainda recente, a Inglaterra era uma das nações mais obedientes à lei na face da Terra. Quando Lee Kuan Yew visitou Londres, vindo de Singapura, logo após a II Guerra Mundial, ele ficou tão impressionado com a honestidade dos ingleses e seu respeito à lei e à ordem que ele voltou para casa determinado a fazer o mesmo em seu país.

Hoje, Singapura é uma das nações mais obedientes à lei no mundo, enquanto a criminalidade na Inglaterra aumentou a um nível que, pela primeira vez, excede à dos EUA.

O que aconteceu entre uma e outra época foi o crescimento contínuo dos dogmas esquerdistas, até seu completo predomínio, tanto no sistema legal, quanto na mídia e entre as elites políticas da Inglaterra.

Hoje, um ladrão preso em flagrante pela polícia inglesa tem grande chance de receber uma advertência. Se ele já tiver sido condenado por roubo, ele poderá receber uma advertência mais severa. Mas, ele dificilmente enfrentará a situação draconiana, por exemplo, de ser posto atrás das grades.

Roubo é considerado ofensa “leve” por líderes de ambos os partidos (do Trabalho e Conservador) na Inglaterra. Casos raros em que ladrões são presos são criticados pela mídia.

A ideologia esquerdista a respeito do crime, incluindo seu desprezo pela propriedade privada, tem se alastrado por todo o espectro político, atingindo a todos que desejam ser considerados “homens de seu tempo”. Essa ideologia é essencialmente a mesma em ambos os lados do Atlântico, mas na Inglaterra atingiu uma dominância muito maior e sem contestação.

Dentre os dogmas da esquerda está o que afirma que colocar indivíduos na prisão não reduz a criminalidade e que a “raiz” social do crime deve ser atacada como prevenção, além de que a “reabilitação”, por meio de vários programas “na comunidade”, é mais efetiva que a prisão de criminosos.

Nada disso é novidade e sua racionalidade já é velha de mais de dois séculos. O que é notável é como montanhas de evidências factuais contrárias são ignoradas, evitadas ou simplesmente ocultadas, em ambos os lados do Atlântico.

O livro de David Fraser examina essas evidências à exaustão e expõe a alegação fraudulenta usada para tentar justificar a contínua leniência para com criminosos, enquanto a criminalidade cresce assustadoramente na Inglaterra.

Há montanhas similares de evidências contra os dogmas criminais da esquerda nos EUA e essas evidências são, da mesma forma, ignoradas, evitadas e ocultadas por esquerdistas. Mas, aqui a esquerda enfrenta uma oposição maior, razão pela qual ela não atingiu uma dominância tão grande quanto na Inglaterra – ainda.

Em ambos os países, os ideólogos têm o apoio de políticos e burocratas “práticos”[2] que simplesmente não querem gastar o dinheiro necessário para construir e manter prisões para trancafiar, durante longos períodos, os criminosos.

Aqueles que comparam custos e benefícios definem “custos” como aquilo que o governo gasta. Mas, os custos pagos pelo público, apenas em termos econômicos, excedem enormemente o custo das prisões. Mas isso não importa, tanto para os ideólogos, quanto para os políticos e burocratas jurídicos “práticos”.

[1] O sítio Townhall.com publica, na página deste artigo de Sowell, uma foto do jornalista da Globo seqüestrado pelo PCC. Na legenda da foto, há referência à aquiescência da emissora em divulgar um comunicado, no Fantástico, do grupo criminoso. (N. do T.)

[2] Sobre homens “práticos”, Chesterton tem um delicioso texto. Para sua versão original clicar aqui. Para a versão traduzida clicar aqui. (N. do T.)

Publicado por Townhall.com

Traduzido por Antônio Emílio Angueth de Araújo

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".