Questões que a grande mídia não pensa em abordar sobre o Relatório Goldstone. Mas que devem ser de conhecimento de todos. Traduzido do boletim do Honest Reporting para o De Olho na Midia pela nossa colaboradora, Irene Walda Heynemann
“Esta minuta de resolução me entristece porque ela só inclui alegações contra Israel ... Não há uma única frase condenando o Hamas, como fizemos no relatório. Espero que o conselho possa modificar o texto”.
Assim falou ninguém mais do que o próprio Juiz Richard Goldstone, ao jornal suiço Le Temps, na sexta-feira, antes que o Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC) aprovasse uma resolução (sem modificar o texto), endossando o Relatório Goldstone, abrindo caminho para discussão no Conselho de Segurança da ONU.
A resolução também condenava as atividades israelenses em Jerusalém Oriental e em Judéia e Samária, ainda que não fizessem parte do texto submetido à apreciação por Goldstone.
Será que Goldstone foi tão ingênuo a ponto de pensar que seu relatório não se tornaria uma arma política e legal a ser usada contra Israel pela UNHRC? O comentarista Robin Shepherd destaca a óbvia hipocrisia e iniquidade dos membros da UNHRC e de todos aqueles que votaram a favor da resolução:
Entre os que apoiaram a resolução, a presença de muitos países despóticos, bem como tantos outros que são classificados pela Freedom House (N.T. “Casa da Liberdade”, organização americana que promove os direitos humanos, a democracia, a economia de livre mercado, o estado de direito, etc.) como apenas “parcialmente livres”, fala por si própria. Países classificados como “não livres” pela Freedom House, no grupo, são: China, Cuba, Egito, Qatar, Rússia e Arábia Saudita. Países parcialmente livres no grupo são: Bahrain, Bangladesh, Bolívia, Djibouti, Jordânia, Nicarágua, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Senegal e Zâmbia. Dos 25 países que votaram contra Israel, 17 (68%) são déspotas absolutos ou pseudodemocracias corruptas e de má reputação.
Como colocado pelo UN Watch (Observador da ONU), Hillel Neuer:
A resolução, escandalosamente unilateral, concede aos terroristas doHamas a vitória política pela qual eles ansiavam desesperadamente. Membros do Conselho como Paquistão, China, Cuba e Arábia Saudita foram novamente bem sucedidos, em sua estratégia de mirar em Israel, para esconder os reais abusos cometidos pelo mundo, especialmente os seus próprios. Sendo esta a sexta seção especial do Conselho sobre Israel – contra apenas 4 sobre o resto do mundo em conjunto – é trágico que mais uma vez a política está derrotando fraudulentamente os direitos humanos.
COMANDANTE MILITAR BRITÂNICO QUESTIONA A UNHRC:
Questionando a UNHRC, em nome do UN Watch, Coronel Richard Kemp, ex-comandante das forças Britânicas no Afeganistão, declarou:
Durante a Operação Chumbo Fundido, as Forças de Defesa de Israel fizeram mais para proteger os direitos dos civis em uma zona de combate do que qualquer outro exército do mundo na história das guerras.
Veja a declaração completa do Coronel Kemp, clicando abaixo:
Coronel Kemp disse ainda:
O Hamas, da mesma forma que o Hezbollah, é um especialista em direcionar a pauta da mídia. Ambos têm sempre gente pronta pra dar entrevistas, condenando as forças israelenses por crimes de guerra. Eles são muito competentes na arte de encenar e distorcer incidentes.
De fato, porque a mídia e, agora, a Comissão Goldstone, estão dispostos a considerar as alegações dos grupos terroristas e seus partidários sem argumentar, mas questionam a confiabilidade e até mesmo a honestidade de Israel?
GOLDSTONE RECUANDO?
Mas, e o que dizer sobre o próprio Richard Goldstone? Além da sua decepção com a resolução da UNHRC, a credibilidade de seu relatório foi ainda mais minada em uma entrevista que ele concedeu ao The Forward, onde ele declarou:
Se fosse em um tribunal, nada teria ficado provado. Eu não consideraria nem um pouco constrangedor se muitas das alegações acabassem sendo refutadas.
Escrevendo no The Sunday Times, R.W. Johnson diz:
O comportamento de Goldstone não surpreende quem seguiu sua carreira. Como estudante na África do Sul ele ficou do lado antiapartheid e muitos esperavam que ele fizesse o mesmo como advogado, já que um pequeno grupo especializado de advogados liberais foi crucial para a defesa dos oponentes políticos do regime. Em vez disso, Goldstone manteve a cabeça baixa e evitou aborrecer o governo apartheid, devotando-se às causas comerciais. Então, quando a situação política mudou, Goldstone também mudou. Encarregado pelo Presidente de Klerk de uma comissão para investigar os casos de violência, Goldstone aumentou provas prejudiciais ao regime apartheid, mas se recusou a investigar o braço armado do ANC (N.T. Congresso Nacional Africano, movimento de oposição ao apartheid e partido governante desde o estabelecimento da democracia não racial na África do Sul).
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Por toda sua carreira, Goldstone tem sido acusado de cortar caminhos, movido a ambição, e críticos dizem que sua comissão em Gaza estabeleceu um novo ponto mínimo. Que um juiz judeu, proibido de entrar em Israel por aceitar presidir uma comissão preconceituosa contra o estado, escrevesse um relatório, amplamente baseado em entrevistas contra o Hamas, que favorece a opinião anti-sionista (ou mesmo anti-semita), parece imbatível.
REAÇÃO DA MÍDIA:
Sua mídia local percebeu? O Washington Times sim:
Não existe equivalência moral entre o Hamas e Israel mais do que existe entre a al Qaida e os Estados Unidos. No entanto, na lógica de Goldstone, terroristas e países soberanos são idênticos. As mortes de civis incidentais, não intencionais, que Israel causou durante o conflito em Gaza são condenadas como crimes de guerra; os ataques largamente difundidos e intencionais do Hamas a civis israelenses são basicamente ignorados. O modelo de Goldstone torna impossível para estados civilizados atingir efetivamente os bárbaros do mundo, que estão lutando uma guerra paralela contra a decência, que considera não-combatentes inocentes da mesma forma como alvos legítimos e como úteis escudos humanos.
As consequências do Relatório Goldstone afetarão Israel na mídia e na esfera diplomática pelo futuro previsível. Esteja preparado para agir, escrevendo para sua mídia local, apontando as falhas do Relatório Goldstone e a política suja e o preconceito anti-Israel da ONU e do Conselho de Direitos Humanos.
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