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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Zé-laia - LANCE DE GRANDE MESTRE


LANCE DE GRANDE MESTRE


HEITOR DE PAOLA

http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=1319


09/10/2009



Quando ‘Mel” Zelaya voltou a Honduras, segundo informações fidedignas por rotas secretas do narcotráfico – teria havido participação das maras salvadorenhas? – e se instalou na Embaixada Brasileira, houve um intenso alarido de comentaristas brasileiros condenando sua aceitação como ‘convidado’ e a traição à tradição do Itamaraty. Gafe, burrada, trapalhada, cartada ingênua e otras cositas más. A maioria, mesmo os supostamente melhor informados, tomaram como verdade que o Brasil estava a reboque de Chávez, o verdadeiro articulador do feito. Preferi ficar esperando para ver no que dava e só então comentar.


Pensei: das duas uma: ou foi uma trapalhada do boneco de ventríloquo Amorim que se meteu a chanceler de verdade sem consultar Marco Aurélio Garcia (MAG) e vai ser difícil sair desta ou foi outro lance de mestre do MAG.


Antes de chegar lá: devagar com o andor quando se fala da tradição de neutralidade do Itamaraty. Isto é uma mentira da grossa inventada não sei por quem, mas que jamais existiu. Não houve traição aos ‘ideais do Barão do Rio Branco’ pois ele mesmo era um intervencionista e imperialista de fazer inveja a Molotov e a Theodore Roosevelt. Pacificamente ou não aumentou o território brasileiro a golpes de imperialismo, à custa dos países vizinhos. Não que eu o condene por isto – pelo contrário!, o admiro – mas ‘dourar a pílula’ para mostrá-lo bonzinho e não-intervencionista faz parte de outra tradição, esta de uma idiotice atroz: brasileiro tem que ser o simpático, o bom menino, cordial. O mesmo se faz com Caxias, exímio guerreiro que deve ser enaltecido por suas qualidades bélicas. Mais uma vez isto é um elogio: um cruel ditador paraguaio desafiou o Império, Caxias foi lá e mostrou com quantos tiros se destrói uma canoa. Vargas jamais deixou o Itamaraty tomar decisões. A infiltração marxista no Instituto Rio Branco foi de tal monta que Roberto Campos se referia aos ‘barbudinhos do Itamaraty’, levando a conseqüências desastrosas nas mãos de um Presidente teutônico, socialista e anti-americanista, como o reconhecimento do governo comunista de Angola antes mesmo da União Soviética.


Voltando ao lance magistral de MAG. O que estava acontecendo antes da suposta ‘trapalhada a reboque de Chávez’? Ora, o governo constitucional de Roberto Micheletti estava dominando a situação, o tempo operava a seu favor, os protestos zelaystas eram mínimos, mesmo sem estado de sítio, as passeatas pela legalidade enchiam as ruas de Tegucigalpa e San Pedro Sula, o apoio dos empresários, da Igreja, dos magistrados e do Congresso era inconteste. A Nova Ordem Mundial e o Foro de São Paulo sentiram o tranco: os alicerces do Foro ficariam abalados, pois são absolutamente muito fracos em função da sua falsidade (a mentira tem pernas curtas!). Que fazer, como diria Lenin? Aí entrou em cena o Grande Mestre MAG.


Nos tempos em que eu jogava xadrez – mal, aliás – aprendi que depois de saber mexer com as peças é necessário ter uma visão total do tabuleiro e saber que o jogo se decide pela tomada o mais rápido possível do território adversário. Aprendem-se as aberturas e os finais, o miolo do jogo é que é o problema, por isto é o lócus dos Grandes Mestres. O jogo tem tempo para terminar e quando há um impasse e o adversário está mais bem posicionado o tempo joga a seu favor, ou no máximo, a um empate. Aí é que entra a genialidade dos Mestres. Um dos meus professores me ensinou que um Cavalo bem protegido criando um cerco às casas para as quais o Rei pode ocupar em caso de cheque é uma posição muito forte.


Pois é exatamente isto que Mestre MAG fez: colocou um cavalo no território adversário e ameaça virar o jogo a favor do Foro. Zelaya até então corria o risco de ficar apenas uma alma penada errante de país em país até cair no esquecimento e ficar relegado à história como mais um palhaço metido a besta. Zelaya em Tegucigalpa e bem protegido da Justiça pela imunidade diplomática, à qual deve explicações por crimes constitucionais e comuns inclusive narcotráfico, é um Cavalo numa posição fortíssima, restringindo os lances do Governo constitucional. Com Zelaya ali na esquina falando com quem quer diretamente ou ao celular, e com muitas Lempiras para gastar, aumentaram os protestos e as arruaças e a arrogância da Nova Ordem através da OEA, ONU e a administração obaminável de Washington, e o governo constitucional está em cheque. A partida, antes francamente a seu favor, está tendendo a um empate e se Mestre MAG souber mexer as demais peças poder-se-á chegar ao Mate!


Não duvido que o boneco de ventríloquo seja honesto ao dizer que ‘Mel’ se materializou na Embaixada. O Mestre nem sempre informa seu subordinado do que fez ou vai fazer - aliás nem ao Presimente Lula que gozava das delícias turísticas que tanto adora!


(NOTA DO EDITOR: a participação de Marco Aurélio Garcia tal como está aqui é puramente especulativa, mas baseada no fato de ser ele o verdadeiro chefe da diplomacia brasileira além do idealizador do Foro de São Paulo, a reboque de quem segue fielmente Chávez).

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".