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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Andrzej Wajda renova seu embate com o stalinismo

ESTADÃO
Crítica Luiz Zanin Oricchio | Quarta-Feira, 08 de Abril de 2009

Diretor polonês faz um drama de guerra sóbrio, com cenas impressionantes e amparado em inserções documentais

Katyn é um drama de guerra sólido, embora um tanto careta do ponto de vista da linguagem cinematográfica. Lógico que essa passa a ser uma questão secundária, dado o interesse daquilo que o veterano diretor polonês tem a dizer. Por uma vez, temos um episódio da 2ª Guerra que não envolve diretamente o Holocausto. Mas temos um genocídio, o dos oficiais poloneses, ora atribuído aos nazistas ora ao exército soviético. 

Sempre é muito difícil escapar dessas dicotomias em filmes do gênero, mesmo nos melhores, sobretudo porque as situações de guerra em geral ficam pouco claras para os participantes. Carl von Clausewitz chamava a esse fenômeno de "a névoa da guerra", expressão aliás usada como título de um filme que tem o secretario de Estado americano durante a Guerra Fria, Robert McNamara, como protagonista. O que não quer dizer que não se possam identificar heróis ou vilões mesmo em meio a esse fog sinistro. Mas as nuances parecem, nesses casos, mais presentes que contornos nítidos. Desse modo, a tendência do cinema é simplificar, para que não caibam dúvidas. E há aqui outro ponto: se é difícil distinguir com clareza heroísmos e vilanias dos oponentes, há uma vítima clara da guerra, e esta é facilmente identificável: a população civil. 

Esse mesmo Clausewitz a que nos referimos é autor do clássico Da Guerra e autor da frase famosa sobre a guerra como continuação da política por outros meios. Uma visão fria, porém racional. Se quisermos entender as guerras temos de compreendê-las como atos da política, isto é, de busca pelo poder. Se quisermos nos compadecer das vítimas, podemos dispensar esse esforço, pois os horrores da guerra são bem claros. 

A opção de Wajda é muito clara. Ele deseja levantar o véu de uma ignomínia e dirige seu filme dessa forma. As cores são sóbrias e discretas. A música de Penderecki empresta tom solene e angustiante ao relato. A brutalidade da morte aparece com nitidez na sequência mais forte do filme, o das execuções em série, como num matadouro de gado. Por fim, as inserções documentais - filmes de época, com as imagens da vala comum de Katyn - emprestam a credibilidade ao relato. É a força adicional que recebem os filmes históricos quando são, como este, "baseados em fatos reais". Convidam o espectador a nunca esquecer que, se o filme é uma encenação, ele o é de algo que realmente aconteceu, ainda que alguns personagens sejam fictícios e, outros, sínteses de pessoas reais com imaginárias. 

A questão trabalhada por Wajda é, no fundo, muito simples. Não se trata mais de atacar o nazismo em obras sobre a 2ª Guerra, pois Hitler e sequazes são cachorros mortos da História. É preciso ver, em especial do ponto de vista polonês, a outra praga, stalinista, que se abateu sobre a Polônia com a vitória aliada. Essa a tragédia da Polônia, espremida entre potências. Por isso, uma personagem diz, em alto e bom som, que o país jamais seria livre.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".